O marxismo soviético: A economia planificada
O modelo econômico soviético ficou associado, sobretudo, ao modelo do planejamento de estado e dos planos qüinqüenais, com o qual, após a NEP, a URSS consegiu um padrão de industrialização acelerada que assombrou a história.. Alguns analistas sugerem que a URSS, por meio da planificação da economia e de sua opção pela industrialização acelerada, recuperou, em duas décadas, mais de cem anos de atraso em relação à Europa ocidental.
O 1o Plano Qüinqüenal (1929-33) iniciou um processo de transformação vertiginosa da sociedade soviética. Projeções grandiosas de crescimentos de alguns setores em até 30% anuais se tornaram realidade com base num espírito de grande aventura que envolvia e comovia grande parte da sociedade. E isso bem no auge da grande depressão ocidental de 1929. Oito mil indústrias surgiram na década de 1930. As despesas militares foram semelhantes às da Alemanha entre 1933 e 1938 e praticamente três vezes maiores que as da França e dos Estados Unidos. E, efetivamente, sem esse esforço a máquina nazista não teria sido destruída.
Ao final da 2a Guerra, a URSS estava esgotada. Ao contrário dos Estados Unidos, teve seu território invadido e destruído. Cidades importantes, como Kiev, Stalingrado, Minsk e Sebastopol estavam em escombros. Menos de 5% das indústrias do país tinham condições de operar. 25 milhões de pessoas haviam sido mortas, contra 400 mil americanos. Aliás, ao contrário da Alemanha, Japão e dos demais países do oeste europeu, a URSS não teve direito à ajuda de vários bilhões de dólares do Plano Marshall, mas mesmo assim conseguiu se reconstruir em poucos anos.
O IV Plano Qüinqüenal (1946-50) tinha por mote reconstrução e defesa. Mais uma vez era priorizado o setor I, ou seja, os meios de produção, a indústria de base, metalurgia pesada, infra-estrutura, energia, transporte, em detrimento do Setor II, onde estavam os bens de consumo e a produção de alimentos. Os resultados continuavam impressionantes : a produção de carvão aumentou de 166 para 261 milhões de toneladas, a de aço passou de 18 para 27 milhões de toneladas e a de energia dobrou, alcançando 91 bilhões de qilowatts. A fórmula da economia planificada era tão eficaz que passou a ser aplicada em vários países.
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