Hoje começam as obras de terraplanagem da Aços Laminados do Pará (Alpa), a nova siderúrgica que a Vale começa a construir, em Marabá. O empreendimento é orçado em US$ 2,7 bilhões, como vai direcionar uma patê considerável de sua produção para o mercado interno, acaba reduzindo a importação de aço e, assim, proporcionando uma economia de cerca de US$ 300 milhões por ano ao país.
A previsão é que o complexo siderúrgico, situado a 485 km de Belém, comece a funcionar em 2013, criando 5.300 empregos diretos.
A capacidade instalada da Alpa será de 2,5 milhões de placas de aço por ano. Desse total, 1,750 milhão de tonelada irá para a California Steel, siderúrgica que a Vale mantém com a japonesa JFE Steel nos EUA. As 750 mil toneladas restantes serão laminadas no Brasil em uma unidade do próprio complexo. Essa etapa da produção é feita integralmente no exterior nos outros três projetos da Vale. Os quatro projetos somam US$ 21 bilhões em investimentos. O diferencial da Alpa está em fazer esse processo da laminação no Brasil. É um nicho de mercado ainda não explorado e com demanda crescente.
Para entender melhor como funciona tem-se que saber o seguinte: a Alpa vai produzir em duas etapas, uma de siderurgia e outra de laminação. Na etapa de siderurgia a Vale controla 100% do negócio. Na etapa de laminação a Vale tem 25% e uma outra empresa brasileira, a Aço Cearense, tem 75% do negócio. Na primeira etapa, a da siderurgia, a Alpa vai transformar o minério de ferro em placas de aço. Na etapa da laminação, essas placas são transformadas em bobinas. Essas bobinas, por sua vez, serão compradas por inúmeros interessados. Elas serão estiradas para formar placas de aço que vão se cortadas para se transformar em prédios, equipamentos, móveis, eletrodomésticos, etc.
A Aço Cearense é uma empresa que tem sede em Fortaleza. É a maior distribuidora independente de aço no Brasil e a maior importadora de aço plano (bobinas) do país.
Lula e Agnelli estarão em Marabá hoje, num ato simbólico que afirma o entendimento entre os dois. Como se sabe, Lula vinha pressionado Agnelli a investir mais em siderurgia no Brasil. Na última sexta-feira, os dois estiveram juntos na inauguração da ThyssenKrupp CSA, no Rio de janeiro. Trata-se de uma siderúrgica da Vale em parceria com a empresa alemã.
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