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Edmund HUSSERL

1859-1938. Nascido em Prossnitz, na Alemanha. Foi professor de filosofia nas universidades de Göttingen e de Friburgo até sua aposentadoria, no ano de 1929. É o fundador da escola fenomenológica, o último grande sistema filofósico ocidental. A fenomenologia estuda a vida enquanto fenômeno, ou seja, o objeto ou a ação tal como eles se manifestam em sua realidade efetiva. O método fenomenológico centra-se sobre dois momentos principais: o momento negativo e o momento positivo. O primeiro deles, denominado por Husserl “epoché” – ou, também, redução fenomenológica” – isola o objeto (o fenômeno) de tudo aquilo que lhe não é próprio, de modo a revelá-lo na sua “pureza”. Em seguida, vem o momento “positivo”, no qual o olhar da inteligência volta-se para esse objeto/fenômeno isolado e nele imerge.
Husserl herda de Kant a noção de transcendência, chegando mesmo a definir a fenomenologia como um “idealismo transcendental”. Porém, enquanto Kant percebe essas estruturas como condições de possibilidade da experiência, Husserl as compreende como a constituição de uma objetividade enquanto doação. Compreender o mundo, não sendo um ato de pura subjetividade, como quer Kant, se torna, para Husserl, um ato que se gera na capacidade em que tem o Sujeito de se auto-doar a realidade efetiva (Wirklichkeit) das coisas do mundo.
Essa operação de auto-doação, ou de contato Sujeito-Mundo, que funda a Subjetividade, se daria, fundamentalmente, por meio da intuição. Por esse termo Husserl não se refere a uma ato puro de uma Subjetividade transcendental, plena de si mesma, mas a um ato de preenchimento do sentido (remplissement) (Erfüllung), cuja possibilidade de ser vazio de significação pesa ser considerada. A intuição husserliana leva à evidência, que é a forma de manifestação da verdade na fenomenologia.Como Kant, Husserl parte da perspectiva egológica aberta por Decartes – ou seja, da idéia de um Ego cogito sobre o qual se assenta todo fundamento do pensamento (cogitatio) e, portanto, toda a construção da Subjetividade. Porém, em Husserl, esse Ego cogito submerge face à flexibilidade da interpretação do mundo – e de si próprio, e das próprias condições de interpretação - pelo Sujeito.

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