Não, há ainda um outro comentário a fazer sobre o trabalho de Koizumi. Diz respeito ao tema da privatização como aspecto das políticas neoliberais. Koizumi demonstrou o que nosso camarada José Raimundo Trindade, secretário de fazenda do governo Ana Júlia, teorizou numa oportunidade, meses atrás. Não é normal que eu concorde com o Zé, mas o fato é que ele tem tiradas interessantes e uma delas vai na direção da experiência de Koizumi. Disse Zé, e Koizumi demonstrou, que o verdadeiramente ruim não é a privatização dos serviços públicos, mas sim a patrimonialização dos mesmos. Ou seja, a transferência do serviço público a empresas privadas que, normalmente, possuiam uma relação com a estrutura de classe, com a estrutura política que estava ocupando o poder. Isso viu-se no Japão durante todos os anos 1990, quando a receita neo-liberal foi ali praticada e isso viu-se na experiência central e visceral do PSDB no Brasil e no Pará: a privatização servir de pretexto à patrimonialização do bem e do serviço público.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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