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Lições de política: Koizumi 3

Quais as lições de Koizumi? Soube escolher, de maneira clara, qual sua base de apoio, no caso o apoio popular. Corajosamente, optou pelo apoio popular e não pelo apoio político, ou seja, o apoio do partido, dos demais partidos da base de apoio, dos burocratas e dos grandes empresários financiadores das campanhas. Isso garantiu que pudesse implementar um vasto programa de reformas e permitiu que permanecesse no posto durante cinco anos, num país onde os primeiros-ministros não duravam sequer um ano no poder, nos últimos 30 anos. E foi com essa escolha clara da base de apoio que Koizumi pôde impletar não somente reformas importantes mas, também, convencer a população de que essas reformas, por dolorasas que fossem, eram necessárias.

Lição 1: definir claramente com quem governamos. Não fazer jogo duplo. São estes os nossos aliados? Então são estes os nossos aliados. E ponto final. Governar com eles.

Lição 2: não fazer reforma pela metade. O que tem que ser feito, dizia minha amiga Paola com extrema simplicidade, tem que ser feito. E ponto final. É preciso definir até onde se pode ir ou se quer ir, e tem-se que ir até lá, doa a quem doer. Cada mandato serve para executar um pedaço do caminho. Não dá para fazer tudo de uma só vez, mas o que não tem sentido é não ter muito claro o caminho a percorrer.

Comentários

Anonymous disse…
Uma curiosidade, ele conseguiu apoio popular à revelia da imprensa? Sabemos que no Brasil, a opinião publica é direcionada pela grande imprensa. Como Koizumi conseguiu lidar, uma vez que, acredito os problemas dele com a imprensa não deve ser diferente de qualquer gestor aqui no Brasil?
Aqui tem o PiG...
Lá tem coisa semelhante, mas o PiG de lá estava no mesmo saco que o empresariado, muito associado ao PLD. Tem mais um fato sobre o qual não escrevi, que foi um impasse em torno do poder do primeiro-ministro dissolver o parlamento (Dieta) e convocar novas eleições. Koizumi fez uma espécie de chantagem com o PLD e outros partidos: apoio às reformas em troca de não dissolver a Dieta. Bom para todos.
Anonymous disse…
O que nos leva a uma questão, não seria o parlamentarismo uma alternativa a politicalha nacional? Isto é, um parlamentarismo mesmo e não aquele projeto remendado de parlamentarismo tupiniquim. Imagina Sarney no cargo de Primeiro ministro (credo que pesadelo), mas sob toda essa pressão já estaria sob suspeição e cairia, não só ele como toda sua corja.Acho que é assim que funciona não? Embora , me parece que antes de Koisumi, não era tão efiicente.
Olha, eu gosto do parlamentarismo e acho que a vantagem é justamente essa: não dá certo cai. Ou seja, se o Sarney fosse primeiro ministro cairia, não ia conseguir ficar no cargo, não ia fazer o doce que está fazendo agora.

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