Desse modo, poder-se-ia dizer que o tema do supérfluo, no ato amoroso contemporâneo, é um tema relacionado ao fetiche. Será preciso evocar Wittgenstein para colocar a questão. Segundo esse filósofo, o desejo é uma coisa que não tem suas razões. Ele não tem, senão, suas causas. Assim é o fetiche e toda a superflibilidade da cultura sexual contemporânea: ele não tem senão causas. Wittgenstein, no Tractatus logico philosophicus, aliás, observa que "Ce qui est mystique ce n'est pas comment est le monde, mais le fait qu'il est.".
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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