Estou viajando e o blog está no modo "releitura". O post a seguir foi publicado originalmente no dia 28/11/2006. Retorno no final de janeiro.
Segundo pecado: Ausência de interiorização
A política cultural do PSDB produziu efeitos importantes, a ponto de ter sido, como observamos, um dos temas principais da campanha eleitoral recentemente havida. Porém, o cenário privilegiado – e quase exclusivo – desses efeitos, foi a capital do estado. As regiões do interior do estado foram tratadas como colônias da capital, e não como parte conexa de uma problemática cultural que resulta em variedade, e não em igualdade. É importante observar que a variedade não é, de forma alguma, um problema. Aparentemente, o governo não pôde compreender que a trama da variedade e da diversidade cultural é benéfica e, culturalmente, enriquecedora. Aparentemente, o governo precisou trabalhar com uma perspectiva binária, baseada em oposições elementares e reducionistas, como capital/interior, erudito/popular, paraense/migrante, procurando, por todos os meios, converter o diferente em igual – mesmo que esses meios tenham sido a inanição de recursos, o desprezo e o fechamento ao diálogo.
Os projetos de interiorização que foram elaborados pelos técnicos da Secult foram, sistematicamente, abortados. O modelo da capital foi apresentado, ao “interior”, como um modelo a ser imitado, sem que, no entanto, lhe fosse cedido meios para o fazer.
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