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Mostrando postagens de julho, 2014

Link para os últimos números de algumas revistas científicas na área da comunicacão

Publico aqui o link para os números recentes de algumas revistas do campo da comunicação: Conexão - Comunicação e Cultura , da Universidade de Caxias do Sul. Comunicação e Sociedade , da Universidade do Minho - que traz um dossiê sobre  Ética na Comunicação , com participação de Clifford G. Christians, Jane B.Singer, Carlos Maciá-Baber e Luís Sá Martino, entre outros. Esferas , publicação conjunta dos programas de pós-graduação do Centro Oeste, que traz o dossiê Comunicação e Interculturalidade . Rádio-Leituras , da Universidade Federal de Santa Maria Mediação , dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da FUMEC, ue traz o dossiê Comunicação em jogo: o esporte e o lúdico sob a lógica midiática. Intexto , revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS. Revista IHU do Instituto Humanitas da UFRJ, com o dossier Jornalismo pós-industrial . http://www.ihuonline​.unisinos.br/impress​a/ Adendo posterior: E tam

Debate sobre a democratização das mídias

Hoje a noite estarei debatendo a democratização das mídias numa plenária da campanha do deputado federal Cláudio Puty. 

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”

A foto-bomba da rainha da Inglaterra. Iniciando uma teoria dos selfies.

Jogos da Commonwealth, em Glasgow, na Escócia, ontem. As duas moças são jogadoras de hockey australianas. Iam apenas fazer um selfie, no momento em que a Rainha estivesse passando, lá atrás. Não esperavam o que aconteceu: a Rainha da Inglaterra, talvez involuntariamente, parou para aparecer no selfie das meninas. Percebemos aí mais uma variação da autonarratividade própria da cultura contemporânea. A rainha não apenas para e se faz aparecer na foto alheia: ela desliza para dentro, inclina a face num autoenquadramento intencional e sorri. Não saberemos se o fez num arroubo intencional de humor ou num ato involuntário, distraído, que tanto pode ser de gentileza como de humor. Veja-se que o selfie, qualquer selfie, rompe com a narratividade di-reta das fotos mais comuns - nas quais há a intencionalidade da imagem, a escolha do objeto fotografado e das condições de luz e na qual se estabelece uma narrativa "sobre algo". Mas o selfie também se diferencia daquel

Piscadelas, preconceitos e humor de resistência

- Negão, te trouxe isto aqui! - Negão é o cu da puta que te pariu! Sou afrodescendente. Mas se tiveres a minha cor eu deixo passar. Deixa eu ver quem está aí... Ah, és tu! E deu uma piscadela para o rapaz. Uma piscadela. Hoje fui trocar o óleo do carro. No posto, o responsável pela tarefa era um sujeito negro. Falador e simpático. Troquei algumas ideias com ele. Terminada a tarefa, estava pagando minha conta quando veio alguém trazendo para ele uma encomenda. Concentrado na operação de coisar meu cartão de crédito, ele estava de costas para o rapaz que chegava. Foi quando se deu o diálogo que reproduzo acima. Uma piscadela explica muito. Bem conhecemos quantos antropólogos já falaram de piscadelas. Geertz, Rosaldo, Dawsey, Turner... Bem sabemos o quanto piscadelas denunciam dos entre-ditos, pós-ditos, quase-ditos, não-ditos. - Se és tu, está tudo bem. O rapaz que trazia a encomenda era negro, como ele. Observador silencioso, fiquei pensando o quanto silentes são as s

A cauda longa da Fifa

Todos os brasileiros se indignaram com a arrogância da FIFA durante a preparação da Copa do Mundo, mas apenas alguns puderam lavar a alma quando a Polícia brasileira prendeu gente da FIFA e expôs a corrupção em torno da empresa Match Services . Se foram apenas alguns isso se deu porque a cobertura da mídia estava comprometida em reafirmar a própria arrogância colonizadora - que lhe é habitual - e não explorou o assunto. A notícia passou. Mas a repercussão crítica ainda não. Li há pouco o excelente artigo da correspondente da Deutsche Welle no Brasil, Astrid Prange, sobre o assunto. Vejam um trecho: Até pouco tempo atrás, o banco dos réus estava reservado ao país anfitrião, o Brasil. A Fifa não se cansou de criticar a lentidão nos preparativos do espetáculo esportivo. (...) Mas agora a situação se inverteu. Não é mais o Brasil, mas a Fifa que precisa ouvir sérias acusações. E a lista de transgressões é longa. A empresa Match Services, parceira da Fifa, estaria envolvida na venda

Duplos, triplos, preconceitos

Esta semana vi um excelente filme, no CineLíbero Luxardo . “ Pelo Malo ”, ou cabelo ruim, produção venezuelana dirigida por MarianaRondó . O filme conta a história de um moleque de uns sete anos de idade, vivendo num suburbio de Caracas, obcecado por alisar seu cabelo crespo para aparecer numa foto como “cantor”. A mãe, viúva e desempregada, não compreende o que passa na cabeça do filho e suspeita que esse desejo de alisar o cabelo é um sinal de homossexualidade tangente. - Eu não te amo. - Eu também não te amo, dizem-se os dois. O preconceito cega. O menino tem o preconceito da “cor”, da “raça” e se autodenega. Sua mãe tem o preconceito da sexualidade, e, degenando o filho por causa disso, também se autodenega. Preconceitos são cadeias de sentido. São redes, tecidos vivos, que tendem a se disseminar e a se superpor. Denegação é o termo que encontro para discutir como se produzem as exclusões de si – talvez as mais delicadas e as mais absurdas. Tratei um pouco disso nu

Comentário: A reunião dos BRICs, para além do pessimismo da mídia

Impressionante como a imprensa brasileira se posicionou contra criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do correspondente fundo estratégico, pelos cinco BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Uma postura que não é inesperada. Impressionante, mas não inesperada. Em meio ao apagão crítico que atravessa, inebriada por um militantismo anti-PT, a imprensa brasileira se abstêm tanto de criticar o governo onde ele precisa ser criticado como de reconher as iniciativas importantes para a sociedade e o Estado brasileiro. A criação do Novo Banco de Desenvolvimento é uma dessas iniciativas importantes. Ela tem uma dimensão geopolítica maior, na conjuntura mundial. Dá aos BRICs o poder de questionar e de propor alternativas aos modelos econômicos impostos pelo FMI e outras instituições lideradas pelos países centrais, pois se conforma como uma alternativa ao FMI. Trata-se de um fato novo e maior da geopolítica mundial   e que consolida o aspecto multilateral da conjuntura