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Tu és a Alemanha

Há uns dois anos um grupo de empresas alemãs, com apoio do Estado, produziu uma campanha de propagando densa, muito rica, muito interessante, objetivando elevar a auto-estima dos alemães. A peça central era um VT com dois minutos de duração e o seguinte texto, recitado em crescente explosivo:

"Uma borboleta pode provocar um ciclone.
O movimento de ar provocado pelo bater das suas asas pode derrubar árvores a alguns quilômetros de distância. Do mesmo modo que uma aragem pode provocar uma tempestade, também a tua ação pode ter resultados.
Irrealista, dizes tu?

Porque é que incitas a tua equipe no estádio, se a tua voz é tão insignificante?
Porque é que agitas bandeiras quando o Schumacher dá as suas voltas?
Tu sabes a resposta: porque da tua bandeira se fazem muitas bandeiras, e da tua voz se faz um coro. Tu és uma parte de tudo, e tudo é uma parte de ti.
Tu és a Alemanha.

A tua vontade é estimulante. Faz com que o teu avançado preferido e o Schumi sejam mais rápidos. Não interessa onde trabalhas. Não interessa o teu posto.
Tu aguentas a empresa. Tu és a empresa.
Tu és a Alemanha.

O nosso tempo não é fácil. Ninguém afirma isso. Pode ser que estejas perante uma porta fechada, ou encostado à parede. Mas nós já conseguimos derrubar um muro. Na Alemanha há mãos em número suficiente para se unirem e se deitarem à obra. Somos 82 milhões. Sujemos as mãos.
Tu és a mão. Tu és 82 milhões.
Tu és a Alemanha.

Então: que tal se te começasses a incitar a ti próprio? Carrega no acelerador, e não apenas quando vais na auto-estrada. Tira o pé do travão. Não há limites de velocidade na via alemã. Não perguntes o que é que os outros podem fazer por ti. Tu és os outros.
Tu és a Alemanha.

Trata o teu país como um bom amigo. Não reclames sobre ele, ajuda-o. Dá o teu melhor rendimento. E uma vez chegado aí, supera-te a ti próprio. Abana as tuas asas e derruba árvores. Tu és a asa, tu és a árvore.
Tu és a Alemanha."

A campanha era complementada com uma série de anúncios em revistas e jornais e out-doors que diziam, mais ou menos o seguinte:


- Tu és a Alemanha. Tu és Johann Wolfgang von Goethe
(convida pessoas a escreverem e publicarem seus livros)

- Tu és a Alemanha. Tu és Ludwig van Beethoven
(convida o grupo de música a fazer um disco).

Há muito se discute a questão da baixa auto-estima dos paraenses. Não seria o caso de discutirmos de verdade esse assunto?

Comentários

Anônimo disse…
A este respeito é interessante observar como os portugueses superaram sua baixa autoestima, devido em boa parte ao isolamento e atraso imposto por anos de ditadura Salazarista.
Anônimo disse…
Hum...não sei não prof. esse arroubo nacionalista dos alemães descambou na segunda grande guerra. E brasileiro, só lembra de ser brasileiro durante a copa, e isso quando ganha. Vej a a chiadeira geral que tá causando o governo obrigar as escolas a tocar o hino nacional e içar a bandeira uma vez por semana nas escolas públicas! Sem falar na P.I.G, que se o Lula desse ouvidos teria declarado guerra à Bolívia aquando do problema da Petrobras. Essa gente nacionalista é doida, o mesmo para os estados, vê a piração dos amazonenses contra os paraenses,´criam uma desunião e rivalidade burra que prejudica os dois principais estados da Amazônia que lucrariam mais se atuassem juntos.

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