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Sobre o debate presidencial no SBT

A boa nova do debate do SBT foi que Dilma se liberou – um pouco – da prisão do marketing e retomou seu “jeito Mônica de ser”, como dizem por aí, dando umas coelhadas na Marina. No debate da Band, semana passada, Dilma elegera Aécio como adversário, num anacronismo derivado de uma estratégia ruim de marketing. A respeito disso, alguém escreveu: “É como se Dilma estivesse dirigindo um carro (ainda) em primeiro lugar na corrida, e ficasse xingando, pelo espelho retrovisor, o sujeito do carro de trás”.
No SBT Dilma partiu para o ataque a Marina. Explorou as contradições da candidata, sobretudo em relação ao papel dos banqueiros e dos juros bancários no seu programa de governo e à sua anunciada pretenção de ignorar o pré-sal – “um detalhe de 1 trilhão de dólares”, ironizou Dilma.
Dilma também criticou a proposta de Marina de dar autonomia ao Banco Central. Podia ser mais clara, sim. A campanha pede mais didatismo. Faltou dizer que, nos governos do PT, a decisão de aumentar ou não os juros é tomada depois de consultas ao Mercado e à sociedade. Faltou perguntar, diretamente, se num eventual governo Marina, a autonomia do BC significa que os únicos que serão ouvidos sobre as taxas de juros são os banqueiros.
Outros candidatos também exploraram as imensas contradições da “nova política" de Marina. Fidelix indicou o fato de que duas pessoas centrais da equipe de Marina - o empresário Guilherme Leal, da Natura, e a educadora Maria Alice Setubal, a Neca, acionista do banco Itaú — sonegam impostos.
Luciana Genro, por sua vez, além de explorar a mudança sobre o casamento gay no programa de Marina, também lançou a frase de efeito que marcou o debate, perguntando diretamente a Marina: “Tu és mesmo a segunda via do PSDB?”

E Aécio? Bom, quase esquecemos dele. No debate do SBT, foi praticamente ignorado. Quando atacou Dilma, sobrou para ele uma coelhada. A candidata do PT disse que ele devia ter memória fraca por não se lembrar dos investimentos do governo federal em Minas Gerais.

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