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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Lançamento de As Identificações Amazônicas

Esta semana entra em circulação meu novo livro, AS IDENTIFICAÇÕES AMAZÔNICAS. Lançado pela editoria do Naea, o Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA, o livro reúne 8 capítulos que exploram diferentes perspectivas da questão identitária no espaço amazônico. Os artigos dialogam com processos intersubjetivos de construção de sentidos identitários e com sutis questionamentos sobre as percepções hegemônicas da identidade. Partindo da compreensão de que muitas e variadas são as Amazônias, à despeito da sua representação dominante como “região”, como espaço coerente de identidade, busca-se pensar as identidades sociais como processos de bricolagem, identificações sempre em curso, em contínua invenção e reinvenção. O livro está disponível na Amazon, em versão e-book. Em versão impressa, somente sob encomenda, enquanto durar a pandemia. Mais informações no meu site: fabiofonsecadecastro.org ou pelo email sisamazonia@gmail.com. No site há outros conteúdos informando sobre o l

Belém como metrópole cultural e criativa da Amazônia

Debatendo o tema « Belém como metrópole cultural e criativa da Amazônia : Quais são as condições e possibilidade para que isso aconteça ? ». HOJE, às 11h, no Projeto Circular, pelo link https://youtu.be/UX9j4cezPaM

Sobre o banimento da música instrumental da Rádio Cultura

Corre rapidamente a notícia de que a Rádio Cultura baniu a música instrumental de sua programação diária, relegando-a a programas especiais. Gostaria de dizer que me uno ao coro dos descontentes com essa decisão.   Como bem disse o Delcley Machado, a música instrumental tem uma história e uma energia forte em Belém. Tem uma tradição de qualidade e de envolvimento de públicos. Desde os anos 1920, quando iniciou a febre dos “bailes de clube” com as diversas orquestras que atuavam na cidade - dentre as quais as dos maestros Guiães de Barros, Oliveira da Paz e Marcos Drago, dentre outros, passando pelo grande maestro Alberto Mota, já nas décadas de 1940 a 60 - Belém tem um envolvimento profundo com o instrumental. Tudo isso produziu heranças valiosas. No final dos anos 1960 e começo dos 70, o grupo Sol do Meio Dia - com o baixo de Minni Paulo, Odorico na guitarra, Zé Macedo na percussão e o baterista Magro, se formou na juventude católica de Belém, com apoio do fabuloso padre Raul e suas j

Ainda sobre a Covid e a UFPA: corrigindo um erro e recuperando o debate que merece ser feito

A respeito do tema do planejamento da UFPA em relação ao ano de 2021 e ao retorno possível às atividades presenciais - tema que discuti em publicação anterior - gostaria de fazer uma correção e algumas observações. A correção diz respeito ao que afirmei sobre falha na tramitação interna do debate. Tomei por base, para afirmá-lo, o fato de que, na condição de representante docente junto à Congregação de minha unidade na instituição, o ILC, não havia recebido a minuta e os documentos que tratavam da matéria. De fato não os recebi, mas pela razão de que meu endereço email havia, por erro, sido excluído do mailling da Congregação. Essa situação foi esclarecida pelo ILC, o erro corrigido e, de minha parte, retiro minha consideração e peço desculpas pelo equívoco. Isto dito, sigo em direção às considerações: O texto produziu um debate interessante circulando em listas da UFPA, mas cabe dizer que esse debate elegeu um centro que, na verdade, é secundário: ou seja, desloca o debate dos verdade

Covid: Repentina mudança de rumo na UFPA provoca crise institucional

A comunidade da UFPA foi recentemente surpreendida com uma proposta da reitoria de retorno às aulas presenciais associada à multiplicação punitiva da carga horária de trabalho e de estudos e à adoção de uma "política de bandeiras" - não pouco famosa e aclamada em redutos negacionistas. De meu ponto de vista, tenho a dizer o seguinte: 1) Sou radicalmente contra qualquer proposta que sugira o retorno das atividades presenciais antes que a população brasileira tenha sido vacinada e que o risco de contaminação da Covid-19 tenha sido dirimido. Inclusive, acho que temos, como cientistas, a responsabilidade social e política (grande ilusão achar que cientistas não têm responsabilidade política…) de transmitir à sociedade uma mensagem politica clara quanto a isso: retorno ao presencial só com a população brasileira vacina. 2) Estou me sentindo PROFUNDAMENTE desrespeitado por essa proposta. E isso por 2 razões:  A proposta, em si mesma, ao impor 3 semestres a serem realizados em um ún

Mesa redonda Políticas Culturais, Democracia e Inclusão Social

A mesa reune três pesquisadores importantes do campo das políticas culturais no Brasil - Lia Calabre (Fundação Casa de Rui Barbosa), Alexandre Barbalho (Universidade do Estado do Ceará) e Luiz Augusto Rodrigues (Universidade Federal Fluminense) e ocorre no Seminário online Desenvolvimento, (In)Sustentabilidade e Sociobiodiversidade, no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da UFPA. Inscrições gratuitas no site congresse-me/eventos/sedeins, dia 08/12/2020, de 16h às 18h.

Sobre Giscard d’Estaing

A Covid acabou de levar, também, Valéry Giscard d’Estaing, presidente da França entre 1974 e 1981. A primeira história que escrevi na vida, creio que em 1976, aos 8 anos, narrava os diálogos entre um galo, chamado Pierre Cocovan, e ele. Infelizmente perdi o manuscrito... mas guardo de memória as gargalhadas de meu tio Arcelino Esperante, que a adorou – contra as expectativas de meu avô José, que esperava que eu escrevesse um conto de capa e espada e de meu pai, que desejava que eu escrevesse uma poesia de denso lirismo.  Mas voltemos a Giscard d’Estaing. Era um sujeito curioso: liberal e reformista, conservador mas pertencente a um tempo onde a direita ainda conseguia produzir gente responsável, comprometida com a melhoria da qualidade de vida da pessoas e com a justiça social.  Além disso, foi um internacionalista, um dos agentes centrais da construção da União Europeia. Oriundo da alta burguesia e da École Nationale d’Administration, o ENA, instituto francês de excelência na formação

Recordação de Eduardo Lourenço, mais um grande que partiu

Faleceu em Lisboa, hoje, aos 97 anos, o ensaísta Eduardo Lourenço.  Lourenço formou-se pela Universidade de Coimbra e publicou o  primeiro livro,   Heterodoxias , em 1949.   Estudou em seguida na Universidade de Bordeaux e atuou nas universidades de Hamburgo, Heidelberg e Montpellier. Em 1960 radicou-se na França, sendo professor da Universidade de Nice até 1988. Aposentado, atuou como adido cultural da embaixada portuguesa em Roma e, posteriormente, a partir de 2013, estabeleceu-se em Lisboa. É autor de um dos livros mais importantes da língua portuguesa,  O Labirinto da saudade, de  1978, mas deixou uma obra imensa, composta por, dentre muitos outros,  Fernando Pessoa Revisitado  (1973),   Tempo e Poesia  (1974),   Poesia e metafísica  (1983),   As Saias de Elvira  (2006) e   Do Colonialismo como nosso impensado  (2014).  Recebeu diversos prêmios, inclusive o  D. Dinis, em 1995, o Camões, em 1996 e o Fernando Pessoa, em 2011. Eduardo Lourenço vinha com certa frequência a Belém, visit