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Os 10 pecados da política cultural do PSDB

Nono pecado: Centralização e autoritarismo

A centralização do poder equivale a uma estratégia de perpetuidade do poder e, portanto, a uma determinada concepção do poder como uma substância que pode ser apropriada e manipulada. Ora, é preciso ver o poder como uma dinâmica social multivariada. O Estado nunca será o único agente do poder, por mais que o pretenda. Isso é particularmente visível no campo da cultura, caracterizado pelo senso crítico e pela prática da reflexão. Justamente por essa razão, o trabalho da Secult foi caracterizado, durante toda a gestão do PSDB, pela intelectualidade belemense, como centralizador e autoritário. A política cultural do partido se caracterizou pela arrogância no tratamento com os agentes culturais. Pela extrema dificuldade com que os agentes municipais de cultura tinham acesso aos dirigentes culturais, pelo fechamento de portas à maior parte dos artistas, pela ausência de políticas de editais e pela recusa ao diálogo franco, direto, com setores importantes da vida cultural do estado – por exemplo, a UFPA.

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