Ludwig é uma espécie de filme museu, com reserva técnica e que precisa de visita guiada. A versão alemã, original, de 1983, tem 2h10. A inglesa, de 1995, tem 3 horas. Vai estrear a versão italiana: 5 horas de duração. Quando o filme foi lançado, Visconti já tinha morrido (em 1976). Vai saber o que estava na sua mente. Esta última versão tem uma aura de “verdadeira”, porque é italiana, talvez; ou porque foi montada por Ruggerio Mastroiani e Sus d’Amico, montador e roteirista célebres e que conviveram com o mestre. Quando possível, a veremos de bom grado, talvez com o prazer de acompanhar as novidades provindas da reserva técnica desse filme museu. Quando o vi, em vídeo, achei o melhor filme de Visconti. Hoje não acho mais. Prefiro Senso – e já preferi O Leopardo, também, por sinal. Porém, aguardo para ver a nova versão, e como quem vai ao museu. Viscontianos, ainda um pequeno esforço... Ainda defendo a tese de que V. é um cineasta que fala das fronteiras: das fronteiras de época, de classe e de moral. Mas também das fronteiras entre as diferentes artes. V. é um pintor e um romancista, coincidentemente com o fato de ser cineasta. Nenhum outro cineasta mais se aproximou da literatura – e mais respeitou a literatura. Tampouco da verdadeira pintura – aquele que procura falar sobre alguma parte da vida com harmonia, devolvendo a harmonia ao mundo. E, além disso, sabe-se-lhe o dom musical – chegou a dirigir óperas. Como não comparar seus filmes com uma ópera?
Ludwig é uma espécie de filme museu, com reserva técnica e que precisa de visita guiada. A versão alemã, original, de 1983, tem 2h10. A inglesa, de 1995, tem 3 horas. Vai estrear a versão italiana: 5 horas de duração. Quando o filme foi lançado, Visconti já tinha morrido (em 1976). Vai saber o que estava na sua mente. Esta última versão tem uma aura de “verdadeira”, porque é italiana, talvez; ou porque foi montada por Ruggerio Mastroiani e Sus d’Amico, montador e roteirista célebres e que conviveram com o mestre. Quando possível, a veremos de bom grado, talvez com o prazer de acompanhar as novidades provindas da reserva técnica desse filme museu. Quando o vi, em vídeo, achei o melhor filme de Visconti. Hoje não acho mais. Prefiro Senso – e já preferi O Leopardo, também, por sinal. Porém, aguardo para ver a nova versão, e como quem vai ao museu. Viscontianos, ainda um pequeno esforço... Ainda defendo a tese de que V. é um cineasta que fala das fronteiras: das fronteiras de época, de classe e de moral. Mas também das fronteiras entre as diferentes artes. V. é um pintor e um romancista, coincidentemente com o fato de ser cineasta. Nenhum outro cineasta mais se aproximou da literatura – e mais respeitou a literatura. Tampouco da verdadeira pintura – aquele que procura falar sobre alguma parte da vida com harmonia, devolvendo a harmonia ao mundo. E, além disso, sabe-se-lhe o dom musical – chegou a dirigir óperas. Como não comparar seus filmes com uma ópera?
Comentários