Cada um de nós tem seus artistas de fundo, desses que nos acompanham de alguma forma, nem sempre muito presentes mas, por-alguma-razão-por-ali. Tenho muitos deles e um era Leonard Cohen, morto ontem, aos 82. Poeta, compositor e cantor, judeu de Montreal, sujeito meio metafísico, dado a abordagens estranhas do quotidiano e à evocação de imagens antigas por meio de suas palavras modernas, Cohen foi uma grande inspiração para mim; várias, reiteradas e repetitivas vezes. O impacto de Suzanne me dura longamente, talvez porque misture a imagem de um lago - e a borda de um lago é meio que meu primeiro habitat - com a dessa mulher, meio espiritual, com a qual o narrador tem - et moi avec - uma profunda comunhão espiritual. Jamais poderei descrever o quanto essa música me provocou, repetidas vezes, a insólita experiência da re-paixão, do re-amor, da re-ternutra, do re-estar-junto à minha companheira e, o quanto a Marina re-foi Suzanne. Bom, ainda que precise ser dito que a Marina n