É a mais polêmica conferência já realizada no Brasil. Mais polêmica porque, em primeiro lugar, os interesses em jogo são os mais obscuros e poderosos, na medida em que comunicação é poder econômico, político, social e cultural. E, em segundo lugar, porque a comunicação perpassa a todos os demais interesses, estando presente em todos os temas e em todas as esferas do interesse social. A proposta de “democratizar a comunicação” é, no mínimo, incômoda para o modelo vigente, centrado no mercado e não no interesse social. Porém, dizemos incômoda, mesmo, para dizer o mínimo, porque, à julgar como o empresariado da comunicação tem procedido, tentando bloquear, atrasar e reduzir o temário da conferência, mais do que incômoda ela é, de fato, ameaçadora.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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