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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Tributos: audio e video sobre Howard Zinn

From Democracy Now! http://www.democracynow.org/2010/1/28/howard_zinn_1922_2010_a_tribute From GRITtv: http://blip.tv/file/3145602 From Talib Kweli, Q-Tip and John Legend: http://www.sohh.com/2010/01/talib_kweli_q-tip_john_legend_remember_r.html From Eddie Vedder: http://www.pearljam.com/news/note-ed-passing-howard-zinn From Viggo Mortensen: http://www.percevalpress.com/ From "Classics Rock!": http://theclassicsrock.blogspot.com/2010/01/downpearl-jam-and-more.html " Portland teacher hosts Howard Zinn's last broadcast interview": http://www.oregonlive.com/books/index.ssf/2010/01/portland_teacher_hosts_howard.html "Moment of Zinn" from the Daily Show: http://www.thedailyshow.com/watch/thu-january-28-2010/moment-of-zen---howard-zinn-interview From Willie Nelson: http://willienelsonpri.com/peace/5240/the-people-speak-howard-zinn-on-moyers-journal.html

Howard Zinn, 1922-2010

Obituários de Howard Zinn na imprensa americana: Bob Herbert in the New York Times: http://www.nytimes.com/2010/01/30/opinion/30herbert.html Matthew Rothschild in The Progressive: http://www.progressive.org/wx012810.html Peter Rothberg in The Nation / NPR.org: http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=123063395 (See also Fairness and Accuracy in Reporting's response to NPR's radio obituary:) http://www.fair.org/index.php?page=4009 David Zirin in The Nation: http://www.thenation.com/blogs/notion/522763/ howard_zinn_the_historian_who_made_history Daniel Ellsberg in AntiWar.com Blog: http://www.antiwar.com/blog/2010/01/27/a-memory-of-howard-zinn/ Henry A. Giroux in Truthout.org: http://www.truthout.org/howard-zinn-a-public-intellectual-who-mattered56463 Alan Maas in SocialistWorker.org: http://socialistworker.org/2010/01/28/the-peoples-historian Alex Green in the Huffington Post: http://www.huffingtonpost.com/alex-green/remembering-howard-zinn_b_439541.html From the Gua

Condenações

N o blog Língua Ferina , sempre atento à questão agrária, dois posts recentes interessantes. Um deles com um excerto da entrevista dada por João Pedro Stédile, líder do MST, ao Zero Hora: “Estamos em um momento de reflexão, pensando em um novo modelo para seguir. Nos anos 70 e 80, bastava ocupar terras e se conseguia apoios que resultavam em pressão política. Hoje, a ocupação de terra não soma aliados. Portanto, não interessa mais. Estamos buscando novas alternativas para fazer aliados. E a que está se mostrando mais compatível é a aliança com trabalhadores da cidade.” Aqui, a entrevista completa .  O outro posta traz dados interessantes sobre o trabalho escravo no Pará. Noticia que o juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad, da Subseção de Marabá, sul do Pará, concluiu quarta-feira o julgamento de 32 processos referentes a trabalho escravo. Em 26 deles, as sentenças proferidas pelo magistrado condenaram 28 réus. Desse total de 26 processos, em seis deles os réus foram absolvidos da

Howard Zinn

Morreu Howard Zinn, o autor de "História do Povo americano", aos 87 anos. Esse livro foi publicado em 1980, sem nenhuma expectativa maior, mesmo porque contava aos americanos a sua história de um ponto de vista que, aparentemente, eles não queriam ouvir: a partir do olhar dos oprimidos, dos escravos, dos imigrantes que não deram sorte, das mulheres e dos excluídos. Porém, o livro se tornou um best-seller. Vendeu mais de um milhão de cópias, mesmo com suas mais de 700 páginas.  O New York Timnes Book Review escreveu: "O professor Zinn escreve com um entusiasmo raramente encontrado na prosa da história académica, e o seu texto está repleto de citações de líderes operários, resistentes à guerra e de escravos fugitivos" No Esquerda.Net encontro uma biografia sua:  "Nascido em Nova York em 1922, Howard Zinn era filho de imigrantes judeus e sofreu desde cedo a influência dos romances de Dickens. Aos 17 anos participou de uma manifestação política convocada pelos comu

Howard Zinn

Morreu Howard Zinn, o autor de "História do Povo americano", aos 87 anos. Esse livro foi publicado em 1980, sem nenhuma expectativa maior, mesmo porque contava aos americanos a sua história de um ponto de vista que, aparentemente, eles não queriam ouvir: a partir do olhar dos oprimidos, dos escravos, dos imigrantes que não deram sorte, das mulheres e dos excluídos. Porém, o livro se tornou um best-seller. Vendeu mais de um milhão de cópias, mesmo com suas mais de 700 páginas.  O New York Timnes Book Review escreveu: "O professor Zinn escreve com um entusiasmo raramente encontrado na prosa da história académica, e o seu texto está repleto de citações de líderes operários, resistentes à guerra e de escravos fugitivos" No Esquerda.Net encontro uma biografia sua:  "Nascido em Nova York em 1922, Howard Zinn era filho de imigrantes judeus e sofreu desde cedo a influência dos romances de Dickens. Aos 17 anos participou de uma manifestação política convocada pelos comu

A DS e Daniel Bensaid

Na caixa de comentários deste post tem um debate interessante sobre a DS, o PT e o internacionalismo socialista, que teve como um de seus representantes maiores, na atualidade, o filósofo político Daniel Bensaid, recentemente falecido. Publiquei este post na terça-feira, e como ele motivou o debate sobre o tema, a meu ver bem interessante, republico-o novamente. Dia 12 de janeiro faleceu, aos 64 anos, o filósofo e cientista político Daniel Bensaid. Foi um fundadores da Juventude Comunista revolucionária (JCR), com Alain Krivine, em 1966; um dos líderes de Maio de 68, com Daniel Cohn-Bendit; um dos fundadores da Liga Comunista Revolucionária, a LCR, partido trotyskista da França; um dos fundadores do Fórum Social Mundial; um dos fundadores da Fondation Louise-Michel, atualmente um centro importante da filosofia política na França e, em fevereiro do ano passado, um dos fundadores do Novo Partido Anticapitalista, NPA, juntamente com Olivier Besancenot. Sua atividade política foi intensa,

O fundamental para um política de direitos humanos

E como estamos falando sobre o III PNDH, destaco os seguintes pontos como sendo essenciais para uma política de Estado para os direitos humanos: - a legalização do aborto – porque as mulheres têm o direito de não mais se submeter à realidade dos abortos baratos ilegais; - a criação da Comissão da Verdade – porque os crimes da ditadura militar devem ser tratados como exemplos históricos, enfim... - a adoção de medidas de controle da ação policial – porque estamos cansados do privatismo histórico da ação repressiva no país e porque precisamos, enfim, de uma polícia pública, realmente... - a multiplicação dos referendos – porque a democracia brasileira é cínica e falsa, ainda... e, portanto, o país precisa de mais, de muitos mais mecanismos de democracia representativa... - a consolidação de mecanismos de Estado, e não, simplesmente, de governo, de transferência de renda – porque a dívida Brasil é com o brasileiros, antes de mais nada e, ademais, porque é uma dívida histórica. Sem es

O III PNDH 2

Duas das críticas que têm sido feitas ao 3º PNDH são as de que ele: a) é excessivamente abrangente e b) constitui um projeto político do governo. Ora, ambas estão erradas. Pelo seguinte: 1.       O que se entende, hoje, na comunidade internacional como direitos humanos, é algo amplo. Mais amplo do que duvida a vã filosofia dos setores mais conservadores da sociedade. Se a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, já garantia que os direitos humanos eram algo muito mais abrangente do que os direitos civis e políticos, uma série imensa de tratados, acordos e convenções internacionais, formatam o que, hoje, compreendemos como sendo o direito internacional dos direitos humanos, algo que protege direitos de várias dimensões: civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, de solidariedade, dos povos, entre outras. O Brasil ratificou, já, a imensa maioria desses tratados, acordos e convenções, sendo, portanto, obrigado a cumpri-los. Falta faze-lo, pois. 2.       O pro

O III PNDH 1

Como se sabe, o terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos deve chegar ao Congresso dividido em 27 projetos de lei. Triunfo eventual do Governo Lula – para alguns se trata de uma “Constituição petista” – ou combate prioritário da oposição, essa matéria vai, certamente, estar entre os grandes debates público de 2010. A grita da oposição já começou: O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) acusa o governo de ferir “prerrogativas constitucionais do Congresso no que se refere à iniciativa de leis”. Refere-se a pontos como o estabelecimento de audiências de conciliação antes mesmo da reintegração de posse de propriedades invadidas e a adoção de critérios de avaliação dos meios de comunicação. Dois pontos polêmicos, segundo o ponto de vista de direita mas, sejamos sinceros, um tanto óbvios sob a perspectiva de qualquer racionalidade. Segundo meu ponto de vista, o que está em causa é o fato, inovador, neste país que, miseravelmente, foi a pátria da escravidão, de que, no governo Lula, as polític

Sobre a Google e a China

Algumas observações sobre o conflito entre a Google e o governo chinês. A Google Inc. não é uma empresa heróica, motivada por ideais juvenis. Por outro lado, a China também não é grande coisa em matéria de respeito às liberdades civis. Por isso nós, aqui, poderíamos, simplesmente, dizer que isso é briga de branco, e eles é que se entendam. Porém, não resistiremos à tentação de dizer algumas palavras a respeito dessa inesperada e surpreendente briga de cachorros grandes, não é mesmo? Algo a mais deve estar por trás disso. Senão, vejamos: Ato um - o governo chinês pratica uma censura sofisticada e implacável à internet. Ato dois – a Google Inc. ameaça deixar suas operações no país. Não pode ser simples assim. Não pode ser espontâneo assim. Não pode ser irascível assim. Essa gente não é espontânea, simplesmente porque o capitalismo não é espontâneo. O que indigna a Google Inc. não é, propriamente, o atentado aos direitos de privacidade, reserva e comunicação, mas a demonstração de que ess

Alain Torraine: As 3 crises

Motivado pelo fracasso da conferência sobre o clima de Copenhague, o sociólogo francês Alain Tourraine publicou, no El País do dia 6 de janeiro passado, um artigo bem interessante que, poderia dizer, se bem o entendi, que a crise essencial não é econômica, social ou política, mas de percepção. Seria, ela, uma crise na própria percepção do homem sobre seu papel – político – num mundo em crise. Tourraine parte da crise econômica, eventual, para alcançar um plano maior, histórico: “Tenemos que reconocer que hemos llegado a los límites de lo posible intentando mantener nuestro modo de vida y nuestros métodos de gestión financiera. La suma de estos dos órdenes de problemas nos sitúa indiscutiblemente ante un peligro de catástrofe mayor”. Essa situação levaria a uma crise da própria ação política. Especificamente, da expressão política do descontentamento, das reivindicações e das denúncias. Como protestar? A quem criticar? Os conflitos atuais, sugere Tourraine, já não derivam de uma luta d

Escola de Chicago

Legal – para quem curte. O The New Yorker fez uma série de entrevistas com os grandes nomes da Escola de Chicago. O entrevistador foi John Cassidy. Os entrevistados foram   Richard Posner, Eugene Fama,   John Cochrane,   Gary Becker, James Heckman,   Kevin Murphy   e Raghuram Rajan. O grande mote é a crise econômica, mas o X da questão é o que restou da gloriosa Escola de Chicago para o pensamento econômico.

Chile 3

Mas... vejamos as coisas de outro modo: a implosão da Consertación é, em última instância, muito benéfica. Era a esquerda chilena – a Consertación -, em última instância, que impedia a formação de uma esquerda verdadeira, não-pactuante e, portanto, não-esclerozada. Considerando a tendência à esquerda da maioria da população chilena, muito inconformada com os rumos do país, com a política de alianças neoliberais estabelecidas e com a política assistencialista de um governo de esquerda que há 20 anos trai o seu próprio movimento histórico, a vitória da Alianza deve ser compreendida como um voto popular intuitivo. Um voto que pressente que essa esquerda de Bachelot, Frei et caterva precisa morrer para que alguma outra esquerda nasça. Afinal, a esquerda representada pela Consertación, excessivamente cristã – nenhum movimento cristão, como nenhum movimento religioso, no fim das contas, é, realmente, de esquerda – é a pedra que institucionaliza o infame regime do binominalismo e, assim, é a

Chile 2

O modelo político do país, deve ser dito, é infame. Forjou-se lá um certo sistema “binominal” que garante que, para cada deputado de uma determinada aliança política eleito automaticamente seja levado ao poder, junto com ele, outro deputado, não eleito, da “segunda aliança política mais votada”. Uma aberração do poder, sim, mas, efetivamente, um estratagema para a perpetuação do poder, já que são duas, efetivamente, as “alianças de porder” no país: a Consertación, de esquerda, e a Alianza, de direita. Com esse sistema, se estabelece uma paridade de poder que torna praticamente impossível qualquer mudança. Outra aberração é a existência de senadores vitalícios e designados, dentre os quais os comandantes das forças armadas e, pasme-se, o chefe da polícia.   Ademais, apenas recentemente foi derrubada uma lei que retirava a nacionalidade, com direito a voto e outros direitos civis a todos que, não importando se tivessem nascido no país ou se fossem filhos de pais chilenos, não habitassem

Chile 1

A derrota da esquerda, nas eleições do Chile, precisa ser avaliada para além da superficialidade. Durante 20 anos o Chile foi governado por uma aliança de esquerda, denominada Concertación. Os governos de Aylwin, Frei, Lagos e Bachelet se sucederam nessa aliança. Não obstante, todos eles fracassaram na missão de construir uma política socialista estruturada. Sendo mais especifico, todos eles fracassaram na tarefa de substituir as estruturas de um modelo capitalista por um modelo socialista. Estamos falando de estrutura, bem entendido, e não da superficialidade das políticas ditas “de esquerda”. A influência norte-americana na estrutura econômica do país é imensa e se consolida por meio de acordos bilaterais que, dentre outras conseqüências, afastam o Chile do Mercosul. Isso resulta, certamente, do pacto social dos setores mais progressistas com as elites, firmado ao fim da ditadura Pinochet, há 20 anos. Nele, os setores progressistas cederam muito. E depois não conseguiram recuperar o

Sobre a presença militar americana no Haiti

A presença dos Estados Unidos no Haiti está incomodando a comunidade internacional. Leio o seguinte e muito claro texto de Werner Garbers, publicado no blog La Citadelle , de professores da Unicamp no Haiti: “Os EUA estão mandando mais de 5 mil marines (dizem até 10 mil), obviamente muitos deles armados, dizendo que a reconstrução que buscam é a longo prazo… Também já têm o aeroporto em seu controle. Por que não priorizar 5 mil médicos, ou 5 mil litros de diesel, ou 5 mil quilos a mais de comida? Ou então 5 mil milhões de dólares pra pagar uma fração do prejuízo que o fracasso do neoliberalismo, liderado pelos EUA, causou ao Haiti?” A preocupação norte-americana, naturalmente, é evitar uma situação política difícil, de imigração em massa. Mas não só, é claro: dimensões de negócios e a geopolítica do Caribe também pensam.

O terremoto do Haiti visto da França

Não exatamente por mim, deveria dizer, apesar de que estava na França. Visto pelos franceses. O que eu vi foi os franceses verem o terremoto no Haiti.  A questão é óbvia, mas a visão é turva. O país destruído foi uma colônia francesa. E não qualquer colônia. Foi, talvez, a mais massacrada das colônias francesas. E a França precisou mergulhar nesse “dever de memória” que, antes é um reconhecimento de culpa. O Haiti foi a mais massacrada das colônias francesas por inúmeros motivos.  Sua proclamação de independência, em 1804, fazia do país uma vitória da história: a primeira república negra da história. E não só: a única nação tornada independente na América por meio de uma revolta de escravos. Sua independência abriria – embora isso quase não seja lembrado – o ciclo das independências na América Latina. Isso, a França não pôde reconhecer jamais. E jamais pôde aceitar. Sempre ecoou, na história da Revolução Francesa, o fato de que a abolição da escravidão tenha ocorrido, no Haiti, seis me

Sobre dois terremotos

Quando aconteceu o famoso terremoto de Lisboa, em 1755, a Europa inteira mergulhou numa reflexão que, hoje, não seria possível que se faça, motivados ou não pelo terremoto do Haiti. A época de Voltaire o permitia – e o próprio foi provavelmente o principal agente reflexivo aos quais me refiro. Essa reflexão teve um fundo a um só tempo filosófico e teológico, e disse respeito ao seguinte ponto de pauta: por que Deus permite que o mal aconteça? E por que permite que o mal vitime, com crueldade, os mais inocentes? Ora, sendo Deus um pai benevolente, como pode tolerar que tanto mal haja no mundo? A conjectura abria respostas mais terríveis que o próprio questionamento: ou Deus já não existia, ou ele não existia ainda , ou não era benevolente, ou não era todo-poderoso, ou não fazia distinção entre o bom e o mal. Em nosso tempo, já não sendo possível colocar a mesma questão com a mesma força que ela teve no século XVIII, podemos substituir a palavra Deus pela palavra Azar – no sentido mais

Zilda Arns

Há mortes que possuem certo simbolismo. A da dra. Zilda Arns, por exemplo, de tão inesperada e surpreendente. Que se diria, dessa morte de martírio para quem viveu como santa, que não seja plena de simbolismo? A dra. Zilda acreditava, basicamente, na educação. Sua compreensão da transmissão do conhecimento tinha, evidentemente, uma dimensão cristã, derivada, esta, da idéia da multiplicação. No evangelho de São João o milagre da multiplicação equivale a uma alegoria para a solidariedade. Ou seja: a educação é uma forma de multiplicação e esse é o movimento essencial da solidariedade – partilhar, ceder, criar redes de ação para mudar o mundo. Esse pensamento está na origem da Pastoral da Criança, criada em 1983 a pedido da CNBB, juntamente com o então arcebispo de Londrina, dom Geraldo Majella. Hoje, com 25 anos de atividades, a pastoral acompanhou 1.816.261 crianças menores de seis anos e 1.407.743 de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 volun

Zilda Arns

Há mortes que possuem certo simbolismo. A da dra. Zilda Arns, por exemplo, de tão inesperada e surpreendente. Que se diria, dessa morte de martírio para quem viveu como santa, que não seja plena de simbolismo? A dra. Zilda acreditava, basicamente, na educação. Sua compreensão da transmissão do conhecimento tinha, evidentemente, uma dimensão cristã, derivada, esta, da idéia da multiplicação. No evangelho de São João o milagre da multiplicação equivale a uma alegoria para a solidariedade. Ou seja: a educação é uma forma de multiplicação e esse é o movimento essencial da solidariedade – partilhar, ceder, criar redes de ação para mudar o mundo. Esse pensamento está na origem da Pastoral da Criança, criada em 1983 a pedido da CNBB, juntamente com o então arcebispo de Londrina, dom Geraldo Majella. Hoje, com 25 anos de atividades, a pastoral acompanhou 1.816.261 crianças menores de seis anos e 1.407.743 de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 vo

Eric Rohmer

Também neste janeiro faleceu, aos 89 anos, o cineasta francês Eric Rohmer. O que seu cinema tem de genial, para mim, é a capacidade de dialogar com a literatura e fazer, com ela, um cinema híbrido. Não um “cinema literário” ou uma “literatura filmada”, mas realmente um híbrido. Não é sem razão que Rohmer era, também, professor de literatura. Multipremiado, realizou 20 filmes. Foi um dos pais fundadores da Nouvelle Vague, uma escola de cinema acidamente literária. Seu grande tema foi a nudez das relações amorosas. Seu objetivo: desnudar, com total honestidade, os entreditos dessas relações. Sua estratégia narrativa era a ficção disfarçada por um tom documental. Uma farça deliciosa. Alguns outros pontos marcantes: o amor pelos diálogos, o ignorar das questões políticas, a predominância dos personagens sobre a trama. Romher é seu pseudônimo como cineasta. Cordier o seu pseudônimo como escritor – de um único romance, Elizabeth, publicado em 1946. Seu nome civil era Schérer. Nas

Jacques Martin

D ia 21 de janeiro faleceu Jacques Martin, desenhista, roteirista e escritor de quadrinhos, aos 88 anos, de um edema pulmonar. Jacques Martin, já órfão de pai, foi abandonado num orfanato por sua mãe. Como vários dos grandes autores de quadrinhos, fez seus estudos na École Catholique d'Arts et Métiers d’Erquelinnes, na   Bélgica. Em seguida, estudou engenharia na École Catholique d'Arts et Métiers. Logo após a Segunda Guerra, em 1946, começou a publicar seus primeiros desenhos. Em 1948 iniciou sua participação no Journal de Tintin, colaborando com Hergé (o criador de Tintin), então diretor artístico da publicação, e com Edgar P. Jacobs . Nesse mesmo ano criou Alix . Nos anos 1980, junto com outros desenhadores, trabalhou nas histórias de   Jhen , passadas na Idade Média. Outros personagens surgiram, sempre no campo da história:   Arno , na época napoleônica; Kéos no Egito antigo; Orion, na Grécia e Loïs, no século XVII. Acabei de comprar um quadrinho com um episódio de Lo

Derrotas, histrionismos e blogs

E ora que já são muitos os assuntos a comentar: a derrota da esquerda no Chile, a derrota do Haiti para um terremoto, o histrionismo do conservadorismo brasileiro diante do 3º PNDH, o histrionismo da Google em relação à China, o histrionismo das prospectivas eleitorais de 2010 e a novidade, na comunicação política local, que são os blogs da governadora Ana Júlia e do Cláudio Puty. E muitas outras coisas... Agendemo-nos.

Blog retomado

Back to Belém, após um mês na Europa, com escalas em Paris, Lisboa e Amsterdam. Cancelei Londres para ganhar tempo em Paris, por pura necessidade acadêmica. O botim da viagem é muito bom: fiz três comunicações científicas, estruturei um pós-doc, fiz contatos interessantes, discuti algumas idéias para estruturar melhor meu plano de trabalho, me comprometi a criar um blog, em francês, para falar a eles sobre a Amazônia. E eis-me aqui, não propriamente um cartesiano, mas apropriadamente cheio de idéias. Retomo o Hupomnemata e, em meio ao ano de 2010 já começado, com seus terremotos e a ansiedade de muitos, no plano político e no mercado da comunicação, renovo meu objetivo de ir tomando notas, ir escrevendo, ir comentando as coisas que tenho tratado aqui. Sem maiores compromissos, sem planos estratégicos de manipulação digital, acreditando sempre que a política que me diz respeito é a da longa duração e não a conjuntural.

Voltei, blog retomado

Hoje à noite recomeço a postar

Quem são os bons samaritanos

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 09/11/2009. Retorno no fim de janeiro. Um dos grupos humanos mais interessantes que encontrei, na minha pesquisa sobre identidades, foi o dos Samaritanos. Conhecemos essa gente sem identificar-lhes a identidade, dizendo que fulano ou beltrano é um “bom” samaritano. Mas, já lhes ocorreu de saber que vem a ser isto? Pois eles são, na verdade, um grupo étnico definido, com embates simbólicos e políticos e com uma história longa e rica. Sua história inicia com a conjuntara de um fato político hebreu – a divisão do reino de Abrahão em dois reinos, um ao norte, Israel e outro ao sul, Judá – com um fato militar assírio, seu expansionismo na direção de Judá. O reino de Israel hostilizava a mentalidade totalitária de Judá e se recusava a reconhecer a capital deste, Jerusalém, como “cidade santa”. Os cobiçosos assírios aproveitaram-se da disputa entre os dois estados hebreus para destruir Judá, tomar Je

Quem são os bons samaritanos

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 09/11/2009. Retorno no fim de janeiro. Um dos grupos humanos mais interessantes que encontrei, na minha pesquisa sobre identidades, foi o dos Samaritanos. Conhecemos essa gente sem identificar-lhes a identidade, dizendo que fulano ou beltrano é um “bom” samaritano. Mas, já lhes ocorreu de saber que vem a ser isto? Pois eles são, na verdade, um grupo étnico definido, com embates simbólicos e políticos e com uma história longa e rica. Sua história inicia com a conjuntara de um fato político hebreu – a divisão do reino de Abrahão em dois reinos, um ao norte, Israel e outro ao sul, Judá – com um fato militar assírio, seu expansionismo na direção de Judá. O reino de Israel hostilizava a mentalidade totalitária de Judá e se recusava a reconhecer a capital deste, Jerusalém, como “cidade santa”. Os cobiçosos assírios aproveitaram-se da disputa entre os dois estados hebreus para destruir Judá, tomar J

Compasso político 8

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 22/06/2009. Retorno no fim de janeiro. E até os grandes compositores tiveram vez. Olhem só, Wagner nunca enganou ninguém.

Compasso político 8

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 22/06/2009. Retorno no fim de janeiro. E até os grandes compositores tiveram vez. Olhem só, Wagner nunca enganou ninguém.

Compasso político 7

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 22/06/2009. Retorno no fim de janeiro. E, o que é muito legal, projeta o teste sobre os anos recentes da história britânica, conforme os fatos marcantes e as respostas sociais dadas, bem como de acordo com o partido que ocupava o poder, nesse momento. O resultado é seguinte: Sim, sim, é verdade, os Trabalhistas "vestiram a roupa do avesso".

Compasso político 7

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 22/06/2009. Retorno no fim de janeiro. E, o que é muito legal, projeta o teste sobre os anos recentes da história britânica, conforme os fatos marcantes e as respostas sociais dadas, bem como de acordo com o partido que ocupava o poder, nesse momento. O resultado é seguinte: Sim, sim, é verdade, os Trabalhistas "vestiram a roupa do avesso".

Compasso político 6

O blog está no modo "releitura". O post seguinte foi publicado originalmente no dia 22/06/2009. Retorno no fim de janeiro. E sobre os diversos candidatos a presidente e a vice, nas últimas eleições americanas: