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Desejo, solidão... II

Porém, que será a representação, no horizonte de uma humanidade que se rehumaniza? “[A representação] será duplicada, limitada, guarnecida, mistificada talvez, regida, em todo caso, do exterior, pelo enorme impulso de uma liberdade, ou de um desejo, ou de uma vontade que se apresentarão como o reverso metafísico da consciência. Alguma coisa como um querer ou uma força vai surgir na experiência moderna - constituindo-a talvez, assinalando, em todo caso, que a idade clássica acaba de terminar e com ela o reino do discurso representativo, a dinastia de uma representação significando-se a si mesma e enunciando, na seqüência de suas palavras, a ordem adormecida das coisas”. Isto dito, não se deve esquecer que, segundo Foucault, o fim da Idade Clássica e do primado da representação é o fim também da possibilidade de que a representação seja representada por uma outra representação. Desse momento em diante, a ordem do mundo e das coisas não mais consistirá de uma reduplicação da representação. A partir de então, ela se deverá a algo que lhe é externo. A algo que não lhe é concebível, que lhe não é visível. Nesse mundo, que é o da modernidade que conhecemos, nem mesmo a semelhança será possível.

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