Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Política Industrial

Sobre a reindustrialização

Já sabemos que um dos compromissos fundamentais do novo governo Lula é com a reindustrialização do país. O tema esteve presente no discurso de posse, no discurso do púlpito e nas sucessivas falas do presidente.  O que isso significa? Investir na recomposição do parque industrial brasileiro.  A produção industrial brasileira está em franca queda. De acordo com dados do IBGE/Iedi, a produção industrial de dezembro de 2022 estava no mesmo patamar que a de novembro de 2009. Uma queda de 18,5%. Alguns setores mostram uma queda mais acentuada, notadamente a indústria de bens de consumo duráveis, que só no ano passado regrediu em 3,2%. Isso representa redução de empregos, redução de exportações e perda na qualidade dos bens produzidos.  A indústria de transformação, que é a que mais gera valor adicionado, está se modificando intensamente nos últimos anos. Entre 2005 e 2021 a China passou a dominar o mercado mundial, passando de 13,26% para 30,45%. Quase o dobro dos Estados Unido...

Crise na siderurgia: a culpa é dos tucanos

Essa situação seria bem diferente não fosse o malfadado neoliberalismo tucano, desgraça brasileira de impacto histórico. A privatização do setor pelo governo FHC (PSDB-DEM) condenou o setor a duas décadas de atraso. Na ocasião o país tinha um conjunto de siderúrgicas estatais de bom porte, reunidas debaixo da Siderbras. Assim como na petroquímica, ganhos de escala e sinergia eram elementos centrais de competitividade. O correto teria sido privatizar a própria Siderbras e, depois, proceder à reestruturação competitiva do setor. Em vez disso decidiu por picar o setor, para atender aos jogos políticos e financeiros da época. E para além da privatização, essa política continuou degradando o setor produtivo nos anos seguintes. O governo do PSDB, como se sabe, aumentou gradualmente o chamado "custo Brasil", com uma política cambial desastrosa, com a estagnação do mercado interno e com a internacionalização da economia.

Crise na siderurgia: a conjuntura, em síntese

Li um relatório sobre a situação da siderurgia nacional. Em síntese, vivemos um momento de crescimento vertiginoso da demanda, sobre da oferta internacional e, desgraçadamente, crise produtiva do setor. Em 2010, o consumo de produtos siderúrgicos chegou a 26,8 milhões de toneladas, 44% a mais do que em 2009 e 11% acima do período pré-crise de 2008.  O problema é que, desse total, 5,9 milhões de toneladas provieram de importações – 123% a mais do que em 2008. Nos próximos anos, haverá investimentos pesados na Copa de 2014, nas Olimpíadas 2016, exploração do pré-Sal e o Minha Casa Minha Vida. Ou seja, a demanda interna vai aumentar e o Brasil, mesmo tendo abundância de matéria prima (leia-se: o minério de ferro paraense), vai importar todo esse aço. Mesmo porque, conjunturalmente, como disse, há sobre de produto no mercado internacional, o que reduz o preço e torna mais fácil importar do que produzir internamente - o que seria melhor, é claro, já geraria emprego, tecnologia e mai...