Há mortes que possuem certo simbolismo. A da dra. Zilda Arns, por exemplo, de tão inesperada e surpreendente. Que se diria, dessa morte de martírio para quem viveu como santa, que não seja plena de simbolismo?
A dra. Zilda acreditava, basicamente, na educação. Sua compreensão da transmissão do conhecimento tinha, evidentemente, uma dimensão cristã, derivada, esta, da idéia da multiplicação. No evangelho de São João o milagre da multiplicação equivale a uma alegoria para a solidariedade. Ou seja: a educação é uma forma de multiplicação e esse é o movimento essencial da solidariedade – partilhar, ceder, criar redes de ação para mudar o mundo.
Esse pensamento está na origem da Pastoral da Criança, criada em 1983 a pedido da CNBB, juntamente com o então arcebispo de Londrina, dom Geraldo Majella. Hoje, com 25 anos de atividades, a pastoral acompanhou 1.816.261 crianças menores de seis anos e 1.407.743 de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261.962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.
Em 2004 a missão foi ampliada, com a missão de fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários em 579 municípios.
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