Ah, antes que me acusem de paroquismo, não sou mais cristão que a maioria; ou seja, minha cristandade não me leva a missa e do missal não conheço senão os temas filosóficos. Até que julgava que Deus falava comigo quando era pequeno, mas ele só falava em hebraico. E como eu não entendia nada, deixei de acreditar nele.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
Comentários
Tu e os teus discípulos.
Gratíssimo pelo comentário. Estou, agora eu, "flabbergasted". De fato, o humor é, como você diz, "sobretudo um redimensionamento da nossa vã fatuidade". Mas eu concordo com isso, inteiramente, integralmente. Acho que o humor nos recoloca no mundo, renegociando o sentido possível diante da falta de sentido. O chamado "humor britânico" parece ser o que melhor evidencia isso: nele, humor é alusão à vacuidade do sentido. Lembro de um ditado popular dos países africanos de colonização britânica; "Mad dogs and englishman cames out in the middle sun". Ou seja, quem mais? De resto agradeço muito a sua leitura, porque sou ando sempre pelo seu blog. Um abraço grande.
A você falta bom senso e bom humor. Fui!
"Percebamos que o humor faz parte do bom senso, posto que é preciso ter humor para negar-se a si mesmo a condição de excepcionalidade"
José Viana apesar do pesares Deus é pai e te reservará um lugar no céu.
Ainda que o ser humano tivesse a capacidade de ler 1.000.000 (hum milhão)de livros fruto do intelecto humano ao longo de sua vida, retendo 99% do conteúdo, não alcançaria real sabedoria se não oferecesse rendição a Deus, com temor.
Por mais que eu discorde de muitas das coisas postas como verdades absolutas pela instituição religiosa (a grande maioria, creio eu, uma livre interpretação humana para fatos recentes baseados em uma verdade escrita baseada em tempos antigos), reconheço que há virtudes em seu livro sagrado. Assim como boa parte dos grandes líderes da igreja ajudaram a manter um estado de "Idade Das Trevas" no conhecimento e desenvolvimento humano, o próprio Santo Agostinho fez inúmeros desfavores á humanidade, também há saber em suas idéias (não em todas, mas há).
E, por fim, a questão do humor x ironia é uma pérola... talvez elevada demais para que eu, em minha modesta insignificância, possa sorvê-la de todo. Mas a dicotomia Humor x Ironia muitas vezes tem o caráter explicitaod em seu belo texto... já senti muitas vezes o pesar de utilizar da ironia em lugar de humor. Talvez seja um bom hábito começar a cultivar o humor no lugar da ironia.