Pular para o conteúdo principal

Evangelhos...

Fui ontem à missa de aniversário de minha amiga Edilza Fontes. Aos que acompanham a cena política paraense não deverá ter passado desapercebido o trecho escolhido para a primeira leitura da celebração. Foi Gênesis 13,2 5-18, que relata a separação entre os rebanhos de Abraão e Lot. Eram ambos ricos em ovelhas, pratas e ouro, e tinham muitos pastores cada um. A terra foi ficando escassa para tantos animais e isso começou a motivar atritos entre os pastores de cada lado. Então Abraão disse a Lot que eram irmãos, e não deviam brigar, porém era necessário que se separassem. “Se fores para a direita eu irei para a esquerda, e se fores para a esquerda eu irei para a direita”, disse Abraão, bem ao estilo retórico da Bíblia. Lot olhou para todos os lados e escolheu os campos mais férteis e aparentemente mais fáceis, às margens do rio Jordão. E foi se instalar aos pés das cidades de ...Sodoma e Gomorra. Bom, todos sabemos o que vai acontecer mais tarde. Já Abraão foi se instalar na região que sobrou, a mais árida, a menos promissora, Canaã. E todos sabemos o que vai acontecer mais tarde. Ah a política, ah os textos sagrados...

Comentários

Anonymous disse…
Eu pensei que a Edilza estava era saindo de Sodoma e Gomorra...
Sem olhar pra tras , por favor !
Anonymous disse…
Ah ah ah. Em Sodoma com sal e areia, por favor.
Anonymous disse…
Mas quem é Abraão e quem é Lot nessa história?
Anonymous disse…
A missa foi um ato político. Foi rezada pelo padre Nelson, candidato do PT à prefeitura de Bragança. E teve duas presenças retumbantes pelo que representam: Charles Alcântara e Carlos Maneschy, novo reitor da UFPA.
Humberto Lopes disse…
Eu também fui à missa. Destaco, professor, a música tocada: Amanhã, na voz de Guilherme Arantes.Um trecho: Amanhã!Está toda a esperança por menor que pareça existe e é prá vicejar.
Anonymous disse…
Será que é Abraãna e Lotilsa; ou Lotãna e Abrãndilsa?

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf...

UFPA: A estranha convocação do Conselho Universitário em dia de paralização

A Reitoria da UFPA marcou para hoje, dia de paralização nacional de servidores da educação superior, uma reunião do Consun – o Conselho Universitário, seu orgão decisório mais imporante – para discutir a questão fundamental do processo sucessório na Reitoria da instituição. Desde cedo os portões estavam fechados e só se podia entrar no campus a pé. Todas as aulas haviam sido suspensas. Além disso, passamos três dias sem água no campus do Guamá, com banheiros impestados e sem alimentação no restaurante universitário. Considerando a grave situação de violência experimentada (ainda maior, evidentemente, quando a universidade está vazia), expressão, dentre outros fatos, por três dias de arrastões consecutivos no terminal de ônibus do campus – ontem a noite com disparos de arma de fogo – e, ainda, numa situação caótica de higiene, desde que o contrato com a empresa privada que fazia a limpeza da instituição foi revisto, essa conjuntura portões fechados / falta de água / segurança , por s...