A comunidade da UFPA foi recentemente surpreendida com uma proposta da reitoria de retorno às aulas presenciais associada à multiplicação punitiva da carga horária de trabalho e de estudos e à adoção de uma "política de bandeiras" - não pouco famosa e aclamada em redutos negacionistas.
De meu ponto de vista, tenho a dizer o seguinte:
1) Sou radicalmente contra qualquer proposta que sugira o retorno das atividades presenciais antes que a população brasileira tenha sido vacinada e que o risco de contaminação da Covid-19 tenha sido dirimido.
Gostaria de entender o que mudou, o que ocorreu, o que justifica essa repentina mudança política em relação à defesa da comunidade acadêmica. Que força maior do que a reitoria está produzindo essa medida tão perigosa e tão grotesca.
De meu ponto de vista, tenho a dizer o seguinte:
1) Sou radicalmente contra qualquer proposta que sugira o retorno das atividades presenciais antes que a população brasileira tenha sido vacinada e que o risco de contaminação da Covid-19 tenha sido dirimido.
- Inclusive, acho que temos, como cientistas, a responsabilidade social e política (grande ilusão achar que cientistas não têm responsabilidade política…) de transmitir à sociedade uma mensagem politica clara quanto a isso: retorno ao presencial só com a população brasileira vacina.
- A proposta, em si mesma, ao impor 3 semestres a serem realizados em um único ano letivo, é construída como uma punição, que parte do pressuposto de que professores, alunos e técnicos da UFPA não trabalharam em 2020.
- Posso dizer, de minha parte, que trabalhei mais do que qualquer um dos meus 27 anos como professor na UFPA. O esforço de adaptação ao modelo remoto está sendo imenso e isso, percebam, está sendo dito por um professor da área da Comunicação, que, à principio, tem um pouco mais de habilidade para lidar com as tecnologias e com pedagogias mediatizadas. Considerado isto, imaginem o coletivo, que não possuiria, à principio, os mesmos instrumentos.
- A maneira como a matéria foi encaminhada, com uma rapidez que busca evitar o debate, ofende o princípio da tramitação interna mais elementar e do debate democrático em um momento absolutamente delicado.
Gostaria de entender o que mudou, o que ocorreu, o que justifica essa repentina mudança política em relação à defesa da comunidade acadêmica. Que força maior do que a reitoria está produzindo essa medida tão perigosa e tão grotesca.
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