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Cá entre nós, o debate político brasileiro está alcançando os limites do ridículo. Quando a política passa a ser feita por meio de boatos, pilhéria e insídia já não há muito o que esperar. A política está virando um teatro do absurdo. Tenho em mente, particularmente, as falas públicas do ministro Gilmar Mendes. Se já é um fato inconcebível que um Ministro do Supremo Tribunal Federal desça de lá, de uma alta esfera de poder que se espera imparcial, para tricotar fofoquinhas com jornalistas, se torna um fato da maior gravidade - e igualmente inconcebível - que esse Ministro do STF se dedique a espalhar boatos e a fazer intrigas, permitindo-se envolver no debate político público, por meio de meias-palavras e de alusões comprometedoras, aparentemente com a finalidade de proteger seus amigos. No caso, o senador Demóstenes Torres, a turma da revista Veja (Editora Abril), os apaniguados do PSDB e do DEM e o pessoal da Delta. Estamos vivenciando um momento absurdo, que poderá ter graves consequências sobre a democracia e sobre o que restam das instituições brasileiras. Gilmar Mendes está comprometendo a credibilidade do STF com essa prática de judiscialização da vida política.
Ainda sobre a presepada que o ministro Gilmar Mendes está fazendo: é preciso lembrar que foi ele, com a mesma arrogância e o mesmo espírito corporativista, na defesa de seus parceiros e amigos, que, em 2008, criou aquele episódio patético que ficou conhecido como "a crise dos grampos". E, como sempre, auxiliado pela revista Veja, partiu de fatos inverídicos e infundados, jamais comprovados, para afirmar que a Abin e a Polícia Federal, sob ordens do ex-Presidente Lula, estavam instalando grampos no STF e no gabinete de (ora quem....) Demóstenes Torres. A farsa foi desmascarada, mas Gilmar conseguiu criar seus factóides. É muito ódio, muita hipocrisia e muito cinismo. Fiquei estarrecido ao ler a página inteira que o jornal O Globo, hoje, abriu para repercutir as falas de Gilmar Mendes, afirmando que Lula anda espalhando boatos contra ele. Uma página inteira para dizer isso! E, ainda por cima, com uma manchete como essa: "Brasil não é Venezuela, onde Chávez prende juiz". Um dos maiores jornais do país e um juiz do STF se fazendo de candinhas! É por isso que eu reclamo da política brasileira. Por sua falta de seriedade e de um mínimo de inteligência. Por sua falta de bom senso e de ética. Aliás, da política e da mídia. Olhem, nunca vou defender que presidente da República prenda juiz, mas defendo, sim, que juízes sejam presos quando foram quadrilha e quando abusam de suas funções públicas para defenderem interesses corporativistas e de classe.
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