Como sabem, participo da campanha nacional cívica pelo desmascaramento do que se convencionou chamar de PiG, Partido da Imprensa Golpista. O PiG reúne os grandes veículos de comunicação – empresas jornalísticas, televisivas, radiofônicas, algumas agências de publicidade, alguns portais, algumas empresas de out-door e editoras de revistas – aos setores de uma elite cuja melhor representação política é a aliança do DEM com o PSDB – o PSDBEM (Partido Para Ser Dar bem).
O PiG ocorre a nível nacional mas, também, aqui no Pará, e os fatos estão aí, impressos todos os dias, apalavrados ao rádio e randomizados na tv. Pois trata-se de bois que se nomeiam a si e que portam sinetes. Suas alianças com o judiciário são notórias. Com banqueiros, empresários e com banqueiros-empresários também.
Pois bem, temos que falar sempre sobre o PiG, porque ele está, nestas últimas semanas, nas ramas da sua loucura. O que se vê na mídia, nestes últimos dias, é uma sucessão de denúncias destrambelhadas e absurdas que, em nome de valores éticos e democráticos têm, na verdade, a única função de desestabilizar o jogo político, favorável às esquerdas.
Se eu falo desses erros é porque se a sociedade civil não se posiciona, o projeto em curso pode acabar sendo revertido. E estamos no caminho certo. Tenho falado constantemente sobre erros e acertos políticos do Governo Lula e do Governo Ana Júlia – sobre erros que são também meus, portanto. Reclamo com freqüência sobre o Lulismo, rogo ao PT uma posição de princípios, critico com freqüência, aqui, na universidade, nos debates em vários lugares, a posição do Ministério das Comunicações, há obras do PAC que considero burras, mas é preciso dizer com clareza uma coisa: por mais que possamos falar em erros táticos, tanto no Governo Lula como no Governo Ana Júlia, não podemos falar sobre erros estratégicos. E é por isso que precisamos nos posicionar e defender um projeto de longo prazo que, com pecados ou sem pecados, é o PT, e nenhum outro partido político, no momento, que pode oferecer ao país.
Ocorre que o PiG, desesperado, no limite de perceber que a mídia não tem mais a influência que tinha há dez anos atrás, está surtando. O Caso Lina Vieira, o caso da acusação de intervenção política na Receita e, antes, o caso Sarney, só para citar os últimos dias de leitura de jornais, representam esse surto. O PiG mente (no caso Lina Vieira), atribui a um fato uma causa que não é sua (os demissionários da Receita) ou diz a verdade com outro objetivo (o caso Sarney). O PiG nada tem, por exemplo, contra qualquer um dos atos de Sarney. Não os reprova. Até admira-os. Todo seu esforço tem por único objetivo o desejo de prejudicar a aliança PT-PMDB, estratégica para uma governabilidade de longo prazo. E se quer Sarney fora é apenas com o fim de enfraquecer essa aliança, e não, repito, pela defesa da democracia e da ética.
Estarei em frente ao meu computador até logo mais, quando me levantar para ver os telejornais. Tenho certeza de que vai ser a mesma xaropada dos últimos dias: mentira, intriga, etc... Mais um tele-show do PiG e do PSDBEM.
Comentários
Mas olhe lá Fábio, dois dias antes de Lina Vieira vir a público e falar que reuniu com a Dilma, o marido dela teve um encontro com o Serra. Não foi? Pior, os dois são PSBDEMistas;
Lina estava em Natal - com diárias pagas pelo Estado brasileiro - passando o final de semana com o marido, onde mora, chegando somente no dia da tal reunião que ela disse que teve com a Dilma, no horário que a Dilma deixva a capital. Como pode ter havido o encontro?
O PiG não contou ainda essa história direito...
devemos - ou eu devo - ao Juca, o fato de eu sempre tê-lo destacado do governo do qual você fez e faz parte.
Com esta premissa, li com atenção seu comentário. Não temos a menor discordância quanto à imprensa golpista, lá e cá. E cá, principalmente, não há alternativas, salvo o Jornal Pessoal. Lá ainda pode-se ler o Estadão, por princípio um jornal conservador e, por isto mesmo, mente menos que o Folhão, para quem o lê, como eu, a partir deste parâmetro.
Nossas discordâncias acabam ocorrendo no "recheio" da não-divergência...rsrsrs...
Eleitora do Lula desde que ele candidatou-se a Governador de São Paulo - saí de Marabá, onde morava, especialmente para dar-lhe meu voto, a ele a ao meu amigo Darci Passos, então no PMDB e candidato a deputado federal - e votei em Lula até 2002, exceção feita à eleição onde Mário Covas era candidato no primeiro turno e o nefasto Collor chegou, com Lula, ao segundo. Em 2006, não votei em ninguém: Lula ediçaõ 2006 e Alckmin, não mereciam meu voto.
Bem, este "histórico" é apenas uma declaração que jamais fui anti-petista ou anti-lulista. Hoje sou. Não anti-petista, mas, certamente, anti-lulista e convivo com a amargura de ver que a política social, cantada em verso e prosa, é tão mesquinha frente a manutenção da política macro-econômica que meus sessenta anos não me permitem mais iludir-me.
Os fatos nos quais me baseio nada tem a ver com a mídia golpista, ainda que algumas informações dela sejam absolutamente verídicas, ainda que ela faça uso destas informações pelas suas conveniências.
O acompanhamento do orçamento nacional mostra claramente que o Governo Lula continua cumprindo todos os objetivos dos governos Collor e FHC, pincelando-os com os programas sociais. E mesmo assim, gasta pífios 1,5%, 3,4% ou 6,2% do orçamento anual em programas e ações que efetivamnente poderiam provocar a longo prazo alguma mudança neste trágico quadro que vivemos. Alguns exemplos: serviços urbanos de água e esgoto (6,7%),Gerencimento da estrutura fundiária (4,37%),desenvolvimento sustentável de projetos de assentamento (8,13%),gestão da política de desenvolvimento agrário (12,68%, a gestão da política agropecuária já gastou mais do que o dobro disto!),gestão da política de desenvolvimento urbano (0,42%).
O Governo Ana Júlia está batendo no fundo do poço mais rápido do que Carlos Santos conseguiu. Se as minhas informações estão erradas, espero que alguém as corrija e eu vou comemorar: não há recursos para pagamento do 13 salário e o "rombo" para pagamento do funcionalismo vai atingir pelo menos os cem milhões até dezembro, que só não explodiu pois o Banpará está "segurando a onda" com operações de crédito.
É nisto que me baseio, caro Fábio e, acredito que, como eu, há outros paraenses e brasileiros que não são tão tolos a ponto de achar que a Folha, o Estadão, a rede Globo, os Maiorana ou os Barbalho são o farol do mundo.
Um grande abraço
Li seu post de 13 de agosto.
Percorri com emoção e saudades um relato comovente de uma amizade. E as amizades solenes são assim, ainda que feitas, em alguns momentos, de encontros esporádicos, mesmo quando se gostaria de uma cotidiana convivência. Porque amizades pressupõem a generosidade de quem compreende, mais do que concorda.
Um abraço
PS: Compreendi ainda melhor o salvo-conduto que o Juca me ofereceu pra destiná-lo a você...rsrsrs...