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Estratégia americana

Muito bom o artigo de Manuel Cambesses Júnior, coronel-aviador, conferencista da Escola Superior de Guerra, no Monitor Mercantil do último dia 25. Trata da estratégia política dos EUA em relação ao Brasil. Essa estratégia, segundo o autor, poderia ser resumida nos seguintes movimentos:

  1. Preservar a aproximação com o Brasil, aumentar a sua influência sobre a elite brasileira, convencê-la da inevitabilidade, irresistibilidade e dos benefícios da influência hegemônica e da liderança norte-americana no hemisfério.
  2. Cooperar para que o país se mantenha como ponto de equilíbrio ao sul, mas que ao mesmo tempo não se desenvolva, econômica e militarmente, em níveis que possam torná-lo competitivo com os Estados Unidos, em termos de influência econômica e política, na região do Hemisfério Ocidental.

Cambesses Júnior ressalta que um aspecto dessa estratégia “tem sido convencer a sociedade e o governo brasileiro da ‘culpa exclusiva’ brasileira pela situação de direitos humanos no país e pela situação de subdesenvolvimento em geral e até eliminar o conceito de ‘desenvolvimento’, substituindo-o pela noção de injustiça”.

Parece que essa estratégia tem sido exitosa. Aqui em Belém, sente-se você em qualquer roda da incompetente e inculta elite local e ouvirá a frase “O Brasil não é mais um país subdesenvolvido, é um país injusto”. Trata-se de um arremedo de sociologia para esquilos. Todos se convencem que o “altruísmo” norte-americano é a extremida da escala onde, na outra ponta, está a “incompetência” brasileira.

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