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Mostrando postagens de novembro, 2006

Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Quinto pecado: Ausência de políticas de leitura Com os índices de escolaridade que possui, o Pará precisa formar, com urgência, uma geração de leitores. A leitura é uma estratégia de promoção social complementar às políticas de educação e o espaço por excelência por meio do qual estas últimas se ligam às políticas culturais. O PSDB não percebeu isso em nenhum momento dos últimos doze anos. Não houve investimento público conseqüente na área da leitura, não houve revitalização ou ampliação dos poucos recursos existentes. A política cultural para a leitura se centrou no projeto da Feira do Livro, que, não obstante seus méritos, não pode ser considerado, realmente, como uma política de leitura. Em primeiro lugar porque está centrado numa perspectiva de troca econômica e, como se sabe, nem todo mundo pode comprar livros. Aliás, poucos podem fazê-lo. Em segundo lugar, porque pressupõe a leitura como uma efeméride: como um festival que acontece uma vez por ano. Ninguém que lê realmente, lê du

Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Quarto pecado: Ruptura do diálogo com setores importantes da intelectualidade urbana O único modo de fazer uma política cultural democrática é viabilizando a constância do diálogo com os artistas e intelectuais locais. Isso não quer dizer – e aí reside uma das faltas mais graves do PSDB – que a política cultural seria feita para eles, para esses agentes, mas sim com eles, necessariamente e permanentemente, porque a sua experiência constitui a melhor matéria reflexiva que se pode ter para elaborar políticas no campo da cultura. O fato é que o PSDB sempre pressupôs que os artistas e intelectuais são movidos por interesses pessoais, e pretendem, exclusivamente, encontrar formas de se beneficiar das benesses do Estado. Ora, pensar dessa maneira é pressupor que o artista é um agente social norteado pelo interesse econômico, coisa que não é, absolutamente, verdade. Essa atitude é imensamente ofensiva e desrespeitosa e, no seu bojo, procura reduzir o papel social do artista ao de mero instrum

Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Terceiro pecado: Confusão entre cultura e turismo A cultura possui uma relação estratégica e evidente com o turismo, mas a cultura não é só turismo. O PSDB procurou ver a cultura como um instrumento de promoção do turismo, o que é legítimo, mas, nessa operação, acabou reduzindo a complexidade e a variedade cultural à lógica imposta pelo turismo. Apresentar grandes obras como a Estação das Docas como política cultural é obscurecer grandes lacunas deixadas no campo da produção e da crítica. Apresentar obras importantes como o Museu de Arte Sacra como um projeto cuja principal função é a revitalização do turismo é perder de vistas a sua dimensão reflexiva. A cultura valoriza o turismo e isso é muito importante, mas reduzir a função da cultura a esse objetivo equivale a se desvalorizar a si mesmo. Trata-se, com efeito, de uma espécie de prostituição cultural: a pretexto de ganhar uns tostões, se reduz a complexidade cultural paraense. Para facilitar a vida dos turistas, se reduz as contrad

Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Segundo pecado: Ausência de interiorização A política cultural do PSDB produziu efeitos importantes, a ponto de ter sido, como observamos, um dos temas principais da campanha eleitoral recentemente havida. Porém, o cenário privilegiado – e quase exclusivo – desses efeitos, foi a capital do estado. As regiões do interior do estado foram tratadas como colônias da capital, e não como parte conexa de uma problemática cultural que resulta em variedade, e não em igualdade. É importante observar que a variedade não é, de forma alguma, um problema. Aparentemente, o governo não pôde compreender que a trama da variedade e da diversidade cultural é benéfica e, culturalmente, enriquecedora. Aparentemente, o governo precisou trabalhar com uma perspectiva binária, baseada em oposições elementares e reducionistas, como capital/interior, erudito/popular, paraense/migrante, procurando, por todos os meios, converter o diferente em igual – mesmo que esses meios tenham sido a inanição de recursos, o despr

Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Primeiro Pecado: Elitismo Elitismo é a crítica mais comum que, nos últimos doze anos, tem sido feita à política cultural do PSDB. Comumente, se compreende elitismo como uma cultura dita “de elite”, acusando-a de dialogar, quase exclusivamente, com produções culturais eruditas. Na verdade, porém, o verdadeiro elitismo é uma ação voltada para grupos privilegiados da sociedade e desenvolvida por meio de estratégias autoritárias. Ou seja, o elitismo não está, primordialmente, no objeto cultural, seja ele “erudito” ou não, mesmo porque os objetos culturais “eruditos” são legítimos e importantes para o desenvolvimento social. Ele está, na verdade, na forma fechada da política cultural, na sua intransigência em dialogar com agentes culturais que se distanciam dos padrões “eruditos”, na arrogância presente na sua visão de mundo e na sua tenacidade em privilegiar os agentes que identifica como seus pares no processo cultural. A política cultural do PSDB foi direcionada a uma minoria branca, mac

Os 10 pecados da política cultural do PSDB no Pará - Introdução

Resolvi publicar no blog a primeira parte do novo paper do Laboratório de Sociomorfologia, no qual discuto o que seria uma gestão de política cultural social e democrática. O momento é oportuno, justamente, porque dentro de pouco mais de um mês começa o governo de Ana Júlia no Pará. O momento é impressionante: primeiro governo petista no estado e primeira mulher a governá-lo. Na área cultural, a missão será árdua, porque a gestão anterior, nos seus doze anos de ação, deixou lacunas graves, mas também obras de visibilidade e apelo. A idéia é contribuir com a discussão já em curso na cidade. A primeira parte deste novo paper do LabSo faz uma crítica da gestão do PSDB. A segunda parte alinha alguns elementos que deveriam nortear a próxima gestão cultural. Seguem os 10 pecados anunciados. Publicare3i um por dia, para não cansar: O PSDB - não apenas no Pará, mas por índole nacional – se caracteriza, no campo cultural, por ser um partido que pensa a cultura de maneira não-antropológica, embo

17a sessão do Seminário de Sociomorfologia

Como combinado, teremos o Seminário de Sociomorfologia nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, às 15 horas, no auditório do curso de Comunicação. Nesta sessão debateremos os textos de Ana Pizarro - "Áreas culturais na modernidade tardia" - e de José Luis Cabaço & Rita Chaves - "Franz Fanon" (textos 11 e 12, espectivamente) que estão no livro organizado por Abdala Jr, "Margens da Cultura". O texto 11 ficará à cargo da Nerusa, bolsista do Projeto Tribos Urbanas e o texto 12... bem, esqueci quem vai apresenta-lo.

17a sessão do Seminário de Sociomorfologia

Como combinado, teremos o Seminário de Sociomorfologia nesta quinta-feira, dia 30 de novembro, às 15 horas, no auditório do curso de Comunicação. Nesta sessão debateremos os textos de Ana Pizarro - "Áreas culturais na modernidade tardia" - e de José Luis Cabaço & Rita Chaves - "Franz Fanon" (textos 11 e 12, espectivamente) que estão no livro organizado por Abdala Jr, "Margens da Cultura". O texto 11 ficará à cargo da Nerusa, bolsista do Projeto Tribos Urbanas e o texto 12... bem, esqueci quem vai apresenta-lo.

Papes do Laboratório de Sociomorfologia - Lançamento

Está saindo hoje o décimo segundo Paper de pesquisa do Laboratório de Sociomorfologia. É o terceiro publicado na série Políticas da Identidade e tem o seguinte título: "Por uma política cultural democrática e social no estado do Pará". Este paper traz uma crítica da experiência de política cultural tida pelo PSDB, no Pará, nos últimos 12 anos. Em seguida, o paper sugere possíveis desdobramentos para o que seria uma política cultural social (e socialista) e democrática. Os papers do LabSo são fornecidos sob encomenda ( hupomnemata@gmail.com ).

Olhar moderno / olhar pós-moderno

Vou substituir a Marina na aula de hoje de Sociologia da Imagem. Na verdade, vou iniciar o desenvolvimento de um tema no qual nós dois trabalhamos juntos: a discussão comprada sobre o modo de ver de uma sociedade moderna e o modo de ver de uma sociedade pós-moderna. O ponto de partida para nossa discussão é o trabalho de Walter Benjamin sobre materialidade da cultura moderna, especialmente sobre o flâneur, personagem emblemático dessa modernidade. O roteiro da aula é o seguinte: Partiremos de uma interpretação sobre a importância da visualidade na cultura francesa urbana do século XIX. Discutiremos a relação entre as reformas urbanas do governo de Napolão III e as imagens e seguiremos pensando sobre a importância das imagens para a concretização das utpoias modernas, tanto no Segundo Império como na Belle Époque. Acompanharemos essa reflexão com apoio de Benjamin e por meio do flâneur, esse sujeito social, algumas vezes coletivo, que materializa o sonho buguês de ver. Em seguida, darem

O flâneur

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O flâneur

Como se sabe, o flâneur foi uma das figuras humanas emblemáticas da modernidade, nos estudos de Walter Benjamin sobre a filosofia material desse período histórico. Se caracterizaria como um indivíduo cujo principal interesse é deixar-se levar a andar pela cidade, observando-a em seu movimento humano e em seu movimento histórico. O flâneur, mesmo sem o desejar, acabaria por se constituir como um indivíduo culto, tantas são as pequenas informações que acaba coletando sobre a cidade moderna. Seu saber é microscópico e multifacetado, caleidoscópico, talvez, e parece destinar-se somente a si, a um uso pessoal, marcado pela propensão ao individualismo que caracteriza o homem moderno. Cf. Benjamin 1989.

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 5

A perspectiva metodológica A influência do método fenomenológico: o Etapa 1: objetivação (ou reificação) – realização de uma seleção dos significados possíveis e sua ordenação com fins práticos. § Sub-etapa a: Seleção - filtragem da informação disponível, o que se dá por meio de distorções, inversões e reduções, eliminações, retenções ou supressões de atributos, observando-se a interação da representação social analisada em relação às ideologias e aos sistemas de valores que as envolvem; § Sub-etapa b: Formação de esquemas figurativos – constituição de um padrão – de uma imagem – plena de sentido e, portanto, coerente para os atores sociais envolvidos na etapa anterior. § Sub-etapa c: Naturalização – aproximação dos “equemas figurativos” constituídos à realidade, aqui compreendida em termos de “consenso”. o Etapa 2: ancoragem - enraizamento da objetivação no espaço social. Estabelecimento das relação de nexo teórico, em relação às perspectivas estabelecidas na investigação. o A perspec

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 5

A perspectiva metodológica A influência do método fenomenológico: o Etapa 1: objetivação (ou reificação) – realização de uma seleção dos significados possíveis e sua ordenação com fins práticos. § Sub-etapa a: Seleção - filtragem da informação disponível, o que se dá por meio de distorções, inversões e reduções, eliminações, retenções ou supressões de atributos, observando-se a interação da representação social analisada em relação às ideologias e aos sistemas de valores que as envolvem; § Sub-etapa b: Formação de esquemas figurativos – constituição de um padrão – de uma imagem – plena de sentido e, portanto, coerente para os atores sociais envolvidos na etapa anterior. § Sub-etapa c: Naturalização – aproximação dos “equemas figurativos” constituídos à realidade, aqui compreendida em termos de “consenso”. o Etapa 2: ancoragem - enraizamento da objetivação no espaço social. Estabelecimento das relação de nexo teórico, em relação às perspectivas estabelecidas na investigação. o A perspec

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 4

Os desenvolvimentos do núcleo teórico Abric (1989) cria o modelo de um núcleo central que teria duas funções o organizar a hierarquização interna das representações o atuar como uma força homogeneizadora de grande impacto sobre as instâncias culturais da sociedade e sobre os processos psicológicos do indivíduo e do grupo. Flament (1994) estabelece uma diferença entre o as representações fortes, bem estruturadas e plenas de sentido, capazes de conferir uma orientação semiótica aos seus diversos “satélites cognitivos” e o as representações fracas, pouco organizadas e dispersas. Dan Sperber (1996) desenvolve a noção de « epidemiologia das representações », com o que pretende investigar a « propagação dos estados mentais em uma população ». Rouquette et Rateau (1998) abordam as relações intergrupos e intragrupos, classificando as representações em quatro padrões-tipo: o a representações « de consenso », que são assimiladas pela maior parte da sociedade e que, dessa maneira, possuem uma e

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 4

Os desenvolvimentos do núcleo teórico Abric (1989) cria o modelo de um núcleo central que teria duas funções o organizar a hierarquização interna das representações o atuar como uma força homogeneizadora de grande impacto sobre as instâncias culturais da sociedade e sobre os processos psicológicos do indivíduo e do grupo. Flament (1994) estabelece uma diferença entre o as representações fortes, bem estruturadas e plenas de sentido, capazes de conferir uma orientação semiótica aos seus diversos “satélites cognitivos” e o as representações fracas, pouco organizadas e dispersas. Dan Sperber (1996) desenvolve a noção de « epidemiologia das representações », com o que pretende investigar a « propagação dos estados mentais em uma população ». Rouquette et Rateau (1998) abordam as relações intergrupos e intragrupos, classificando as representações em quatro padrões-tipo: o a representações « de consenso », que são assimiladas pela maior parte da sociedade e que, dessa maneira, possuem uma e

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 3

Referenciais teóricos conceituais complementares o Denise Jodelet: “É uma forma de conhecimento socialmente elaborada e partilhada que tem uma dimensão prática e que concorre para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (1994:1) o Jean-Claude Abric : “A representação não é, portanto, um simples reflexo da realidade ; ela é uma organização significante. A representação funciona como um sistema de interpretação de realidade que rege as relações dos indivíduos com o seu ambiente físico e social, determinando seus comportamentos ou suas práticas”(1994:13). As funções das representações sociais 1. constituição de um saber comum 2. orientação das condutas e dos comportamentos 3. constituição e fortalecimento da identidade

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 3

Referenciais teóricos conceituais complementares o Denise Jodelet: “É uma forma de conhecimento socialmente elaborada e partilhada que tem uma dimensão prática e que concorre para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (1994:1) o Jean-Claude Abric : “A representação não é, portanto, um simples reflexo da realidade ; ela é uma organização significante. A representação funciona como um sistema de interpretação de realidade que rege as relações dos indivíduos com o seu ambiente físico e social, determinando seus comportamentos ou suas práticas”(1994:13). As funções das representações sociais 1. constituição de um saber comum 2. orientação das condutas e dos comportamentos 3. constituição e fortalecimento da identidade

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 2

Referencial teórico fundador o Serge Moscovici (1961). o Objeto: Que são as “representações sociais”? o As regras que regem os pensamentos coletivos e, portanto, a subjetividade manisfesta: as visões de mundo, os espíritos do tempo, o senso comum, os consensos e estereótipos, crenças e preconceitos, o pensamento banal, o pensamento “naïf”, o quotidiano. o “Conjuntos dinâmicos de teorias ou de ciências coletivas sui generis, destinadas à interpretação e à descrição do real. (...) Um corpus de temas, de princípios, tendo uma unidade e se qplicando a zonas, de existência e de atividade, particulares (que) determinam o campo das comunicações possíveis, dos valores ou das idéias presentes nas visões partilhadas pelos grupos e que regem, a partir de então, as contudas desejáveis e admissíveis”. o Tese 1 de Moscovici: O impulso mediático: A especificidade do fenômeno nas sociedades contemporâneas, marcadas pela intensidade e fluidez das trocas simbólicas pela via dos atuais aparelhos mediátic

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 2

Referencial teórico fundador o Serge Moscovici (1961). o Objeto: Que são as “representações sociais”? o As regras que regem os pensamentos coletivos e, portanto, a subjetividade manisfesta: as visões de mundo, os espíritos do tempo, o senso comum, os consensos e estereótipos, crenças e preconceitos, o pensamento banal, o pensamento “naïf”, o quotidiano. o “Conjuntos dinâmicos de teorias ou de ciências coletivas sui generis, destinadas à interpretação e à descrição do real. (...) Um corpus de temas, de princípios, tendo uma unidade e se qplicando a zonas, de existência e de atividade, particulares (que) determinam o campo das comunicações possíveis, dos valores ou das idéias presentes nas visões partilhadas pelos grupos e que regem, a partir de então, as contudas desejáveis e admissíveis”. o Tese 1 de Moscovici: O impulso mediático: A especificidade do fenômeno nas sociedades contemporâneas, marcadas pela intensidade e fluidez das trocas simbólicas pela via dos atuais aparelhos mediátic

A imagem é uma representação em curso

Uma citação interessante e pertinente ao curso Teoria da Imagem, que estamos concluindo nesta semana: "Mas se as imagens mentais são um primeiro território onde se cruza o esforço diário dos professores, quer na sua interiorização individual e de grupo, quer na sua construção social, outros existem não menos urgentes. As imagens atravessam o quotidiano dos alunos, dos professores, dos cidadãos. Que imagens? As imagens dos manuais escolares, as que publicitam os produtos de que temos mais ou menos necessidade, as imagens de informação, de desporto ou ficção que as televisões fazem passar ininterruptamente, as imagens inteiramente fabricadas nos computadores que não existem em lugar algum da realidade, as imagens médicas que ditam a nossa saúde ou a nossa doença.Como deve a escola ocupar-se da imagem, destas imagens? São múltiplos os pontos de entrada para a ecologia da imagem ter contributos da escola. Limitemo-nos a considerar seis eixos possíveis de orientação. Primeiro: a melhor

Seminário de Sociomorfologia

Confirmo a todos o Seminário de Sociomorfologia desta quinta-feira, dia 16 de novembro, às 15 horas, no auditório de Comunicação. Começaremos com a apresentação da Iris, sobre os textos de Sodré e de Paiva, ambos presentes no livro "Comunicação e Cultura das Minorias", de Paiva e Barbalho. Os textos estão na pasta do Seminário, na Xerox do CLA.

Seminário de Sociomorfologia

Confirmo a todos o Seminário de Sociomorfologia desta quinta-feira, dia 16 de novembro, às 15 horas, no auditório de Comunicação. Começaremos com a apresentação da Iris, sobre os textos de Sodré e de Paiva, ambos presentes no livro "Comunicação e Cultura das Minorias", de Paiva e Barbalho. Os textos estão na pasta do Seminário, na Xerox do CLA.

Aula sobre Representações Sociais - Ficha 1

Fontes teóricas primárias da Representações Sociais · · Émile Durkheim o Objetivo: comprovar a realidade e a autonomia dos fenômenos psíquicos e, assim, refutar toda concepção organiscista da consciência, de modo a combater a idéia de uma origem mecanicista e linear dos fenômenos da subjetividade – o biologismo, ou fisiologismo, social, etc. o Noções fundamentais: simbolismo social, idealizações coletivas (in Représentations individuelles et représentations collectives, In Revue de métaphysique et de morale, tome IV, mai 1898). · Escola durkheimiana o Objetivo: a exploração das subjetividades sociais o Influências: Marcel Mauss (teoria do don), École des Annales, os estudos do desenvolvimento cognitivo empreendido por Piaget, o interacionismo simbólico de Levy-Bruhl e o estruturalismo. · Fenomenologia

O tema das “representações sociais”, em Moscovici

A noção de representações sociais tem sua origem na noção durkheimiana de simbolismo social. Procurando identificar os processos constituintes das produções mentais sociais, Durkheim fala em elementos de “ idealizações coletivas”. Efetivamente, seu objeto imediato, nesse trabalho de 1898, se refere às representações individuais. Procurando comprovar a realidade e a autonomia dos fenômenos psíquicos e, assim, combater a idéia de uma origem mecaniscista e linear dos fenômenos da subjetividade – o biologismo, ou fisiologismo, social – Durkheim refutou toda concepção organiscista da consciência. O que se chamava então de vida mental – e, portanto, as representações – teria, a seu ver, uma total independência do substrato bio-neurológico, tese cujas conclusões apontarão, ao final do artigo, para a dimensão social das idealizações, ou seja, para independência biológica das representações coletivas. A escola durkheimiana marcou-se pela exploração das subjetividades sociais, influenciando em d

O tema das “representações sociais”, em Moscovici

A noção de representações sociais tem sua origem na noção durkheimiana de simbolismo social. Procurando identificar os processos constituintes das produções mentais sociais, Durkheim fala em elementos de “ idealizações coletivas”. Efetivamente, seu objeto imediato, nesse trabalho de 1898, se refere às representações individuais. Procurando comprovar a realidade e a autonomia dos fenômenos psíquicos e, assim, combater a idéia de uma origem mecaniscista e linear dos fenômenos da subjetividade – o biologismo, ou fisiologismo, social – Durkheim refutou toda concepção organiscista da consciência. O que se chamava então de vida mental – e, portanto, as representações – teria, a seu ver, uma total independência do substrato bio-neurológico, tese cujas conclusões apontarão, ao final do artigo, para a dimensão social das idealizações, ou seja, para independência biológica das representações coletivas. A escola durkheimiana marcou-se pela exploração das subjetividades sociais, influenciando em d

O tema das “representações sociais”, em Moscovici

Na primeira das três partes do curso trabalharemos com uma das metodologias da sociologia da cultura que tem se mostrado mais eficaz para a poesquisa em Comunicação: o estudo de representações sociais. A noção de representações sociais tem sua origem na noção durkheimiana de simbolismo social. Procurando identificar os processos constituintes das produções mentais sociais, Durkheim fala em elementos de “ idealizações coletivas”. Efetivamente, seu objeto imediato, nesse trabalho de 1898, se refere às representações individuais. Procurando comprovar a realidade e a autonomia dos fenômenos psíquicos e, assim, combater a idéia de uma origem mecaniscista e linear dos fenômenos da subjetividade – o biologismo, ou fisiologismo, social – Durkheim refutou toda concepção organiscista da consciência. O que se chamava então de vida mental – e, portanto, as representações – teria, a seu ver, uma total independência do substrato bio-neurológico, tese cujas conclusões apontarão, ao final do artigo, p

O tema das “representações sociais”, em Moscovici

Na primeira das três partes do curso trabalharemos com uma das metodologias da sociologia da cultura que tem se mostrado mais eficaz para a poesquisa em Comunicação: o estudo de representações sociais. A noção de representações sociais tem sua origem na noção durkheimiana de simbolismo social. Procurando identificar os processos constituintes das produções mentais sociais, Durkheim fala em elementos de “ idealizações coletivas”. Efetivamente, seu objeto imediato, nesse trabalho de 1898, se refere às representações individuais. Procurando comprovar a realidade e a autonomia dos fenômenos psíquicos e, assim, combater a idéia de uma origem mecaniscista e linear dos fenômenos da subjetividade – o biologismo, ou fisiologismo, social – Durkheim refutou toda concepção organiscista da consciência. O que se chamava então de vida mental – e, portanto, as representações – teria, a seu ver, uma total independência do substrato bio-neurológico, tese cujas conclusões apontarão, ao final do artigo, p