Por alguma razão inconsútil, associo as gárgulas de Paris ao Natal. Jamais, provavelmente, saberia porque. Mas encontrei, na internet, este livro, que se tornou objeto de meus desejos natalinos.
É que São Louis, no século XIII, a respeito dos operários que fabricavam a Sainte-Chapelle, disse que eles não trabalhavam para que os homens se beneficiassem de sua arte, mas para o olhar de Deus.
Um olhar discreto, como se sabe.
E que porta, igualmente como se sabe, privilegiadamente, sobre catedrais. Estas e aquelas, mas principalmente as de Paris - a filha mais velha da Igreja, como se dizia. E bem alto.
Por algum tempo colecionei gárgulas em Paris: as da Torre João Sem Medo (Jean-sans-Peur), as no hôtel Artois-Bourgogne, e as de Saint-Jacques-de-la-Boucherie - para quem não sabe a mais alta torre, com sino, da "rive droite". Uma coleção de veres, de olhares, de memórias.
Se o fato de ser casado com uma pessoa que estuda essas coisas da arte constitui-me um benefício, já que sempre há uma nformação curiosa a meu dispor, para que eu sonhe mais, e melhor, a respeito de minhas fantasmagorias passadas, não é sem derrisão que recordo, de minhas próprias e íntimas leituras, o quanto Goethe e o quanto Chateaubriand, para nem dizer V. Hugo, portaram suas considerações a respeito dessas formas tão estranhas, discordando, nesse processo, e tanto, do espírito moderno que deveria ter sido seu.
Pelo que entendi, lendo as críticas que se fizeram a respeito deste livro, ele trata "dos limites da arte medieval", de uma Paris vista de cima, decididamente um assunto a respeito de fantasmas e de projeções. É pensando neste livro que espero ter um Natal bem assombrado.
E desejo a vocês, leitores e visitantes deste blog, um bom Natal. Assombrado de coisas boas, se quiserem. Não assombrado, e com coisas boas, se preferirem.
E desejo a vocês, leitores e visitantes deste blog, um bom Natal. Assombrado de coisas boas, se quiserem. Não assombrado, e com coisas boas, se preferirem.
Comentários
Bom Natal feliz Natal pra si...e família....