Hoje terminei meu curso sobre “O capital social no mundo contemporâneo”, dentro da disciplina “Estudo de Temas Contemporâneos”, graduação em Comunicação da UFPA. Foi um longo percurso, iniciado em março, com um questionamento básico da sociologia de Bourdieu: o que é e como se dá a reprodução social? Tentamos lançar essa questão para o espaço amazônico, indagando sobre o que é a reprodução social aqui, o que ela reproduz efetivamente, quais dinâmicas de formação de capital estão presentes aqui, qual a equação entre os diferentes capitais que concorrem para formá-la.
Percorrermos o debate sobre as diversas formas que o capital toma: físico, econômico, social, cultural, simbólico... Destacamos a importância do capital social, com seus vários níveis de associativismo, para a construção de uma sociedade mais equilibrada.
Confrontamos o capital social e o capital físico-econômico em vários sentidos e, então, trouxemos à tona o tema da violência simbólica. Discutimos como a violência simbólica instrumentaliza o controle do capital social.
Para ir além de Bourdieu e qualificar melhor nossa indagação, recuperamos o tema das representações sociais, usando Moscovici, e vimos a crítica de Putnam à obra de Bourdieu. Em seguida, refletimos sobre o trabalho de Coleman como uma espécie de síntese dos dois autores e procuramos reorganizar o debate sobre o capital social em relação à sociedade contemporânea. Indagamos sobre os marcos e estratégias atuais de resistência à violência simbólica. Terminamos refletindo sobre o papel e os perigos da sociedade civil nas sociedades comunicativas.
Terminar um curso sempre dá um pouco de nostalgia. A equação formada por autores tão interessantes com alunos tão interessantes, como foi o caso, me dá sensação de que seria bom continuar, criar um módulo B, coisas assim, etc.
Não sendo possível, termino o curso agradecendo a todos que participaram dele pelo extremo cuidado que tiveram com a disciplina, pela atenção, pelas dúvidas, pelas colocações. Todos ajudaram muito a construí-la. Obrigado.
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