O fato de o Brasil ter retirado 27,3 milhões de cidadãos da faixa da pobreza extrema, no período de 1990 a 2008, vai ser um caso de política pública bem sucedida debatido na 65ª Assembleia Geral da ONU, que começa nesta semana em Nova York.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, vai detalhar os programas de transferência de renda executados no país. A ministra deve falar sobre o Bolsa Família, que atende cerca de 60 milhões de pessoas, repassando, em média, R$ 90 mensais.
Também devem ser citados o Programa Benefício de Prestação Continuada, que envolve 3,5 milhões de pessoas portadoras de deficiência, idosas (cuja renda mensal é inferior a R$ 127,00 – o equivalente a um quarto do salário mínimo) e incapacitadas para o trabalho. Essas pessoas recebem um mínimo mensal (R$ 510,00). Outro programa citado será o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), destinado a atender as crianças e adolescentes com menos de 16 anos. Cerca de 820 mil pessoas são atendidas pelo projeto em 3.500 mil municípios.
Na terça-feira passada (13/09), a organização não governamental ActionAid, divulgou o relatório Quem Realmente Está Combatendo a Pobreza?, analisando as ações desenvolvidas em 28 países para combater o problema. Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil lidera o ranking que mede o progresso de países em desenvolvimento na luta contra a pobreza. A ONG considerou o desempenho dos países em categorias, como presença de fome, o apoio à agricultura em pequenas propriedades e a proteção social. O Brasil é seguido pela China e pelo Vietnã.
Esse relatório ressalta ainda que a fome causa um prejuízo anual de US$ 450 bilhões aos países mais pobres. Segundo a ONG, dos 28 países emergentes analisados no relatório, apenas oito estão a caminho de conseguir cumprir, no prazo previsto, as metas de desenvolvimento do Milênio, da ONU, para a redução da fome.
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