Segue abaixo minha contribuição para a série lançada pela Luciane.
O Bom Senso
O Bom Senso é a virtude que rege a relação dos homens com a verdade. Ter bom senso é superar o individualismo para entrar na razão do grupo, ou melhor, superar a razão pessoal para pensar segundo a experiência e a razão. A política cultural precisa ter bom senso. Isso significa dizer que ela tem que superar o personalismo que caracteriza as políticas culturais provincianas. Ela precisa superar o sujeito e pensar no grupo. Não num grupo, bem entendido, pois isto seria uma outra forma de personalismo, mas sim no grupo social por inteiro, na sua complexidade e necessária contradição. Ter bom senso é saber ponderar, usar a razão para se aproximar da verdade. Isso significa usar de uma sinceridade autêntica, tão autêntica que supera a verdade pessoal em favor da verdade coletiva. Lembremos da definição de La Rochefoucauld para sinceridade: uma forma de amor à verdade. Segundo ele, a sinceridade é uma “abertura de coração que nos mostra tais como somos; é um amor à verdade, uma repugnância a se disfarçar, um desejo de reparar seus defeitos e até de diminuí-los, pelo mérito de confessa-los”. Portanto, ter Bom Senso é amar a verdade mais que a si mesmo. Espinoza, por sua vez, sugere que toda possibilidade de liberdade, do indivíduo como do grupo, está no ato da sinceridade e, portanto, no uso da razão: “O homem livre nunca age como enganador, mas sempre de boa fé”. Assim, a liberdade do homem está na sua potência em submeter-se à universalidade da razão. Bom senso nada mais é que amor à verdade, amor pelo mundo mais que a si mesmo. Penso que só é possível fazer política cultural quando essa política cultural é, efetivamente, uma política social: uma atenção para com o mundo, um respeito pela experiência do mundo, pois essa experiência é o que constitui, efetivamente, a cultura.
O Bom Senso
O Bom Senso é a virtude que rege a relação dos homens com a verdade. Ter bom senso é superar o individualismo para entrar na razão do grupo, ou melhor, superar a razão pessoal para pensar segundo a experiência e a razão. A política cultural precisa ter bom senso. Isso significa dizer que ela tem que superar o personalismo que caracteriza as políticas culturais provincianas. Ela precisa superar o sujeito e pensar no grupo. Não num grupo, bem entendido, pois isto seria uma outra forma de personalismo, mas sim no grupo social por inteiro, na sua complexidade e necessária contradição. Ter bom senso é saber ponderar, usar a razão para se aproximar da verdade. Isso significa usar de uma sinceridade autêntica, tão autêntica que supera a verdade pessoal em favor da verdade coletiva. Lembremos da definição de La Rochefoucauld para sinceridade: uma forma de amor à verdade. Segundo ele, a sinceridade é uma “abertura de coração que nos mostra tais como somos; é um amor à verdade, uma repugnância a se disfarçar, um desejo de reparar seus defeitos e até de diminuí-los, pelo mérito de confessa-los”. Portanto, ter Bom Senso é amar a verdade mais que a si mesmo. Espinoza, por sua vez, sugere que toda possibilidade de liberdade, do indivíduo como do grupo, está no ato da sinceridade e, portanto, no uso da razão: “O homem livre nunca age como enganador, mas sempre de boa fé”. Assim, a liberdade do homem está na sua potência em submeter-se à universalidade da razão. Bom senso nada mais é que amor à verdade, amor pelo mundo mais que a si mesmo. Penso que só é possível fazer política cultural quando essa política cultural é, efetivamente, uma política social: uma atenção para com o mundo, um respeito pela experiência do mundo, pois essa experiência é o que constitui, efetivamente, a cultura.
Comentários
Abs.
Lu.
Conheço várias políticas culturais que advogaram o uso da expressão "visão antropológica" sem, de fato, o fazerem. Não obstante, há pouqíssimos antropólogos na chefia de políticas culturais. Temos uma chance, agora, com o PT, haja vista que o nome mais cotado para a Secult, e, de qualquer forma um nome com certeza influente no futuro governo, o do Márcio Meira, é de um antropólogo, com experiência de campo, conhecer da diversidade cultural do Pará e, sobretudo, sujeito de "bom senso".