A premiação de Ostrom com o Nobel de economia traz à luz o problema da empresa cooperativista como solução para certos impasses da sociedade e nos lembra a discussão de István Mészáros, no seu livro “Para além do capital”, sobre o “sócio- metabolismo do capital". Diz Mészáros que o grande problema das experiências socialistas que aconteceram e acontecem no mudo é que nenhuma delas rompeu com o “processo sócio-metabólico do capital”.
Que vem a ser isso? A lógica de produção do capital que, segundo Mészáros não é interrompida, simplesmente, com a estatização do processo produtivo.
Na experiência soviética e chinesa houve um deslocamento dessa lógica, mas não uma inversão, de maneira que, na sua continuidade, acaba chegando um momento de paroxismo, efetivamente uma distribuição privatista do acumulado.
Agora fica a pergunta: é possível romper esse ciclo?
Sim, segundo Mészáros. Por meio de uma consciência de solidariedade na base produtiva, aliás, já em curso nos processos da economia solidária, do ecosocialismo, do cooperacionismo, etc. Aparentemente a chave para o enigma estaria na empresa cooperativista.
Porém, tudo isso demanda novas reflexões sobre o papel da democracia – a superação da democracia que alguns chama de “burguesa” (aquela que se reduz ao voto) e à construção de novas teorias sobre a empresa e mercado solidário, temas nunca muito bem aceitos no campo teórico socialista mas que podem contem a solução para a speração do sociometabolismo do capital.
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