A respeito do tema do planejamento da UFPA em relação ao ano de 2021 e ao retorno possível às atividades presenciais - tema que discuti em publicação anterior - gostaria de fazer uma correção e algumas observações.
A correção diz respeito ao que afirmei sobre falha na tramitação interna do debate. Tomei por base, para afirmá-lo, o fato de que, na condição de representante docente junto à Congregação de minha unidade na instituição, o ILC, não havia recebido a minuta e os documentos que tratavam da matéria. De fato não os recebi, mas pela razão de que meu endereço email havia, por erro, sido excluído do mailling da Congregação. Essa situação foi esclarecida pelo ILC, o erro corrigido e, de minha parte, retiro minha consideração e peço desculpas pelo equívoco.
Isto dito, sigo em direção às considerações:
O texto produziu um debate interessante circulando em listas da UFPA, mas cabe dizer que esse debate elegeu um centro que, na verdade, é secundário: ou seja, desloca o debate dos verdadeiros problemas.
A tônica do debate está sendo o encaminhamento da matéria, a rapidez com que ela está sendo tratada. O foco da questão, a meu ver, não é esse e nem a questão de “bandeiras”. Na verdade, os temas centrais desse assunto são:
- O excesso de abrigar 3 semestres em um ano
- O controle pandêmico
Em relação ao excesso de abrigar 3 semestres em um ano, creio que isso gera diversos problemas. Primeiramente, leva a questões de ordem trabalhista, que certamente serão discutidas pelos sindicatos.
Em segundo lugar, compromete a produtividade docente e discente. No texto anterior é a isso que chamo de construção punitiva, pois é uma decisão que não leva em conta o fato de que, apesar das dificuldades, 2020 foi um ano de muito trabalho, tensão e insegurança para todos.
Em terceiro lugar porque, indiretamente, é uma decisão que afirma o discurso que “professor trabalha pouco”, coisa que não é verdade, um discurso que tem o efeito de legitimar o ataque que as universidades públicas estão sofrendo.
Em relação ao tema do controle pandêmico, acho que, mais do que nunca, é preciso afirmar que o pleno retorno às atividades presenciais deve se feito somente quando a população tiver sido vacinada.
Trata-se de uma questão de saúde pública que acabou por possuir uma dimensão política. A meu ver, qualquer sinal de um retorno gradual acaba legitimando o discurso negacionista. A hora é de afirmar claramente a necessidade de que toda a população seja vacinada.
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