Segundo Clay Shirky, o jornalismo não faz sentido em ambientes de informação abundante. Se todos podem transmitir informação, o jornalista, cuja atividade profissional, em última instância, é a de selecionador de conteúdo, se torna desnecessário. Isso quer dizer que o jornalista se torna um profissional desnecessário¿ Não, mas quer dizer que, o perfil profissional do jornalista deverá mudar radicalmente nos anos futuros. Aqui em Belém sempre falam do Metro e de outras marcas gratuitas diárias como soluções para o futuro do jornalismo. Não o são. Tavez para o futuro da publicidade, mas não do jornalismo. E talvez nem mês, mesmo para a publicidade, porque tanto o Metro, como outras marcas similares, estão neste momento fechando filiais e diminuindo edições.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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