Saiu o primeiro grande estudo sobre o sistema de ações afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pioneira no país no sistema de quotas sociais. Depois de sete anos de implantação do sistema, o resultado foi o seguinte: os estudantes cotistas são menos reprovados, desistem menos do curso e se formam mais do que os colegas que não entraram pelas cotas. Por outro lado, o estudo também mostrou que os cotistas entram na universidade com notas bem menores que os não cotistas. No vestibular 2009, por exemplo, a menor nota do cotista aprovado para Jornalismo foi 21,8 pontos, menos da metade da do não cotista, 63,5.
Apesar de entrarem na Estadual do Rio com mais facilidade, os cotistas parecem valorizar a vaga obtida. Um exemplo: dos alunos que ingressaram em 2003 e não foram beneficiados pelo sistema, 37,7% largaram a faculdade. Entre os cotistas, a taxa foi de 25,9%. Em 2004, a diferença entre os dois grupos aumentou ainda mais e ficou em 15,7 pontos percentuais.
Dos estudantes que entraram pelas cotas em 2003, 50,4% concluíram o curso, contra 40,4% dos demais colegas. Em 2004, o resultado foi de 42,4% para os cotistas e 38% para os não quotistas.
Atualmente, as cotas na Uerj estão divididas da seguinte maneira: 20% para estudantes oriundos da rede pública, 20% para negros e 5% para pessoas com deficiência, integrantes de minorias, filhos de policiais civis, militares, bombeiros, inspetores de segurança e agentes penitenciários. É preciso também ter renda familiar per capita de até R$ 960 para poder concorrer a uma vaga por qualquer um dos sistemas de cotas.
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