Assistir a bons jogos de futebol é muito bom. Jogos da Copa do Mundo, então, é ótimo. O problema real é que os jornalistas esportivos brasileiros se comportam como retardados e que os torcedores brasileiros se comportam como poodles que só saem de casa a cada quatro anos, ou seja, como imbecis completos. As constatações não são minhas, embora eu concorde com elas. Leia o que o jornalista Leandro Fortes escreveu:
“Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental”.
A comparação com poodles devo-a ao humorista Danilo Gentili, que postou no seu twitter algo nesse sentido, escroteando com o patriotismo brasileiro durante os jogos, uma palhaçada sempre vexatória.
Acrescento que assistir os jogos pela televisão é muito cansativo. Quase insuportável. Não apenas a Globo, mas sobretudo ela, criam uma espécie de mundo da fantasia, com bestalhões fantasiados pulando como se tivessem sido vitimados por uma descarga elétrica, com a repetição dos lugares comuns por jornalistas meio azumbizados, como se tivessem sido contaminados por um vírus extraterrestre e por multidões catalepsípticas que, parece, vão começar a babar uma gosma verde-amarela a qualquer instante.
A novidade é Dunga. É o primeiro cara que apareceu para peitar o lugar comum, a ignorância e a burrice. E nem me importa a questão “futebol”, embora também aí, desconfio, se esteja vendo algo novo. Salve, Dunga. Sua rabugice está nos salvando da esclerose nacionalista múltipla e da falência completa dos neurônios.
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