Há alguns dias todo o
corpo docente da UFPA foi surpreendido por um questionário eletrônico não
identificado contendo uma pesquisa de intenção de voto para a sucessão da atual
reitoria. Gostaria de manifestar minha indignação com esse questionário e com a
maneira como ele foi feito: utilizando o mailing da instituição (ao qual poucas
pessoas têm acesso), sem nenhuma identificação de autoria e sem indicação de
metodologia. Ou seja, como um subterfúgio espúrio de algum interesse eleitoral
que procura se dissimular em vez de participar, de maneira democrática e
honesta, do processo sucessório. Pior: provavelmente, mais do que uma pesquisa
de intenção de voto, trata-se de um mecanismo para identificar quem pretende
votar em quem, pois o sistema utilizado no questionário permite a identificação
de cada pessoa que o responda. Uma vantagem eleitoral obtida de maneira desleal,
que leva ao constrangimento de sujeitos político legítimos e a acordos
pontuais, traindo o princípio democrático do debate e da construção coletiva. Esse
tipo de atitude corresponde à esfera da baixa política, inadmissível numa
universidade pública. Penso que o processo de escolha do próximo reitor da UFPA
deva ser transparente. A UFPA merece uma eleição honesta. Os candidatos
devem se apresentar de cara limpa, sem máscaras, sem artifício e sem
subterfúgios. Os candidatos que porventura ocupem cargos de gestão ou chefia
não devem recorrer a instrumentos ou recursos da instituição para fazer sua
campanha ou para fazer sondagens dessa natureza. Estou profundamente indignado
com esse tipo de atitude e lamento que, em plena universidade pública, haja
pessoas que recorrem a práticas tão simplórias de manipulação.
Prof. Fábio Fonseca de Castro, Facom/Ppgcom
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