Segui os cursos de Bourdieu no Collège de France em 2000 e 2001, a bem dizer os últimos que ministrou antes da descoberta dos males que o combaliram tão rapidamente. Não sou bourdieusiano e penso que sua obra comete o pecado que Alan Caillé, em obra famosa em defesa de Marcel Mauss, chamou de “sociologismo”. Mesmo assim, li seus livros e artigos, e acho que ele é um dos autores mais importantes do século XX. O que falta na sua sociologia, acho, é uma maior consideração pelas dinâmicas da subjetividade. Tudo bem que essa palavra ressoa em grande parte de seu pensamento, inclusive em termos centrais, como habitus, por exemplo. Porém, toda discussão sobre a subjetividade feita por Bourdieu está centrada nos aspectos não centrais do verdadeiro problema da subjetividade. E aqui, mais uma vez, precisamos diferenciar as sociologias propriamente ditas – macroanalíticas e, segundo Alan Caillé, sociologizantes ou economicistas – das microsociologias que mais nos interessam como método de observação dos fenômenos simbólicos.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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