Pular para o conteúdo principal

O IV Congresso do PT: Gosto amargo só passa aos poucos...

A militância teve que engolir sapos demasiadamente, e é por isso que o PT precisa se afirmar como “socialista e democrático”.
A eleição de Lula só foi possível, como se sabe, em função de um conjunto de concessões à direita. Concessões e práticas, como se sabe não menos. Necessárias? Certamente necessárias. Porém, também perigosas. Plekhanovianas, se quisermos. A “Carta ao Povo Brasileiro”, lançada em junho de 2002, as fazia com romantismo e arrotos, propondo uma aliança com a burguesia nacional que foi justificada ao partido por meio da velha teoria da escada: um passo de cada vez...
Essa tendência montava desde o XII Congresso, em 2001, que produziu o documento “Diretrizes do Programa de Governo do PT para o Brasil”, uma grande costura entre as posições mais à esquerda e as posições centristas, do Campo Majoritário. Ali a aliança com a burguesia era tratada pragmaticamente.
O resultado se conhece. Com a crise de 2005, agravada pela migração em massa da esquerda petista para o PSOL, o partido precisava se recompor e é isso que vem fazendo e que fará ainda, um pouco mais, neste IV Congresso.

Comentários

Bia disse…
Boa noite, caro Fábio:

o desligamento de Francisco de Oliveira, em 2003, é anterior à "crise de 2005". A cada dia a carta de Chico de Oliveira torna-se mais real, como uma "premonição" que se confirma.

O respeito que tenho pelo professor Paul Singer, citado no seu post anterior, não se fortaleceu ao ler o que envergonhadamente ele suaviza: o problema do PMDB é o "baixo teor programático". Se é assim, ele poderia orientar o PT a aliançar-se com o DEM, que possui um dos melhores teores programáticos, entre os partidos legalmente constituídos!

A crise, caro Fábio, instalou-se para sempre.

Envergonhados argumentos, ainda que ditos por ilustres figuras, são sempre envergonhados argumentos.

Abração.
Bia disse…
Bom dia, Fábio:

o sono de ontem me fez fazer referência ao pai (Paul) e não ao filho. Só não é um erro grave porque André é um bom exemplo de que quem sai aos seus, não degenera..rsrs..

Abraço.

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”