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Mostrando postagens de junho, 2010

Política de comunicação 8: Os problemas da TV digital

Além da questão tecnológica, a TV digital demandou uma tomada de decisão em relação ao modelo de uso. A Constituição determina que haja, em toda forma de comunicação do país, um equilíbrio entre emissoras privadas, estatais e públicas. No caso do rádio e da televisão essa regra jamais foi obedecida. Teria sido uma oportunidade para democratizar a comunicação brasileira implementá-la no caso da TV digital. Mas o caminho escolhido foi repedir o modelo de exclusão de sempre. Na prática, o governo Lula não “peitou” os empresários do setor. Mas sejamos bem objetivos: o que poderia ser diferente? Em primeiro lugar, fazer com que os diversos serviços interativos que a TV digital possibilita fossem para além dos vinculados diretamente à programação das emissoras. No modelo em vigor, os canais interativos são usados apenas para dar a ficha técnica da programação, expor a grade, etc. Ou seja, a interatividade serve apenas para agregar valor à programação comercial. Porém, poderia trazer, também,

Política de comunicação 7: O que significa ter escolhido o “padrão japonês” para a TV digital brasileira?

Quando se falou sobre a chegada da TV digital ao Brasil, há dois ou três anos, abriu-se uma grande polêmica sobre que padrão adotar. Havia a opção do padrão norte-americano, do padrão europeu ou do padrão japonês. A escolha recaiu sobre este último. Obviamente houve razões político-econômicas para isso. Aparentemente escolheu-se esse padrão em função das relações comerciais que a rede Globo mantém com Sony e a NEC. O que justifica isso é uma questão técnica com uma dimensão econômica imensa: o padrão japonês possui maior estabilidade para transmissão de sinais para aparelhos de comunicação móvel, como celulares. Com essa tecnologia, a mesma emissão feita em onda UHF alcança a televisão, o computador e o celular. Dessa maneira, a empresa que está emitindo não necessita pagar o serviço (e depender) de uma outra empresa de telecomunicação – no caso, as teles, empresa multinacionais com poder de fogo muito maior que a Globo e que todas as redes brasileiras de comunicação. Depender delas p

Política de Comunicação 6: A TV digital não é a simples evolução da TV analógica

Apesar de assim ser apresentada, a TV digital não é, simplesmente, uma evolução da TV analógica. Ela melhora a qualidade de áudio e vídeo das transmissões, é claro, mas vai muito além disso. Na verdade, é uma nova plataforma, que possibilita três outras inovações:  a integração da TV com a internet;  a recepção de conteúdo em celulares e outros aparelhos portáteis;  a multiprogramação, ou seja, a transmissão de até 8 programações usando o mesmo canal.  Perceber isso é muito importante, porque é preciso superar o lugar comum que vem sendo imposto pelos interesses do mercado e construir uma utilização mais honesta do veículo. Dá para imaginar seu potencial e como ela pode ajudar a tornar a vida dos brasileiros melhor se deixar de ser vista como ela não é: como uma televisão melhorada.

Para ter um grande dia

“Teu Cristo é hebreu. Te carro é japonês. Tua pizza é italiana. Tua democracia é grega. Teu café é brasileiro. Tuas férias são turcas. Teus números são árabes. Teu alfabeto é latino. Só teu vizinho é um estrangeiro”. De um manifesto alemão dos anos 90

Organizações psicodélicas

O encontro referido no post abaixo não aconteceu. Ou melhor, aconteceu no lugar errado. Como não fui avisado, cheguei na CNBB e não tinha ninguém. Depois de meia hora descobri o lugar certo: do outro lado da cidade, no Seminário Pio XI, em Ananindeua. Apesar da minha disposição - e algumas vezes da minha boa vontade - achei que seria demais sair correndo para lá e enfrentar aquele engarrafamento da BR. Não fosse esse tipo de confusão estar se tornando regular, eu até iria. Mas isso cansa. A coisa está ficando punk, mas muito punk: as melhores intenções estão se pondo a perder pela desorganização, maluquice ou desvairio. Mês passado fui convidado para um encontro internacional da maior importância, mas me deram o endereço do hotel Beira Rio quando a coisa se realizava no hotel Regente - pra variar, do outro lado da cidade. Já fui a reuniões que não houveram, a reuniões que foram adiadas e a reuniões que, psicodelicamente, mudaram de tema. A bem da comunicação popular, na qual acredito,

Atlas de Integração Regional do Estado do Pará

O governo do Pará lança agora a noite, no Hangar, o “Atlas de Integração Regional do Estado do Pará”, com informações econômicas, sociais, institucionais, de infraestrutura e ambientais. O atlas é uma fonte de pesquisa atualizada dos 143 municípios paraenses, com mapas e tabelas. Algumas das informações contidas no atlas: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Produto Interno Bruto (PIB), dados populacionais, as condições das estradas, a rede de portos e aeroportos, indicadores de educação e saúde, a estrutura energética, as áreas dos Zoneamentos Econômicos e Ecológicos, as unidades de conservação e de proteção ambiental. Foram  impressos 3.300 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente a institutos de ensino e pesquisa, bibliotecas, escolas e órgãos da administração pública.

Atlas de Integração Regional do Estado do Pará

O governo do Pará lança agora a noite, no Hangar, o “Atlas de Integração Regional do Estado do Pará”, com informações econômicas, sociais, institucionais, de infraestrutura e ambientais. O atlas é uma fonte de pesquisa atualizada dos 143 municípios paraenses, com mapas e tabelas. Algumas das informações contidas no atlas: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Produto Interno Bruto (PIB), dados populacionais, as condições das estradas, a rede de portos e aeroportos, indicadores de educação e saúde, a estrutura energética, as áreas dos Zoneamentos Econômicos e Ecológicos, as unidades de conservação e de proteção ambiental. Foram  impressos 3.300 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente a institutos de ensino e pesquisa, bibliotecas, escolas e órgãos da administração pública.

Vox Populi confirma liderança de Dilma

Pesquisa Vox Populi divulgada hoje pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, confirma a liderança de Dilma Rousseff, do PT, na corrida presidencial, conforme já havia apontado o Ibope na semana passada.  Segundo o Vox, se as eleições fossem hoje Dilma teria 40% das intenções de voto, contra 35% de José Serra (PSDB) e 8% de Marina Silva (PV).  A sondagem foi feita entre os dias 24 e 26 e tem margem de erro de 1,8 ponto percentual.  A última sondagem do instituto (feita entre 8 e 13 de maio) indicava empate técnico por conta da margem de erro – que era de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Em maio, no cenário em que apenas os Dilma, Serra e Marina foram apresentados aos entrevistados , a petista teve 37% e o tucano 34%.  Na pesquisa espontânea, Dilma tem 26% e Serra 20%.  O Vox Populi entrevistou 3 mil eleitores. O registro da pesquisa no TSE é o 16944/2010.

Para não se perder

Fórum de Rádios

Conheça o Fórum de Rádios , um espaço compartilhado pelas rádios participantes do processo Fórum Social Mundial, com produção de informação livre em formato radiofônico a partir de duas linhas: a transmissão  multilíngüe e a disposição dos áudios realizados na plataforma web.

RadioTube

O RadioTube é um espaço virtual para que produções radiofônicas de todo o país possam ser colocadas na rede e utilizadas pelo Brasil afora. A idéia é que cada rádio, comunicador popular, estudante, ativistas de movimentos sociais faça seu cadastro no RadioTube e passe a disponibilizar seus textos e suas produções em áudio para que os outros participantes possam produzir mais conteúdo . Assim, você terá um mundo de informação relevante para colocar na sua programação. Sabe aquela entrevista bacana, aquele programa especial, aquela notícia interessante que rolou na sua rádio? Sobe para o RadioTube! Programas de rádio, campanhas em áudio, spots, radionovelas, entrevistas, textos, músicas e demais produções radiofônicas com temática ligada ao fortalecimento da cidadania e com foco na juventude são muito bem-vindos. 

Comissão de Justiça aprova Imposto sobre Grandes Fortunas

Algo que não foi comentado pela imprensa, mas que é de suma importância: a aprovação da criação do Imposto sobre Grandes Fortunas pela Comissão de Justiça e de Cidadania da Câmara Federal. O novo tributo vai incidir sobre patrimônio superior a R$ 2 milhões e a alíquota vai variar de 1% a 5%. O Projeto de Lei Complementar 277/08 é da deputada Luciana Genro (Psol-RS). Para o patrimônio de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões, a taxação será de 1%. Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, ela será de 2%. De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, de 4%; e de 5% para fortunas superiores a R$ 50 milhões.

Ninguém quer Flexa Ribeiro

Via Na Ilharga , com seu bom humor mordaz: Deu na coluna "Panorama Político", do jornalista Ilimar Franco, "O candidato do PSDB ao governo do Pará, o ex-governador Simão Jatene, não quer saber do senador Flexa Ribeiro(PSDB) como vice. Teme que usem na campanha foto dele preso e algemado pela Operação Pororoca da Polícia Federal." Quer dizer, o Zenaldo não quer o ex-detento na presidência do partido, Simão "Pescador" não o quer como vice e o povo certamente não o quererá como senador. Égua, Flexa, ninguém  te ama, ninguém te quer, perdeste até a mulher?

Projeto paraense aprovado no edital Pontos de Mídia Livre

Na quarta-feira passada saiu no Diário Oficial da União o resultado do edital do Ministério da Cultura de Apoio aos Pontos de Mídia Livre. No Pará tivemos apenas um projeto apoiado, o “Grupo de Ação Ambiental Vila Viva Estúdio”, desenvolvido em Santarém. Ele foi aprovado na categoria de R$ 50 mil. Dois projetos do Amapá foram aprovados nessa categoria, e um outro o foi na categoria de R$ 100 mil. Esse esforço é genial, e deve incentivar outros organismos da sociedade civil a enviarem projetos no próximo edital. Outros três projetos paraenses foram bem pontuados, sendo classificados no edital, embora não premiados. Foram eles os seguintes: “Rede Curupaco de Mídias Livres da Amazônia”, encaminhado pela Associação Cultural Caminho de Vida, de Rondon do Pará; “Caravana Carbono Neutro Apaverde”, enviado pela Associação Paraense de Preservação do Verde e Estimulo a Doação de Órgãos, de Belém e “Produção Compartilhada na Amazônia”, do Centro de Estudos e Práticas de Educação Popular, também

Escola integral para todos

Outro dado no campo da educação, sempre de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, promotor do Censo Educacional, existem mais de 152 mil escolas no ensino fundamental, no país. A população escolar no nível fundamental é de 31 milhões. De todos eles, apenas 2 milhões têm mais de cinco horas de aula por dia. Pouco, não? Fica a sugestão para uma futura marca de governo: 1 milhão de paraenses em escola integral .

Escola integral para todos

Outro dado no campo da educação, sempre de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, promotor do Censo Educacional, existem mais de 152 mil escolas no ensino fundamental, no país. A população escolar no nível fundamental é de 31 milhões. De todos eles, apenas 2 milhões têm mais de cinco horas de aula por dia. Pouco, não? Fica a sugestão para uma futura marca de governo: 1 milhão de paraenses em escola integral .

O fim da reprovação nas 3 primeiras séries

Para continuar no assunto educação. Segundo o censo escolar de 2008, 74 mil crianças de 6 anos foram reprovadas. Com base nesses dados, o Conselho Nacional de Educação (CNE) realizou três audiências públicas - em Salvador, São Paulo e no Distrito Federal - e o resultado que saiu foi a decisão de recomendar "fortemente" que todas as escolas públicas e privadas não reprovem mais alunos matriculados nos três primeiros anos do ensino fundamental. Essa resolução terá que ser homologada pelo ministro Fernando Haddad. O assunto é muito interessante. Como professor, vejo que temos, no Brasil, uma forte cultura de reprovação. Antes, deveria prevalecer o princípio da continuidade, penso.

O fim da reprovação nas 3 primeiras séries

Para continuar no assunto educação. Segundo o censo escolar de 2008, 74 mil crianças de 6 anos foram reprovadas. Com base nesses dados, o Conselho Nacional de Educação (CNE) realizou três audiências públicas - em Salvador, São Paulo e no Distrito Federal - e o resultado que saiu foi a decisão de recomendar "fortemente" que todas as escolas públicas e privadas não reprovem mais alunos matriculados nos três primeiros anos do ensino fundamental. Essa resolução terá que ser homologada pelo ministro Fernando Haddad. O assunto é muito interessante. Como professor, vejo que temos, no Brasil, uma forte cultura de reprovação. Antes, deveria prevalecer o princípio da continuidade, penso.

Saiu o primeiro estudo sobre quotas sociais em universidades

Saiu o primeiro grande estudo sobre o sistema de ações afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pioneira no país no sistema de quotas sociais. Depois de sete anos de implantação do sistema, o resultado foi o seguinte: os estudantes cotistas são menos reprovados, desistem menos do curso e se formam mais do que os colegas que não entraram pelas cotas. Por outro lado, o estudo também mostrou que os cotistas entram na universidade com notas bem menores que os não cotistas. No vestibular 2009, por exemplo, a menor nota do cotista aprovado para Jornalismo foi 21,8 pontos, menos da metade da do não cotista, 63,5. Apesar de entrarem na Estadual do Rio com mais facilidade, os cotistas parecem valorizar a vaga obtida. Um exemplo: dos alunos que ingressaram em 2003 e não foram beneficiados pelo sistema, 37,7% largaram a faculdade. Entre os cotistas, a taxa foi de 25,9%. Em 2004, a diferença entre os dois grupos aumentou ainda mais e ficou em 15,7 pontos percentuais. Dos e

Saiu o primeiro estudo sobre quotas sociais em universidades

Saiu o primeiro grande estudo sobre o sistema de ações afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pioneira no país no sistema de quotas sociais. Depois de sete anos de implantação do sistema, o resultado foi o seguinte: os estudantes cotistas são menos reprovados, desistem menos do curso e se formam mais do que os colegas que não entraram pelas cotas. Por outro lado, o estudo também mostrou que os cotistas entram na universidade com notas bem menores que os não cotistas. No vestibular 2009, por exemplo, a menor nota do cotista aprovado para Jornalismo foi 21,8 pontos, menos da metade da do não cotista, 63,5. Apesar de entrarem na Estadual do Rio com mais facilidade, os cotistas parecem valorizar a vaga obtida. Um exemplo: dos alunos que ingressaram em 2003 e não foram beneficiados pelo sistema, 37,7% largaram a faculdade. Entre os cotistas, a taxa foi de 25,9%. Em 2004, a diferença entre os dois grupos aumentou ainda mais e ficou em 15,7 pontos percentuais. Dos e

País precisa construir 25 bibliotecas por dia para cumprir lei

Como já comentei aqui no blog, o presidente Lula assinou uma lei que obriga todos os estabelecimentos de ensino do país a terem biblioteca. A lei é excelente, mas sua aprovação serve, sobretudo, para mostrar a imensidão do déficit de leitura no Brasil. Olhem só: o déficit de bibliotecas, somente no ensino fundamental, é de 93 mil. São dados do Censo da Educação Básica de 2008. E sabem o que isso significa? Que o país vai ter que construir 25 bibliotecas por dia até 2020 para cumprir a lei. Aqui no blog, o assunto foi tratado nos seguintes posts: Esqueceram dos livros 1 Esqueceram dos livros 2 Esqueceram dos livros 3 Esqueceram dos livros 4

País precisa construir 25 bibliotecas por dia para cumprir lei

Como já comentei aqui no blog, o presidente Lula assinou uma lei que obriga todos os estabelecimentos de ensino do país a terem biblioteca. A lei é excelente, mas sua aprovação serve, sobretudo, para mostrar a imensidão do déficit de leitura no Brasil. Olhem só: o déficit de bibliotecas, somente no ensino fundamental, é de 93 mil. São dados do Censo da Educação Básica de 2008. E sabem o que isso significa? Que o país vai ter que construir 25 bibliotecas por dia até 2020 para cumprir a lei. Aqui no blog, o assunto foi tratado nos seguintes posts: Esqueceram dos livros 1 Esqueceram dos livros 2 Esqueceram dos livros 3 Esqueceram dos livros 4

Um dia para a comunicação popular

Amanhã estarei aqui. O Seminário de Formação de Comunicadores Populares acontece amanhã, no auditório da CNBB. Pode ir quem quiser. Pela manhã haverá três exposições: - Cláudio Puty às 9h - Eu, às 10, e - Chico Cavalcante, às 11h. A tarde, tem duas oficinas: - Criação de fluxos de comunicação popular, com Marcos Barbosa, e - Agitação de Propaganda: O caso da Grafitagem, com Luizan Pinheiro.

Por que o governo FHC deu errado

Reproduzo o excelente artigo de Emir Sader, publicado hoje no site da agência Carta Maior: Por que o governo FHC deu errado Por Emir Sader (26 junho 2010) FHC teve a audácia de assumir o modelo neoliberal adotado por François Mitterrand, a partir do seu segundo ano de governo, e por Felipe Gonzalez, desde o começo. Acreditou no Consenso de Washington, de que qualquer governo “sério” teria que adotar as suas recomendações, não apenas cuidando dos desequilíbrios fiscais, mas centrando seu governo na estabilidade monetária. A passagem dos governos Thatcher e Reagan aos de Blair e Clinton dava a impressão a um observador superficial que, qualquer que fosse o governo, o ajuste fiscal seria o seu eixo. Que haveria que terminar com os direitos sociais sem contrapartidas – como tinha feito Clinton, ao dar por terminado o Estado de bem estar social, instalado por Roosevelt. Para isso, no Brasil, seria preciso atacar o Estado herdado de Getúlio e os movimentos sociais, que certamente defenderia

Os impasses do DEM

Nenhum dos 56 deputados ou dos 14 senadores do DEM serve para ser candidato a vice-presidente de José Serra. Se o PSDB não é lá grandes coisas, o DEM, então, é a vergonha. Humilhado, o partido precisa decidir o caminho a tomar. As opções são duas: aceitar a humilhação, bater no peito se dizendo corrupto e ruim e seguir na chapa de Serra (sem ser o vice) ou então seguir seu próprio caminho. Isso quer dizer ficar sozinho. Não ter candidato à presidente e não ter candidato a governador em alguns estados. A conseqüência política disso se dá no precioso espaço da propaganda eleitoral. Se o DEM não tiver candidato a presidente ou governador, seu ou em coligação, seu tempo no rádio e TV será partilhado pelos demais partidos proporcionalmente à força de cada um. É o que manda a lei eleitoral manda. Nessa hipótese, Dilma Rousseff, do PT, herda 60% do tempo reservado ao partido.

Inscrições ao prêmio da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo

Estão abertas as inscrições para a quinta edição do Prêmio Adelmo Genro Filho de Pesquisa em Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo ( SBPJor ). A premiação é voltada a trabalhos que tenham sido elaborados durante o ano de 2009 em três categorias: Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Uma quarta categoria – Sênior – é atribuída a pesquisadores com reconhecida trajetória no campo do Jornalismo. As inscrições vão até 30 de julho, e os resultados têm anúncio previsto para outubro. Os vencedores de cada categoria e seus respectivos orientadores recebem seus diplomas de mérito durante o 8º Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo, em novembro em São Luís , Maranhão. O regulamento está aqui: Regulamento do PAGF 2010 e dúvidas podem ser dirimidas pelo email premiosbpjor@yahoo.com.br .

Política de Comunicação 5: Quem controla a mídia no Brasil?

Há 9.477 veículos de comunicação no Brasil. Nem todos produzem seu próprio conteúdo, e por isso se vinculam em redes, com outros veículos. Os grandes grupos nacionais dominam o mercado, produzindo o conteúdo que será veiculado por esses veículos. Alguns complementam a programação com pequenas parcelas de produção local, mas não há uma efetiva regionalização das programações. Uma ilusão de regionalização até pode ser, mas nada muito sério. Mas para analisar melhor como se dá o controle de mídia no país, é preciso fazer uma separação de níveis, entre os grandes grupos e os grupos regionais. No primeiro nível estão os grandes produtores de conteúdo, que também possuem concessões de rádio e TV, além de jornais, editoras e portais na Internet. São os seguintes: Organizações Globo - Família Marinho. Controla 69 veículos de comunicação, vinculados às redes Globo de televisão, Globo de rádio e CBN de rádio. Também possui o Jornal Globo, portal na Internet e editora. Igreja Uni

Dilma no Roda Viva amanhã

O programa Roda Viva, da Cultura, entrevista Dilma Roussef amanhã. O release distribuído diz o seguinte: “Ela nasceu dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte , Minas Gerais. de pai búlgaro, naturalizado brasileiro. Estudou em colégio de freiras e, após o golpe militar de 64, começou militância em organizações de esquerda que combatiam a ditadura. Dilma foi presa em São Paulo , em 1970, ficou quase 3 anos detida, tendo sido vítima de tortura. Libertada, seguiu para o Rio Grande Sul em 1973, onde retomou os estudos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal. Após a Lei da Anistia, em 79, Dilma filiou-se ao Partido Democrático Brasileiro, o PDT de Leonel Brizola, e começou vida profissional na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. Em 93, assumiu a Secretaria gaúcha de Minas, Energia e Comunicações, no governo Alceu Colares, cargo que voltou a ocupar, depois, no governo Olívio Dutra. Filiada ao PT desde 2001, Dilma integrou o grupo de transição do e

Dilma no Roda Viva amanhã

O programa Roda Viva, da Cultura, entrevista Dilma Roussef amanhã. O release distribuído diz o seguinte: “Ela nasceu dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte , Minas Gerais. de pai búlgaro, naturalizado brasileiro. Estudou em colégio de freiras e, após o golpe militar de 64, começou militância em organizações de esquerda que combatiam a ditadura. Dilma foi presa em São Paulo , em 1970, ficou quase 3 anos detida, tendo sido vítima de tortura. Libertada, seguiu para o Rio Grande Sul em 1973, onde retomou os estudos na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal. Após a Lei da Anistia, em 79, Dilma filiou-se ao Partido Democrático Brasileiro, o PDT de Leonel Brizola, e começou vida profissional na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. Em 93, assumiu a Secretaria gaúcha de Minas, Energia e Comunicações, no governo Alceu Colares, cargo que voltou a ocupar, depois, no governo Olívio Dutra. Filiada ao PT desde 2001, Dilma integrou o grupo de transição do e

Futebol sem medo de ser feliz

A Alemanha de Joachim Löw foi talentosa, ousada e jogou com garra, com velocidade e com alegria. Parecia a seleção brasileira de antigamente – a que morreu imerecidamente na copa da Espanha, em 1982 e que nunca mais se repetiu, dando lugar ao futebol de negócios e à cartolagem corrupta e burocrática de hoje em dia. No melhor jogo da Copa, mostrou que a oposição entre futebol arte e futebol de resultados é conversa de incompetente ou medroso.

Um olhar cansado sobre a copa do mundo

Assistir a bons jogos de futebol é muito bom. Jogos da Copa do Mundo, então, é ótimo. O problema real é que os jornalistas esportivos brasileiros se comportam como retardados e que os torcedores brasileiros se comportam como poodles que só saem de casa a cada quatro anos, ou seja, como imbecis completos. As constatações não são minhas, embora eu concorde com elas. Leia o que o jornalista Leandro Fortes escreveu: “Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental”.  A comparação com poodles devo-a ao humorista Danilo Gentili, que postou no seu twitter

Política de comunicação 4: O que é controle da mídia?

É um processo em curso na economia globalizada. As empresas de comunicação vão sendo adquiridas por outras, que vão ficando cada vez mais fortes e, em conseqüência, vão adquirindo mais empresas, num ciclo contínuo e fagocitário. Títulos tradicionais, como os britânicos The Independent e The Evening Standard, os norte-americanos The Wall Street Journal, Newsweek e o francês France-Soir já foram devorados por essas mega-empresas e mudaram completamente suas linhas editoriais. Presentemente, na Itália, ocorre uma queda de braços entre o grupo Mediaset, do primeiro ministro e empresário Silvio Berlusconi e o grupo do australiano Ropert Murdoch, o Sky Itália. Nos EUA, Murdoch está fazendo uma verdadeira festa. Nos Estados Unidos, a News Corporation de Murdoch avança a passos largos: já adquiriu o controle do New York Post, principal tablóide do país; da Fox News; do estúdios Fox; do The Wall Street Journal e da editora Harper Collins. No mesmo país acompanha-se uma operação agressiva de con

Учитель пения

Ao mesmo tempo em que Disney ia montando sua indústria, se desenvolvia, na antiga URSS e nos países do leste europeu, uma cultura de filmes de animação muito criativa e pouco lembrada. Grande mestres e grandes filmes surgiram. Abaixo, um curta bem instigante:  Учитель пения (O professor de canto), de Anatoly Petrov.

A camiseta de Gabriel

Todos olhamos, estupefactos, para a imagem do ex-governador Almir Gabriel recebendo, com sua camiseta cavadinha, o ex-governador Jader Barbalho e o presidente da Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil, ambos com terno e gravata (que Jáder, em seguida, retirou), para um café da manhã. Gestos de políticos são gestos políticos. Nós, apenas observamos, estupefactos. A insólita imagem foi hiper comentada durante todo o dia de ontem. Muitos se perguntaram se havia uma mensagem naquilo. Outros, se perguntaram sobre o modelo da camiseta. Para uns, foi uma forma de Gabriel constranger seu antigo desafeto, agora aliado convencional. Para outros, um ato anarquista. Porfim, para terceiros, um puro ato de senilidade. Olhando a imagem, recordei do bordão do não menos ex-governador Hélio Gueiros nas últimas eleições estaduais: “Eu estou tinindo!”. Talvez seja essa a idéia que Gabriel desejou transmitir: a de que ainda tem força, tanto física como política. Porém, muito provavelmente, não havia mens

Bart Simpson também twitou

Dunga e a ética jornalística

Por Alberto Luchetti - O que Dunga está fazendo de errado na África do Sul para merecer tantas críticas? Se você, leitor do AdNews, responder essa pergunta falando de futebol, posso até concordar com algumas afirmações, como por exemplo: Dunga não convocou tal jogador; preferiu escalar fulano de tal na mesma função de outro que considero melhor; optou por um profissional com características diferente das que eu acredito serem as melhores; mandou o centroavante – como fez o técnico de Camarões - jogar de lateral direita; ou até qualquer outra observação nesse sentido. Isso até posso aceitar. Mas não é isso o que está acontecendo. Dunga está sendo duramente criticado por não permitir privilégios a um veículo de comunicação em detrimento de outros. O texto em negrito merece tradução. Dunga não deixou, não está deixando e não deixará a Rede Globo tomar conta dos jogadores e de toda a comissão técnica da seleção brasileira. A Rede Globo não pretende fazer reportagens com a seleção brasileir

Política de comunicação 3: O problema com o Sistema Brasileiro de TV Digital

Em 2006 o governo federal criou o Sistema Brasileiro de TV Digital, por meio do decreto nº 5.820. Esse decreto entrega às emissoras de televisão, sem novo processo de outorga, o mesmo espaço que já ocupavam no espectro analógico (6 MHz). Ocorre que 6 MHz no espectro analógico equivale a um canal de televisão. Na TV digital, isso equivale, de imediato, a três canais e, futuramente, a oito canais. A questão é: O novo serviço não deveria passar pelo procedimento padrão de novas concessões, respeitando os artigos 175 e 223 da Constituição Federal? Ademais, há um outro aspecto que precisa ser lembrado: O artigo 220 da Constituição proíbe a formação de monopólios e oligopólios no campo da comunicação. Ocorre que as concessionárias atuais, mesmo sendo esse bônus que ganharam com o decreto 5.820, já constituem um oligopólio no setor. As quatro principais emissoras (Globo, Record, SBT e Band) concentram 83,3% da audiência e 97,2% da receita publicitária. Do ponto de vista dos interesses da popu

Política de comunicação 2: O que é a convergência midiática?

O mundo está atravessando um momento de mudança paradigmática no campo da comunicação. Como toda mudança paradigmática, esta tem um componente tecnológico central: o processo de conversão midiática. O que é isso? É a fusão de todos os aparelhos de comunicação numa única tecnologia e num único processo. No caso, o meio digital e a internet. Alguns sintomas dessa mudança: as versões digitais da imprensa escrita ganham espaço, o investimento publicitário na internet duplica a cada ano, as rádios se digitalizam e também passam a ocupar lugar na internet, o conteúdo de todas as TVs do mundo estão na internet, acessíveis em qualquer lugar do mundo, a tecnologia blue ray (a nova geração de discos ópticos), e as novas caixas de cabo (setup box) permitem que tudo seja conectado à internet, atualizações de software ou compra de produtos também passam a ser feitas pela internet, tal como a televisão e o celular, e, porfim, a tecnologia wireless (redes sem fio) permite que todos esses equipamentos

Política de comunicação 1: Proposta

Começo hoje uma nova série de posts no blog: Política de comunicação. O objetivo é mapear e discutir os principais pontos que estão no debate nacional a respeito da comunicação, tentando sistematizar o debate e esclarecer os leitores do blog sobre as posições dos jogadores e sobre o que está em jogo. Vou discutir temas como a convergência midiática, a lei da TV à cabo, a questão da TV digital, a nova lei de publicidade, a questão da obrigatoriedade do diploma de jornalista, a função da pesquisa em comunicação, etc. Vou procurar dar um caráter bem didático a esses temas, explicando a situação deles na sociedade brasileira atual, os interesses que estão em jogo e as estratégias dos jogadores. Meu objetivo é precisar o que seria uma política de comunicação realmente democrática, popular e universal. Ou seja, uma política pública de comunicação. Dizendo de outra forma, uma política de comunicação que supere as amarras do mercado e do marketing eleitoral. Uma política de comunicação que nã

Be happy

Fim de curso

Hoje terminei meu curso sobre “O capital social no mundo contemporâneo”, dentro da disciplina “Estudo de Temas Contemporâneos”, graduação em Comunicação da UFPA. Foi um longo percurso, iniciado em março, com um questionamento básico da sociologia de Bourdieu: o que é e como se dá a reprodução social? Tentamos lançar essa questão para o espaço amazônico, indagando sobre o que é a reprodução social aqui, o que ela reproduz efetivamente, quais dinâmicas de formação de capital estão presentes aqui, qual a equação entre os diferentes capitais que concorrem para formá-la. Percorrermos o debate sobre as diversas formas que o capital toma: físico, econômico, social, cultural, simbólico... Destacamos a importância do capital social, com seus vários níveis de associativismo, para a construção de uma sociedade mais equilibrada. Confrontamos o capital social e o capital físico-econômico em vários sentidos e, então, trouxemos à tona o tema da violência simbólica. Discutimos como a violência simbóli

O que é a Alpa

Hoje começam as obras de terraplanagem da Aços Laminados do Pará (Alpa), a nova siderúrgica que a Vale começa a construir, em Marabá. O empreendimento é orçado em US$ 2,7 bilhões, como vai direcionar uma patê considerável de sua produção para o mercado interno, acaba reduzindo a importação de aço e, assim, proporcionando uma economia de cerca de US$ 300 milhões por ano ao país. A previsão é que o complexo siderúrgico, situado a 485 km de Belém, comece a funcionar em 2013, criando 5.300 empregos diretos. A capacidade instalada da Alpa será de 2,5 milhões de placas de aço por ano. Desse total, 1,750 milhão de tonelada irá para a California Steel, siderúrgica que a Vale mantém com a japonesa JFE Steel nos EUA. As 750 mil toneladas restantes serão laminadas no Brasil em uma unidade do próprio complexo. Essa etapa da produção é feita integralmente no exterior nos outros três projetos da Vale. Os quatro projetos somam US$ 21 bilhões em investimentos. O diferencial da Alpa está em fazer esse