O trabalho de Homi Bhabha é influenciado pela psicanálise e pelos estudos literários, dentro da perspectiva dos cultural studies. Bhabha sugere que o outro não é um ser externo ao eu, mas uma projeção do incognoscível e do irrealizável, que permanentemente corroem a unidade e a plenitude de toda identidade, de todo próprio, de toda ética, de todo eu. Fora da escala do ser individual, passando à escala do ser social, esse processo representa a relação conflituosa entre projetos de coesão (por exemplo, a coesão nacional) e os retalhos de uma realidade marcada pela diáspora e pela diversidade. Amazônidas que somos, colonizados que somos, precisamos fazer nossa "autoetnografia". Recuperar os sons e a fúria da nossa diáspora identitária. Precisamos externalizar a visão que temos de nosso colonizador.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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