Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2014

O “desenvolvimentismo” insustentável de Marina Silva

Reproduzo um artigo que li com uma análise excelente (técnica e ao mesmo tempo acessível) das contradições do programa de governo de Marina Silva: O “desenvolvimentismo” insustentável de Marina Silva, por Eduardo Fagnani Por Eduardo Fagnani (1) De Plataforma Politica Social A esquizofrenia do programa de Governo de Marina Silva (2) é patente. Nele, procura-se conciliar objetivos radicalmente antagônicos. Um daqueles objetivos seria combinar um suposto “desenvolvimentismo” com o incontestável ultraconservadorismo macroeconômico. O papel aceita tudo, mas os projetos são ideologicamente conflitantes, e a conta não fecha. A polaridade conservadora é conhecida: Banco Central independente e “tripé” macroeconômico puro-sangue. A pretensa polaridade ‘desenvolvimentista’ aparece, por exemplo, no objetivo de “criar o ambiente necessário a um novo ciclo de desenvolvimento” (Eixo 2), no qual “nenhum programa de governo faria sentido se não estiver ancorado no ‘bem-estar da populaç

Ppgcom: Natureza, Cultura e Sociedade na Amazônia

Superados os impasses no Ppgcom, manhã inicio meu curso no mestrado em Comunicação da UFPA. Chama-se "Estudo de temas amazônicos: Natureza, Cultura e Sociedade na Amazônia".  Na primeira aula discutiremos "A formação econômico-social da Amazônia". Começaremos pensando na problemática de colocar o contexto sócio-econômico-cultural na pesquisa em Comunicação. Em seguida elegeremos um ponto de partida para nossa observação: a noção de formação econômico-social, o conceito marxista trabalhado por múltiplos autores, sob diversas perspectivas. Discutiremos os elementos de uma via dialética e a perspectiva de uma via hermenêutica para pensar a FES, metodologicamente, e a FES da Amazônia, em particular. Pensaremos nos macroprocessos históricos que envolvem a região, e, também, nos silêncios, nos não-ditos e nos entre-ditos da história: os microprocessos, micropoderes, micropolíticas e microdisputas da FES. Para os alunos matriculados e os ouvintes: o curso ocor

O que significa um "banco Central independente", principal proposta de Marina Silva?

Marina Silva está recuando em quase tudo o que disse que causou polêmica (posição sobre o casamento homossexual e abandonar o pré-sal, dentre outras), mas até agora não recuou da ideia de dar “autonomia ao Banco Central”. Pouca gente sabe, ou se dá conta, do que isso significa. Mas o fato é que é um desastre. Por que? Pelo seguinte: um Banco Central independente significa que, para indicar os índices da economia, como por exemplo a taxa de juros, o Banco Central vai deixar de ouvir, obrigatoriamente, a sociedade para ouvir, somente, os banqueiros. Em síntese: vão acontecer aumentos dos juros muito maiores do que os que ocorrem hoje e, por consequência, o abandono de instrumentos menos perniciosos de combate à inflação. Como sintetiza o Eduardo Guimarães, no seu Blog da Cidadania , "Um Banco Central independente significaria que instrumentos de combate à inflação como desoneração de impostos ou importações de produtos que estejam em falta – e que, por estarem em falta,

Sobre o debate presidencial no SBT

A boa nova do debate do SBT foi que Dilma se liberou – um pouco – da prisão do marketing e retomou seu “jeito Mônica de ser”, como dizem por aí, dando umas coelhadas na Marina. No debate da Band, semana passada, Dilma elegera Aécio como adversário, num anacronismo derivado de uma estratégia ruim de marketing. A respeito disso, alguém escreveu: “É como se Dilma estivesse dirigindo um carro (ainda) em primeiro lugar na corrida, e ficasse xingando, pelo espelho retrovisor, o sujeito do carro de trás” . No SBT Dilma partiu para o ataque a Marina. Explorou as contradições da candidata, sobretudo em relação ao papel dos banqueiros e dos juros bancários no seu programa de governo e à sua anunciada pretenção de ignorar o pré-sal – “um detalhe de 1 trilhão de dólares”, ironizou Dilma. Dilma também criticou a proposta de Marina de dar autonomia ao Banco Central. Podia ser mais clara, sim. A campanha pede mais didatismo. Faltou dizer que, nos governos do PT, a decisão de aumentar ou não os j