Na verdade, a solidão constitui o desejo. Ela o representa. As coisas existem por representação. Ao menos coisas tais. E falar da conexão entre desejo e representação exige mais uma vez Foucault, embora desta vez o F. de As Palavras e as Coisas. No começo dessa obra ele discute o que é o saber na Idade Clássica, apresentando-o como um modo de pensamento dominado pela representação. Com efeito, a Idade Clássica é um período de passagem de um saber baseado na semelhança para um saber centrado na representação. E que seria a representação? Uma ordem taxinômica. Uma ordem centrada na metafisica da identidade. Um sistema clássico de ordenação das coisas. A taxinomia permite conhecer as coisas pelo sistema de suas identidades, se desdobra no espaço aberto no interior de si pela representação, quando ela se representa a si mesma: o ser e o mesmo têm aí seu lugar. Do mesmo modo, o fim do pensamento clássico coincidirá com o recuo da representação.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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