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Mostrando postagens de setembro, 2009

Sem blogar

Caros, Estarei ausente do blog por dois ou três dias. Os dois últimos anos e meio de função pública engordaram-me doze quilos, varreram minha cabeça com os primeiros brancos, extraíram-me um grau e meio de visão e alguns neurônios, deram-me uma lordose, uma gastrite, uma hérnia hiatal e uma hérnia ignal, multiplicaram-me os índices triglicerídicos e o colesterol acima do ponderável, desconstruíram minha massa muscular e fizeram meus açúcares ulularem como se estivessem numa confeitaria florentina. Minhas proto-hemácias contorcem-se mais do que ameba em meio ácido e minhas pobres e infelizes mitocôndrias arrebentam-se num funk admoestado. Obviamente que estou em tratamento devido, em regime e medicado, mas será necessário que algo disso se cure com cirurgia. A qual faço amanhã, abrigado numa hibernal anestesia. Então, até a volta. Fiquem bem ;-)

A crise não foi para todos os bolsos

Segue o artigo que publiquei sábado passado no Diário do Pará. Fala sobre as diferentes perspectivas tidas sobre a crise econômica. A crise não foi para todos os bolsos Fábio Fonseca de Castro A revista Forbes publicou, na mesma semana em que a crise econômica completou um ano, a relação dos bilionários do planeta. Não foi de propósito, mas podemos tirar conclusões interessantes se compararmos com a lista dos bilionários de 2008. Por exemplo: Em 2008 havia 1.125 bilionários no planeta. Este ano eles foram, apenas, 793. O que explica o fato de que 332 pessoas deixaram de possuir, na sua riqueza pessoal, mais do que 1 bilhão de dólares? A crise. 332 pessoas. Um drama que foi acentuado na Rússia. Se compararmos a relação da Forbes nos dois anos perceberemos que a Rússia perdeu 2/3 dos seus bilionários. Se lemos a lista levando em conta os “dramas” pessoais envolvidos, sempre comparando as listas, percebemos que Lakshimi Mittal, nascido na Índia mas cidadão inglês, aliás, “rei do aço

A geração Y

Geração Y é um conceito usado por certos setores da pesquisa sociológica sobre mercados desenvolvida, principalmente, na França e Alemanha. Ela reúne as pessoas nascidas entre 1982 e 1997, tecnicamente pessoas que já nasceram num mundo, digamos assim, digitalizado. Aqueles que, como eu, nasceram de 1968 a 1981 pertencem, tecnicamente, à geração X - e os que nasceram de 1998 para cá formam a geração Z. Bom, esses conceitos necessitam de precisam sociológica, mas têm sido usados em pesquisas interessantes de perfil e cruzados com outras matrizas sociográficas. Os estudos sobre a geração Y são abundantes neste momento. Algumas de suas características: - assistem menos televisão que a geração X e, em relação à ela, possuem menos afetividade em relação à programação televisiva; diante de decisões de consumo apresentam uma tendência de ouvirem mais e melhor a sua rede social que a geração X; a geração X é mais subordinada à publicidade que a geração Y; é menos atingida, em relação à geração

Eyetracking

Eyetracking still é um programa útil para a pesquisa de recepção e de audiência. Um amigo me passou um email dizendo que ele foi empregado na empresa onde trabalha, na França, para melhorar a funcionalidade do serviço. O programa mede a mancha de leitura de uma página web, indicando não apenas o espaço de maior visibilidade, mas o fluxo de visualização da página e os pontos de fuga da visão. Ele é instalado e começa a produzir dados sobre cada máquina, decodificando-os, em seguida, conforme o usuário e os sites mensurados. Funciona como uma espécie de webcam associada ao mouse e produz duas matrizes analíticas, visual e tátil, ou seja, para onde você está olhando agora e por onde você passa o seu mouse (o mouse também ajuda a ler). O conceito em questão vem sendo compreendido como "recursos atencionais". Na web, diferentemente do papel impresso, os trajetos são heterogêneos. Descobriu-se que a mancha produzida por cada setor da empresa é diferente, bem como aquela produzida p

A noção de bioregião

E por falar em Pinsônia, para continuarmos no tema da geografia, Rebecca Blood, no seu blog Rebecca's Pocket , sugere um interessante conceito para bioregião: “a land and water territory whose limits are defined not by political boundaries, but by the geographical limits of human communities and ecological systems" . Melhor esclarecendo, que “A bioregion is an area that shares similar topography, plant and animal life, and human culture. Bioregions are often organized around watersheds, and they can be nested within each other. Bioregional boundaries are usually not rigid, and often differ from political borders around counties, states, provinces and nations. Ideally, bioregions are places that could be largely self-sufficient in terms of food, products and services, and would have a sustainable impact on the environment."

Pinsônia

Já ouviram falar em Pinsônia? É, ou deveria ter sido, uma província do Império do Brasil. Uma província que nos concerne. Ao menos no imaginário de Cândido Mendes de Almeida (1818-1881), jornalista, políticos e escritor maranhense. Cândido Mendes produziu um ótimo Atlas do Império do Brasil, publicado em 1873. Nele, incluiu, por sua conta e risco, essa província que nunca existiu e que teria Macapá por capital. Sujeito curioso. Eu escreveria um romance sobre Pinsônia. Abaixo uma cópia do mapa. Vejam como ela destaca do Pará o Cabo Norte (hoje transformado em estado do Amapá) e toda a margem esquerda do Amazonas.

Arqueologia da grafitagem

Foi aberta na aristocrática Fondation Cartier, em Paris, uma exposição interessante e incomum para o lugar: Grafitti Taxonomy. O projeto é o seguinte: durante quatro dias, em abril passado, foram fotografas pixações nas paredes e muros da cidade. 2.400 assinaturas foram classificadas e analisadas segundo sua tipologia e padrão. Descobriu-se que as dez letras mais comuns nessas assinaturas foram, em ordem decrescente, A,E,I,K,N,O,R,S,T, U. A partir desse trabalho, o design Even Roth encontrou e reproduziu similitudes, num trabalho de reinvenção que ele identificou como sendo uma "arqueologia": A grafitagem possui uma dimensão ritualistica, ou neo-ritualista, que merece ser estudada com independência de juízo. Ou melhor, com independência do senso comum que lhe compreende como uma doença a ser saneada. Além disso – e independentemente de toda observação antropológica e sociológica que se lhe possa fazer – também é preciso observar a grafitagem enquanto movimento cultural e

Venda de terras a estrangeiros

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados votará nesta semana o projeto que limita a venda de terras na Amazônia para estrangeiros. O projeto foi apresentado em 2001 e é de autoria do ex-deputado José Dirceu e do deputado Nilson Mourão (PT-AC). A proposta já recebeu parecer favorável do deputado José Genoino (PT-SP). Pelo projeto, estrangeiros poderão ser donos de terras de até 15 módulos fiscais. O proprietário deverá também ser residente, domiciliado ou instalado no País há pelo menos 10 anos. Estrangeiros não poderão ter imóveis rurais nas divisas da Amazônia Legal (Fonte: Agência Estado).

Back to B.

Diálogos, contatos, idéias... Retornei de Fortaleza. Acho que minha fala, na conferência preparatória de cultura, foi útil, pois produziu várias questões na platéia e um debate interessante. Depois, deu tempo de conversar com algumas pessoas, sobre as relações entre a fotografia local e o movimento FotoAtiva, diálogos culturais nessa área; sobre políticas culturais no Pará, políticas de comunicação do Pará, a Confecom, caminhos e re-caminhos da Democracia Socialista e do PT e outras coisas. Sim, e também vi como vai andando a dissertação de mestrado do Fabrício, sobre os pontos de cultura e da Ana Paula, sobre a Estação das Docas, ambas sendo desenvolvidas no mestrado em Políticas Públicas da Universidade do Estado do Ceará. Depois, deu tempo para tomar um café com a Cristiane e o Glauber e ver a Júlia, que não muito se empolgou com a minha gentil presença, antes de partir para a segunda sem-lei que meu amigo Glauber promove ...as segundas, embora não necessariamente; e conversar com

Aviso aos navegantes

Amanhã, segunda, não deverei postar nada. Logo cedo partirei para Fortaleza, onde vou participar de uma mesa redonda no seminário preparatório para a III Conferência Municipal de Cultura. O tema da mesa é Produção Simbólica e Diversidade Cultural, que será um dos eixos da futura conferência. É nesse tema que se encontram, nos textos-base do Ministério da Cultura, a relação entre cultura e comunicação. Duas coisas mais que paralelas: similares. Talvez mesmo apenas uma única coisa. A diferença está no fato de que as políticas culturais já estão há algumas milhas, em termos de empoderamento popular e concepção democrática que as políticas de comunicação. Na mesa terei a companhia de Fred 04 e de Pai Roberto. Fred 04 é compositor e cantor da banda Mundo Livre SA, um dos parceiros de Chico Science na fundação do movimento Mangue Bit. Pai Roberto foi secretário de turismo de Cainea, na Guiana, por dois anos. É alguém próximo de nós. Pertence à quinta geração do Asé Opo Afonja e, desde 2003,

Dois blogs paraenses observam Honduras

Aldenor Junior, no seu blog Página Crítica, observa com clareza a posição da mídia brasileira a respeito da situação de Honduras: Manuel Zelaya, o presidente constitucional deposto, é apresentado como um destrambelhado seguidor das ordens da Venezuela de Chavez, um satélite de Cuba e outras baboseiras do mesmo quilate. Vale muito à pena ler a continuação aqui . Também Levi Menezes acompanha esse tema com discernimento. Observa o seguinte: A atitude do Brasil tem sido a correta, e o país foi escolhido por Zelaya pela representatividade e respeito que dispõe. As acusações de um golpista não podem ser tomadas como verdade, e é uma vergonha que a imprensa brasileira tome esta postura de forma casuística. A toma porque é o governo brasileiro, o governo Lula. Se Zelaya estivesse na embaixada da Lituânia, estaria dando vivas ao governo Lituano. E tem mais aqui .

Dia de São Cipriano

Difícil explicar Cipriano, sua “Confissão” insólita descreve o Inferno. Seu “Livro de Receitas” tem coisas assim: “Tome-se um lagarto vivo, dos de lombo azul, meta-se numa panela nova bem tapada e leve-se a um forno para torrar. Logo que esteja bem seco, faz-se em pó e deita-se numa caixa de sãndalo. A mulher ou homem que deseje cativar o coração de qualquer pessoa basta dar-lhe uma pitadinha desse pó em vinho ou café e terá essa pessoa sempre às suas ordens” .

Eu quero meu chip também!

Provavelmente você já viu o hit "Me dá meu chip!" no Youtube. Se não viu, veja. Já teve mais de um milhão de acessos, você não vai querer ficar de fora. Agora o que eu acho realmente incrível é a variedade de versões novas aparecendo para a coisa, num diálogo que nos mostra o que é a capacidade e a agilidade da cultura digital. Por trás da brincadeira, do humor e, por que não dizer, da alegria de viver, está um nova esfera pública. A internet não é comunicação pessoal e não é mídia de massa, é mídia social. A cultura digital é comunicação pública verdadeira. Abaixo uma versão de Darth Vader querendo o seu chip.

Madman

Donald Draper é um publicitário dos anos 1960. Trabalha na agência Sterling Cooper. A série devia ser um drama, mas ganhou um contorno de humor. É impossível tratar desse assunto sem recair num pouco de humor. Trata-se de Madman. O que é bem interessante é ver um pouco da história da publicidade quando campanhais reais são criadas por essa agência e personagens fictícios. Menos engraçado é ver o funcionamento do departamento de mídia da agência. Aliás, aqui fica a parte dramática do programa. Aqui descobrimos que publicidade não é criação, é mídia. Aqui se vão 90% do orçamento dos clientes.

Eleições na Alemanha

Acontecem no próximo domingo, como também em Portugal. Pelo correr das rodas os dois grandes partidos, o SPD, formado por social-democratas, e o CDU, composto por democrata-cristãos, devem diminuir. Isso coloca em risco a continuidade do governo de Angela Merkel, que é formado por uma aliança desses dois grandes partidos com vários outros menores. A tendência é de crescimento de partidos de esquerda, notadamente o “A Esquerda” e os “Verdes”. No dia 30 de agosto passado ocorreram as eleições estaduais no país e essa foi a tendência dominante.

Tu és a Alemanha

Há uns dois anos um grupo de empresas alemãs, com apoio do Estado, produziu uma campanha de propagando densa, muito rica, muito interessante, objetivando elevar a auto-estima dos alemães. A peça central era um VT com dois minutos de duração e o seguinte texto, recitado em crescente explosivo: "Uma borboleta pode provocar um ciclone. O movimento de ar provocado pelo bater das suas asas pode derrubar árvores a alguns quilômetros de distância. Do mesmo modo que uma aragem pode provocar uma tempestade, também a tua ação pode ter resultados. Irrealista, dizes tu? Porque é que incitas a tua equipe no estádio, se a tua voz é tão insignificante? Porque é que agitas bandeiras quando o Schumacher dá as suas voltas? Tu sabes a resposta: porque da tua bandeira se fazem muitas bandeiras, e da tua voz se faz um coro. Tu és uma parte de tudo, e tudo é uma parte de ti. Tu és a Alemanha. A tua vontade é estimulante. Faz com que o teu avançado preferido e o Schumi sejam mais rápidos. Não interes

Tu és a Alemanha

Há uns dois anos um grupo de empresas alemãs, com apoio do Estado, produziu uma campanha de propagando densa, muito rica, muito interessante, objetivando elevar a auto-estima dos alemães. A peça central era um VT com dois minutos de duração e o seguinte texto, recitado em crescente explosivo: "Uma borboleta pode provocar um ciclone. O movimento de ar provocado pelo bater das suas asas pode derrubar árvores a alguns quilômetros de distância. Do mesmo modo que uma aragem pode provocar uma tempestade, também a tua ação pode ter resultados. Irrealista, dizes tu? Porque é que incitas a tua equipe no estádio, se a tua voz é tão insignificante? Porque é que agitas bandeiras quando o Schumacher dá as suas voltas? Tu sabes a resposta: porque da tua bandeira se fazem muitas bandeiras, e da tua voz se faz um coro. Tu és uma parte de tudo, e tudo é uma parte de ti. Tu és a Alemanha. A tua vontade é estimulante. Faz com que o teu avançado preferido e o Schumi sejam mais rápidos. Não interes

Mídia golpista 3

Chico Cavalcante sobre a cobertura que o JN está dando ao golpe em Honduras: “Existe um lugar onde o golpe hondurenho tem uma saudosista acolhida: o noticiário da rede Globo. Hoje, no Jornal Nacional, uma matéria tentava justificar o golpe como uma decisão da "Suprema Corte", ou seja, os militares não deram um golpe, apenas "cumpriram uma decisão judicial". Todo o texto aqui .

A propósito, o PNAD

, DadosA propósito, não comentei os dados do PNAD. Não tive tempo, apesar de adorar ler dados. Reproduzo, na ausência, o resumo feito pelo próprio IBGE. O emprego subiu 2,8% de 2007 para 2008. Quem puxa é a construção civil, que cresceu 14% em um ano e criou 900 mil novos postos de trabalho. O crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada, em um ano, foi de 33%. Aumentou o contingente de trabalhadores com 11 anos ou mais de de estudos. Aumentou o número de domicílios ligados à rede de esgotos. O crescimento do acesso à internet é espantoso foi de 20% em um ano ! O rendimento real do trabalho subiu 1.7%. O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda, melhorou: passou de 0,57 em 2001 (governo FHC) para 0,52 em 2008. (Quanto mais próximo de 1 o coeficiente de Gini, pior a distribuição de renda.) 97,5% das crianças entre 6 e 14 anos estão na escola. A maioria dos brasileiros se considera ou negra ou parda. Mais no IBGE .

Jogo de palavras

No Blog do OniPresente , depois da publicação dos resultados do PNAD: “Alguém sabe o significado das palavras: FMI, RISCO BRASIL, RECESSÃO, MORATÓRIA, EMPRÉSTIMO INTERNACIONAL, ROLAGEM DE DÍVIDA EXTERNA, DÍVIDA EXTERNA? Essas palavras andavam na boca da MIDIA quando os TUCANOS tocavam a NAU SEM RUMO chamada Brasil. Hoje, com LULA no comando, tudo que sabem repetir é: MENSALÃO, PETRALHA, APEDEUTA, BOLSA-ESMOLA, FORA SARNEY, MORALIDADE NO SENADO, LINA VIEIRA, FORA LULA e nada, nada, nadica de nada sobre: Pobreza (caindo) concentração de renda (caindo) Inserção Social ( subindo) Permanência do jovem na Escola (subindo) Renda ( subindo) Emprego (subindo)"

Jogo de palavras

No Blog do OniPresente , depois da publicação dos resultados do PNAD: “Alguém sabe o significado das palavras: FMI, RISCO BRASIL, RECESSÃO, MORATÓRIA, EMPRÉSTIMO INTERNACIONAL, ROLAGEM DE DÍVIDA EXTERNA, DÍVIDA EXTERNA? Essas palavras andavam na boca da MIDIA quando os TUCANOS tocavam a NAU SEM RUMO chamada Brasil. Hoje, com LULA no comando, tudo que sabem repetir é: MENSALÃO, PETRALHA, APEDEUTA, BOLSA-ESMOLA, FORA SARNEY, MORALIDADE NO SENADO, LINA VIEIRA, FORA LULA e nada, nada, nadica de nada sobre: Pobreza (caindo) concentração de renda (caindo) Inserção Social ( subindo) Permanência do jovem na Escola (subindo) Renda ( subindo) Emprego (subindo)"

Ah, madinejad!

Bem ridículo o discurso de Ahmadinejad, o presidente golpista do Irã, ontem, na ONU. Racista e medíocre como sempre. Lembremos que, na semana passada, numa manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.

Socialismo 2.0

A revista "Wired" de Julho contém o artigo de Kevin Kelly intitulado "The New Socialism", que começa assim: "Wikipedia, Flickr and Twitter aren't just revolutions in online social media. They're the vanguard of a new cultural movement. Forget about state ownership and five-year plans. A global collectivism society is coming - and, this time round, you're going to like it". Não é possível discutir o futuro do socialismo sem pensar na relação entre o socialismo e as novas tecnologias. Vou escrever um texto chamado Socialismo e Democracia 2.0

O mensalão da mídia golpista 2

Em relação ao post anterior, completêmo-lo com outros dados bem atuais e bem esclarecedores. - DO de 12 de maio de 2009: Aquisição de 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo por R$ 2.704.883,60. - DO de 15 de maio de 2009: Aquisição de 5.449 assinaturas do jornal O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. - DO de 21 de maio de 2009: aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Editora Globo, por R$ 1.190.061,60. Tudo com verbas da educação. O NaMariaNews indaga: Um mensalão da mídia? Quem faz isso é o partido dos senadores Mário Couto e Flexa Ribeiro, essa pústula social chamada PSDB. E não me venham falar em Kits Escolares. Falem disso primeiro. Expliquem isso primeiro. Ou não vêem diferença entre a educação, no PT, pagar uniforme, mochila e agenda para os alunos e a educação, no PSDB, pagar mesada para a grande mídia?

O mensalão da mídia golpista 1

O blog NaMariaNews , monitora a deterioração da educação em São Paulo , governo José Serra. O caso é grave. Bem grave mesmo. Mas o PiG não o noticia. O blog fez uma pesquisa detalhada no Diário Oficial de São Paulo e informou de que maneira as verbas da educação se transformam em verbas de publicidade. Dizendo mais claramente: como o dinheiro que deveria ser investido na educação vira “jabá” – um jabazão – para o grupo Abril. Vejam só: - DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara “inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola. - DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008. - DO de

Ao contrário, a Newsweek...

Ao contrário, a Newsweek, por meio de seu site, destaca a ação do governo brasileiro em Honduras ao mesmo tempo em que saúda Lula como “o político mais popular do mundo” . Popular no sentido de querido e de respeitado. Caro PiG, é duro mas é verdade, não adianta espernear. Está aqui . Prezadas elites nacionais, senadores Mario Couto e Flexa Ribeiro, não adianta espernear. Sinto muito, mas não adianta. Permaneçam acoivarados e acoitados, se quiserem, nesse medo fóbico do PT e da sua capacidade, de gerar respostas mais satisfatórias, políticas mais justas e posições mais respeitáveis no cenário internacional.

Necrologia 2.0

Necrologia 2.0. Como tu gostarias de ser lembrado, depois da tua morte? Eis a questão místico-fúnebre colocada pelo projeto ScanMemories . O projeto possibilita a geração de recordações multimídia sobre o cidadão. Usa a tecnologia RFID para etiquetar objetos multimídia. Achei a página de abertura do ScanMemories radicalmente sinistra: um tom azulado e um efeito de “perda do sinal” são mórbidos. Eu heim...

Nativos digitais

Foi publicado o livro “Nativos Digitais. Dieta cognitiva, inteligencia colectiva y arquitecturas de la participación ” , de Alejandro Piscitelli, um dos grandes intérpretes da internet na América Latina. É professor de três das mais importantes universidades de Buenos Aires: a UBA, a Flacso e a San Adrés. Seu blog é leitura central para compreender os novos meios, bem como o site Interlink Headline News , o qual edita. Já um outro livro seu, " Post-Televisión. Ecología de los medios en la era de Internet" , de 1998 e o achei elucidativo para compreender o papel atual do vídeo. Há ali alguns ecos com a noção de "ecologia da imagem", de Susan Sontag, mas com o diferencial de que Piscitelli inclui, na sua leitura, os múltiplos componentes do digital.

A vitória de Irina

Irina Bokova, 57 anos, que venceu ontem as eleições para dirigir a Unesco, é um quadro público popular e festejado do Partido Socialista da Bulgária (ex-comunista). Estudou em Moscou, fez especialização na Universidade de Harvard, nos EUA, e foi ministra das Relações Exteriores entre 1996 e 1997. Foi também um dos artífices para a aceitação Bulgária na União Européia e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e era a representante de seu país junto à Unesco. Suceder ao japonês Koichiro Matsuura na Unesco não é um problema difícil. A Unesco é de uma solidez impressionante e de uma coerência a toda prova. Complexo seria o antissemitismo do outro candidato, o egípicio Farouk Hosni, apoiado pelo Brasil – que perdeu a belíssima chance de fazer de um brasileiro o novo dirigente da instituição.

Freud 70

A 70 anos de sua morte, hoje celebrados, Freud ainda ensina, e me ensina o seguinte: o inexplorável não é inexorável. Leibnitz já havia teorizado sobre o inconsciente, um século antes de Freud, mas Freud deixou clara a diferença entre o inconsciente (matéria prima da psicanálise) e o subconsciente (matéria prima da psicologia). Elizabeth Roudinesco, cuja clareza de pensamento concorre com a própria capacidade mnemônica, tem observado como a psicanálise, hoje, é dominada por um pensamento neoconservador, mas também prevê a rebelião próxima – como, aliás, seu mestre, Lacan. Temos chance de fazê-la a partir dos Estudos Culturais. Ou, a partir de uma reflexão sobre o papel do desejo na contemporaneidade. Já não é, afinal, a mesma coisa. E a psicanálise é, antes de tudo, uma teoria sobre o desejo. Ou, a patir da nossa compreensão da política, pois vacilar eternamente entre o Bem e o Mal é doloroso. Ou, ainda, porque, ainda, vamos ao cinema, porque a melhor maneira de ver um filme é pelas le

Dia de Santa Tecla

Hoje é dia de Santa Tecla. Ela era a esposa fiel de Zamiro, com quem vivia na vila de Icônio. Um belo dia chegou à vila o apóstulo Paulo, que começou a pregar a mensagem do Cristo. Tecla escutou-o de dentro de casa, mas ficou tão fascinada pela doutrina que logo se incorporou aos já numerosos discípulos de Paulo. Aí aparece sua mãe, mulher inconformada e incosútil, que a acusou, ao proconsul romano, de ter abandonado o lar. Tecla foi condenada à fogueira e Paulo foi expulso de Icônio. Acederam a fogueira e lá colocaram a infeliz, mas Tecla nem corou. Permaneceu viva e ilesa. E quando perceberam, Paulo estava ajoelhado, orando próximo à fogueira. Todos ficaram aterrorizados, então Paulo retirou tecla da vfogueira e rumaram juntos, com os demais seguidores dos futuros, para Antioquia. Lá chegando um sujeito se enamorou de Tecla e tentou desposa-la, e como esta se recusasse, denunicou-a ao proconsul local, que a condenou a ser atirtada num fosso onde havia crocodilos e serpentes. E mais u

Tecnologia política 2

Leiam mais sobre essas coisas no Personal Democracy Fórum , de onde vem o slogan A tecnologia está mudando a política . E aqui embaixo segue um interesse vídeo sobre os gastos do governo Obama com tecnologia da informação.

Tecnologia política 2

Leiam mais sobre essas coisas no Personal Democracy Fórum , de onde vem o slogan A tecnologia está mudando a política . E aqui embaixo segue um interesse vídeo sobre os gastos do governo Obama com tecnologia da informação.

Wiki government

Vivek Kundra é chefe do Escritório de Informações da administração Obama. Sua função é simplificar o conjunto das informações do governo. Todas as secretarias (ministérios) e departamentos, ou seja, a administração direta do governo, se reporta a ela, prestando contas detalhadamente sobre suas ações. Ela produz relatórios simplificados que abastecem diretamente três setores da Casa Branca: o Chefe de Comunicação, o Secretário de Imprensa e o Chefe de gabinete adjunto (equivalente a sub-chefia da Casa Civil). Cada um dá providências relativas a suas funções. O Chefe de Comunicação pensa em termos de marketing, de publicidade e produz um pensamento de fundo estratégico. O Secretário de Imprensa faz o dia-a-dia da comunicação de governo, funcionando também como porta-voz do Presidente. O sub-chefe da Casa Civil produz a leitura política dos relatórios de governo. Outros profissionais seguem essa cadeia de produção da informação. Vinculado diretamente ao Chefe de comunicação está o sujei

Wiki government

Vivek Kundra é chefe do Escritório de Informações da administração Obama. Sua função é simplificar o conjunto das informações do governo. Todas as secretarias (ministérios) e departamentos, ou seja, a administração direta do governo, se reporta a ela, prestando contas detalhadamente sobre suas ações. Ela produz relatórios simplificados que abastecem diretamente três setores da Casa Branca: o Chefe de Comunicação, o Secretário de Imprensa e o Chefe de gabinete adjunto (equivalente a sub-chefia da Casa Civil). Cada um dá providências relativas a suas funções. O Chefe de Comunicação pensa em termos de marketing, de publicidade e produz um pensamento de fundo estratégico. O Secretário de Imprensa faz o dia-a-dia da comunicação de governo, funcionando também como porta-voz do Presidente. O sub-chefe da Casa Civil produz a leitura política dos relatórios de governo. Outros profissionais seguem essa cadeia de produção da informação. Vinculado diretamente ao Chefe de comunicação está o sujei

Heranças à Esquerda 18

Meu ponto de partida Quem acompanha esta série de artigos, à qual chamo Heranças à Esquerda, sabe que eles surgem (ver aqui , aqui e aqui ) de indagações que me levam a buscar uma identidade política nos escombros de duras experiências de governo, de partido, de pesquisa sociológica e de leitura. Acho que é fundamental, neste momento, e por muitas razões, construirmos referenciais contemporâneos para a democracia e para o socialismo. E é por isso que estou falando sobre isso. Mas deixem-me recolocar a questão essencial para estes tempos em que comemoramos, entre estupefactos e crentes, o ocaso do neoliberalismo: e agora? Que fazer? (Já ouvimos isto antes, não?). Que futuro para a esquerda e que esquerda para o futuro? Recupero minhas heranças à esquerda e coloco-as na mesa, construindo castelos de carta. Que heranças tenho, por que caminhos andar? Não sou orgânico, não tenho ilusões de espaço e não tenho projeto político que não seja coletivo. Porém, festejo o ocaso do muro de W

A morte de Irving Kristol

Na sexta passada morreu, aos 89 anos, Irving Kristol, sujeito cuja obra constitui uma das bases do pensamento neoconservador. Juntamente com Daniel Bell, principal teórico de linha conservadora no debate sobre a pós-modernidade, criou, na década de 1960, a revista The Public Interest. Encontrei no The Wall Street Journal um curto mas esclarecedor artigo seu. Seu pensamento não nos serve para nada, mas é sempre interessante ver as amarras ideológicas que PSDB e DEM, aqui no Brasil, mas outros partidos congêneres, mundo afora, têm, em relação a seu conservadorismo. Bom, obviamente não há senadores e deputados, no PSDB ou no DEM, sobretudo no Pará, que tenham lido Irving Kristol. Certamente. E tanto melhor, aliás.

Ciro, plano B, ofertório de triangulação

Alguém aí se lembra do que disse Clinton à sua equipe econômica, na frente das câmeras, logo que tomou posse pela primeira vez? Ele disse: "We're all Eisenhower Republicans" , Todos nós somos republicanos à la Eisenhower. Essa frase ficou famosa, lembro que foi super comentada e que, enquanto comunicação política, coroou a sua tática política essencial, a qual o levou à eleição e à reeleição (sem contar nas inesperadamente vitoriosas batalhas com o parlamento) conhecida pelos especialistas como a "triangulação" - depois transformada, por Lula, na "triangulação fiesp". Lembrei dela hoje de manhã, quando li nos principais jornais brasileiros - como que num estranho movimento orquestrado - notas, matérias e editoriais sugerindo que Ciro Gomes seria um Plano B para o PT, na disputa eleitoral. Lembrei de Clinton e de sua tática de triangulação porque o despontar de Ciro Gomes me pareceu como que um ofertório do empresariado nacional ao presidente. Algo co

A nota do MST sobre a CPI

Segue na íntegra a nota divulgada pela Secretaria Nacional do MST e protocolada no Congresso Nacional. A Nota posiciona o movimento em relação à criação da CPI do MST, que está sendo articulada pela bancada ruralista, com apoio da imprensa golpista. A força das nossas mobilizações e o avanço das conquistas dos trabalhadores Sem Terra causaram uma forte reação do latifúndio, do agronegócio, da mídia burguesa e dos setores mais conservadores da sociedade brasileira contra os movimentos sociais do campo, em especial o MST, principalmente por conta do anúncio da atualização dos índices de produtividade da terra pelo governo Lula. Denunciamos que a CPI contra o MST é uma represália às nossas lutas e à bandeira da revisão dos índices de produtividade. Para isso, foi criado um instrumento político e ideológico para os setores mais conservadores do país contra o nosso movimento. Essa é a terceira CPI instalada no Congresso Nacional contra o MST nos últimos cinco anos. Além disso, alertamos

Brel, Les bombons

O poema de domingo abaixo é, na verdade, a canção Les Bombons, de Jacques Brel. É um deboche descomunal, com o sotaque belga, com a fama dos belgas de serem bobos e com a conhecida lentidão belga. Isso tudo cantado por alguém, Brel, que nunca deixou de referir a sua, digamos assim, belgicidade. Brel é um exemplo do que é ter humor quanto à própria identidade. Meu caro amigo Marcelo Marques comentou o poema de domingo dizendo que gostaria de entender francês para poder o ler. Aqui está um video de Brel cantando Les Bombons. Dá pra sentir o clima. O mote é o seguinte: eu lhe trouxe bombons, porque as flores são uma coisa que murcha, e além disso os bombos são tão bons! ainda que as flores sejam mais apresentáveis, sobretudo quando elas estão em botão... O conquistador leva a moça para ver os trens passarem na praça central de Bruxelas, é domingo a tarde, mas só o que ela quer é, na verdade, encontrar com o seu namorado. Aceita sair com o sujeito mais apresentável (para a mãe) para, na ve

Poemas de domingo 7

Poemas para aqueles que, como eu, lamentam os domingos. Les bonbons Je vous ai apporté des bonbons Parce que les fleurs ça est périssable Puis les bonbons c'est tellement bon Bien que les fleurs soient plus présentables Surtout quand elles sont en boutons Mais je vous ai apporté des bonbons J'espère qu'on pourra se promener Que Madame votre mère ne dira rien On ira voir passer les trains A huit heures moi je vous ramènerai Quel beau dimanche allez pour la saison Je vous ai apporté des bonbons Si vous saviez ce que je suis fier De vous voir pendue à mon bras Les gens me regardent de travers Y en a même qui rient derrière moi Le monde est plein de polissons Je vous ai apporté des bonbons Oh! oui! Germaine est moins bien que vous Oh oui! Germaine elle est moins belle C'est vrai que Germaine a des cheveux roux C'est vrai que Germaine elle est cruelle Ça vous avez mille fois raison Je vous ai apporté des bonbons Et nous voilà sur la grand'place Sur le kiosque on joue

Lançado o Twitteleh

Para distender: um vídeo que apresenta o Twitteleh, o novo aplicativo para você, que tem uma mãe judia, uma iidish mama, mantê-la informada, a todo momento, sobre suas atividades: se está usando o quipá, se tem se alimentado, se está bem agasalhado e sobre ...quem é essa moça que está ao seu lado mesmo?

Sobre pelotas e trilhos

Um exemplo de como o Brasil tem dificuldade para agregar valor às suas commodities. Um exemplo que nos diz respeito a nós, paraenses. Já não exportamos somente minério de ferro. Já fazemos pelotas de ferro, como todos sabem. Pelotas agregam valor à produção, todos sabem. A China, dentre outros países, gostam de pelotas de ferro. Usam-nas para fabricar trilhos. Trilhos de ferro. Para fabricar uma tonelada de trilhos, a China compra algo entre 1,7 e 1,8 toneladas de pelotas de ferro. Essa venda rende algo entre US$ 136 e US$ 144. O Brasil, por sua vez, assim como gosta de vender pelotas, gosta de comprar trilhos. Trilhos fabricados na China com o ferro paraense. E paga, por eles, US$ 850 a tonelada. A distância entre o Maranhão e a China é de 16.500 km . Os navios levam pelotas e trazem trilhos, descarregam os trilhos e embarcam mais pelotas. Fazendo os descontos, paga-se algo como US$ 706 por tonelada de trilho. Damos uma sete toneladas de pelotas por uma tonelada de trilhos. Trilhos q