And there am I. Chove em rebuliço e lentamente. Aproveito para trabalhar: revisão da tese, revisão do trabalho sobre o latex, formatação de dois artigos para enviar para edicação, reunião de fragmentos dispersos para os encaixar num livro de ficção, projeto de duas especializações, dois projetos de pesquisas, duas disciplinas sendo ministradas, analise das condições de implementarmos um programa de mestrado, um curso sobre a PoMo, criação do meu laboratorio de pesquisa, um outro projeto para enviar para o cnpq junto com meu amigo Ernani Ch. E, além de tudo: questões de escola, dentista, farmacia, homeopata, insubordinação da entiada, maluquice do pai, hiper-atividade do filho, rabugentice da sogra, problemas de espaço para os livros, tese da esposa, preguiça do cachorro, etc. Am I there or not? Today is gray. Today is silent? I'm goin' away.
"Every day is like sunday,
Every day is silent and gray"
Alguns amigos nos dão noticias de Paris: neva por la, neva no quintal deles. A estranha ambivalência das saudades prematuras. A esse proposito, encontrei uma sitação no livro de Heitor Lyra sobre Paris no inverno. Ele conta como chegou por la, para la servir, em 1923:
"Chegamos a Paris numa tarde fria e cinzenta de fevereiro. Era ainda o inverno. As arvores das avenidas agitavam seus galhos nus ao sabor da brisa fria que soprava do Norte. Pelas largas calçadas dos boulevards desfilava, sem cessar, uma multidão envolta em pesados agasalhos. No interior das casas de negocios, dos cafés e dos restaurantes, desde cedo iluminados, sentia-se o calor reconfortante do aqecimento central. Camelots, apesar do frio, exibiam suas curiosidades nas esquinas das ruas, apregoando os ultimos jornais da tarde, la Presse, Paris-Soir, L'Intran. No asfalto enalameado dos boulevards desfilava uma quantidade enorme de veiculos de toda a espécie: carros, ônibus, taxis, automoveis, e, de vez em quando, um outro ficacre, remanescente de um tempo que ja se fora" (p. 115)
Todos na casa escondem suas saudades. Um exercicio de marivaudage. E todos as revelam tangencialmente: pelo sono, pelas leituras feitas, pela indisposição atualmente costumeira de sair para a rua a ganhar a vida, enfrentando essa diferença de mundos. Apos quatro anos em Paris, quatro meses em Belém.
"Every day is like sunday,
Every day is silent and gray"
Alguns amigos nos dão noticias de Paris: neva por la, neva no quintal deles. A estranha ambivalência das saudades prematuras. A esse proposito, encontrei uma sitação no livro de Heitor Lyra sobre Paris no inverno. Ele conta como chegou por la, para la servir, em 1923:
"Chegamos a Paris numa tarde fria e cinzenta de fevereiro. Era ainda o inverno. As arvores das avenidas agitavam seus galhos nus ao sabor da brisa fria que soprava do Norte. Pelas largas calçadas dos boulevards desfilava, sem cessar, uma multidão envolta em pesados agasalhos. No interior das casas de negocios, dos cafés e dos restaurantes, desde cedo iluminados, sentia-se o calor reconfortante do aqecimento central. Camelots, apesar do frio, exibiam suas curiosidades nas esquinas das ruas, apregoando os ultimos jornais da tarde, la Presse, Paris-Soir, L'Intran. No asfalto enalameado dos boulevards desfilava uma quantidade enorme de veiculos de toda a espécie: carros, ônibus, taxis, automoveis, e, de vez em quando, um outro ficacre, remanescente de um tempo que ja se fora" (p. 115)
Todos na casa escondem suas saudades. Um exercicio de marivaudage. E todos as revelam tangencialmente: pelo sono, pelas leituras feitas, pela indisposição atualmente costumeira de sair para a rua a ganhar a vida, enfrentando essa diferença de mundos. Apos quatro anos em Paris, quatro meses em Belém.
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