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comunicação 2.0

A internet pode ser colaborativa, imediata, politizada e de alta conectividade. O uso que está sendo feito das redes sociais e dos “meios wiki” (colaborativos) ultrapassa completamente expectativa que tradicionalmente temos dos meios de informação de massa e a própria palavra comunicação perde o sentido que antes tinha e caminha na direção de uma autoredefinição no estilo das noções de web 2.0 e similares. O que seria a comunicação 2.0? Podemos conceituar essa transformação em dois níveis: enquanto aparato tecnológico composto por ferramentas que permitem uma funcionalidade e uma criatividade maior dos narradores; por outro lado, também uma nova cultura de interação, que reordena as expectativas políticas tradicionais.

Em termos históricos, a primeira vivência social expontânea dessa alta conectividade em torno de um evento social e político maior foi o que aconteceu no ano passado, por ocasião dos atentados de Mumbai. Centenas de pessoas comuns, com suas câmeras digitais, celulares, iphones, etc, começaram a registrar e a distribuir informação. Esse material era acompanhado, editado, comentado e reorganizado por milhares de pessoas de todo o planeta. Quase mil imagens foram enviadas aos grupos Mumbai Terrorism, 11/26/2008 e Mumbai 26/11/08, do Flickr. No Twitter chegou a haver uma média de 80 mensagens a cada espaço de 5 segundos.

Comentários

Unknown disse…
Tem outra coisa também. Trazendo a discussão da cultura de interação um pouco para a América Latina, a reordenação da disputa pelas hegemonias sociais pode ser identificada pela ascensão dos movimentos sociais (e sócio-culturais) principlamente no nível da circulação dos significados simbólicos. Gradativa e silenciosamente, iniciam-se "furos" nas barrerias simbólicas erguidas pelas elites e classes médias. Isso, obviamente, não quer dizer que os movimentos sociais sejam "democráticos" por natureza mas, como dissestes uma vez, a experiência vivida atua qualificando e reorganizando a ação política. Com um adendo a mais: alguns de seus temas mais caros: como a importância da sociedade civil, a ampliação da cidadania etc. também concorrem pra uma "confluência perversa" (como diz a profa. evelina dagnino) com o discurso neoliberal. A diferença numa noção mais profunda, os projetos políticos.
Minha opinião é que o interculturalismo, nesse sentido, deve ser cada vez mais incentivado, inclusive contribuindo para um movimento que atua dentro da gloabalização, acelerando-a, com vistas a reverter suas linhas de força. ao mesmo tempo que o território é importante, como lugar de poder, ele precisa fazer sentido para além de suas especificidades. Será esse movimento que observamos contemporaneamente?

Grande abraço, Fabio

Fabrício Mattos

PS: Tô acompanhando o debate, daqui de Fortaleza.

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