Essas coisas devem ser levadas em consideração porque um dos temas centrais deste IV Congresso é a posição do partido no espectro político nacional. Em outras palavras, a importância do debate ideológico para a estrutura partidária no ano que não mais se votará em Lula, e sim em Dilma.
O partido vivencia uma experiência interna, salutar e, digamos assim, vitalista, de esquerdização. Essa tendência foi firmada e vem-se reforçando desde o III Congresso, realizado em 2007. Nele, com a redução da influência centrista de José Dirceu e Antônio Palocci (um na política e o outro na economia), o partido se proclamou “Socialista e democrata”. Um grande avanço.
E isso mesmo sem a ala de Arruda Sampaio, umas 5 mil almas, que em 2005 passaram ao PSOL.
Essa volta à esquerda é necessária, ainda que venha sendo construída lentamente. É necessária para a identidade partidária. Para que a militância e a base popular do partido despertem do sonho que dormitam desde o mensalão.
Afinal, o PT de centro é uma ilusão. Se desfaz no ar. É uma inconsistência ideológica e, a longo prazo (do ponto de vista da grande política) também política.
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