Todos os brasileiros se indignaram com a arrogância da FIFA durante a preparação da Copa do Mundo, mas apenas alguns puderam lavar a alma quando a Polícia brasileira prendeu gente da FIFA e expôs a corrupção em torno da empresa Match Services. Se foram apenas alguns isso se deu porque a cobertura da mídia estava comprometida em reafirmar a própria arrogância colonizadora - que lhe é habitual - e não explorou o assunto.
A notícia passou. Mas a repercussão crítica ainda não. Li há pouco o excelente artigo da correspondente da Deutsche Welle no Brasil, Astrid Prange, sobre o assunto. Vejam um trecho:
A notícia passou. Mas a repercussão crítica ainda não. Li há pouco o excelente artigo da correspondente da Deutsche Welle no Brasil, Astrid Prange, sobre o assunto. Vejam um trecho:
Até pouco tempo atrás, o banco dos réus estava reservado ao país anfitrião, o Brasil. A Fifa não se cansou de criticar a lentidão nos preparativos do espetáculo esportivo. (...) Mas agora a situação se inverteu. Não é mais o Brasil, mas a Fifa que precisa ouvir sérias acusações. E a lista de transgressões é longa. A empresa Match Services, parceira da Fifa, estaria envolvida na venda ilegal de ingressos da Copa. Árbitros da Fifa são acusados de ignorar entradas duras em campo. E as equipes de segurança da Fifa não foram capazes de garantir a segurança dos espectadores no estádio.
A derrocada da Fifa mostra quão mal informados sobre o maior país da América Latina estão a entidade máxima do futebol e a opinião pública mundiais. A crítica da Fifa aos atrasos nas obras dos estádios e à infraestrutura precária se encaixava muito bem nos clichês vigentes sobre o Brasil. Sol, samba, carnaval e futebol, e, naturalmente, corrupção – essa era a perfeita descrição de um país simpático, mas longínquo.
Delicia ler isso. Sabemos que é verdade. A reafirmação da arrogância colonizadora da Fifa pela grande mídia e pelas elites, com seus preconceitos e seu ódio político, faz com que muitos percam de vista as coisas tal como elas, de fato, são.
Vejam outro trecho do artigo da jornalista:
O Brasil não é um país que se entrega de joelhos para a Fifa, mas uma democracia e um Estado de Direito. Isso ficou mais uma vez comprovado pelo excelente trabalho dos investigadores brasileiros. Se eles tivessem contado com a prometida colaboração da Fifa, pouco teriam avançado. O Brasil acabou com a onipotência da Fifa. Suas novas roupas são mais transparentes do que ela gostaria que fossem.
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