Reproduzo o editorial da última página do Tribos Urbanas:
Tribos Urbanas chega ao fim com esta edição. Cumprimos nosso objetivo de realizar 26 páginas explorando as formas de identidade e de sociabilidade que, efêmeras, surgem em Belém. Essas “tribos” se caracterizam por seus vínculos passageiros e eventuais, mas também intensos e sensíveis. Elas resultam das dinâmicas próprias das sociedades atuais, que permitem ao indivíduo participar de comunidades diversas e que não possuem, necessariamente, uma coerência entre si. Esse é o sujeito pós-moderno, que pode ser reconhecido aqui em Belém ou em outra qualquer cidade da sociedade globalizada. Caracterizam-no sua interação social múltipla, o rompimento das máscaras tradicionais que o incluíam, antes, nos grandes sistemas de papéis sociais pré-estabelecidos e um certo dionisismo que pode ser compreendido como uma estetização da vida.
De fato, o que leva um sujeito a participar de uma “tribo”, hoje em dia, é essa tendência em estetizar - e estilizar - sua vida cotidiana. Estetizar o vínculo social, a prática em comum, o sentido. Dentre as tribos narradas nestas páginas, em quantas não está presente essa curiosa forma de estar-junto que é o sentir-junto? Lembremos que a palavra estética vem de esthesis, que quer dizer, justamente, “sentir-com”.
Cada uma dessas tribos acaba por evocar uma forma social que antecede em muito seu conteúdo. Por essa razão, quem faz parte de uma tribo urbana pratica esse dionisismo, esse hedonismo pós-moderno que evidencia uma irresistível pulsão social em produzir conjuntamente o sentido social. Como se vê, é possível uma leitura dos fenômenos da pós-modernidade que não seja tão negativista ou niilista. A cultura urbana contemporânea é dinâmica. É da natureza da cultura ser dinâmica.
Este projeto, coordenado por mim, foi patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce e teve como parceiro o jornal Diário do Pará. Ele reuniu onze bolsistas, alunos de jornalismo da UFPA, que se revezaram na produção das 26 matérias. Cada página foi feita com muita discussão. Os alunos não deviam, apenas, produzir reportagens, mas sim produzi-las segundo um referencial teórico que era discutido em seminários. Cabia-lhes ler e apresentar suas reflexões ao grupo. Cabia-lhes “compreender” o tema de suas páginas e, por meio delas, alcançar um resultado híbrido entre jornalismo e pesquisa social.
Esperamos ter contribuído para uma leitura mais aberta das formas sociais de Belém. Agradecemos profundamente a nossos parceiros, leitores e aos inúmeros personagens entrevistados nessa trajetória.
Tribos Urbanas chega ao fim com esta edição. Cumprimos nosso objetivo de realizar 26 páginas explorando as formas de identidade e de sociabilidade que, efêmeras, surgem em Belém. Essas “tribos” se caracterizam por seus vínculos passageiros e eventuais, mas também intensos e sensíveis. Elas resultam das dinâmicas próprias das sociedades atuais, que permitem ao indivíduo participar de comunidades diversas e que não possuem, necessariamente, uma coerência entre si. Esse é o sujeito pós-moderno, que pode ser reconhecido aqui em Belém ou em outra qualquer cidade da sociedade globalizada. Caracterizam-no sua interação social múltipla, o rompimento das máscaras tradicionais que o incluíam, antes, nos grandes sistemas de papéis sociais pré-estabelecidos e um certo dionisismo que pode ser compreendido como uma estetização da vida.
De fato, o que leva um sujeito a participar de uma “tribo”, hoje em dia, é essa tendência em estetizar - e estilizar - sua vida cotidiana. Estetizar o vínculo social, a prática em comum, o sentido. Dentre as tribos narradas nestas páginas, em quantas não está presente essa curiosa forma de estar-junto que é o sentir-junto? Lembremos que a palavra estética vem de esthesis, que quer dizer, justamente, “sentir-com”.
Cada uma dessas tribos acaba por evocar uma forma social que antecede em muito seu conteúdo. Por essa razão, quem faz parte de uma tribo urbana pratica esse dionisismo, esse hedonismo pós-moderno que evidencia uma irresistível pulsão social em produzir conjuntamente o sentido social. Como se vê, é possível uma leitura dos fenômenos da pós-modernidade que não seja tão negativista ou niilista. A cultura urbana contemporânea é dinâmica. É da natureza da cultura ser dinâmica.
Este projeto, coordenado por mim, foi patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce e teve como parceiro o jornal Diário do Pará. Ele reuniu onze bolsistas, alunos de jornalismo da UFPA, que se revezaram na produção das 26 matérias. Cada página foi feita com muita discussão. Os alunos não deviam, apenas, produzir reportagens, mas sim produzi-las segundo um referencial teórico que era discutido em seminários. Cabia-lhes ler e apresentar suas reflexões ao grupo. Cabia-lhes “compreender” o tema de suas páginas e, por meio delas, alcançar um resultado híbrido entre jornalismo e pesquisa social.
Esperamos ter contribuído para uma leitura mais aberta das formas sociais de Belém. Agradecemos profundamente a nossos parceiros, leitores e aos inúmeros personagens entrevistados nessa trajetória.
Comentários
Parabéns pelo blog e agradecemnos o link para o Flanar.
Em retribuição, está lá o seu link também.
Abraços