Há quatro meses perguntaram ao governador Arruda (DEM-DF) qual seria o seu limite para o fisiologismo na máquina pública. Sua resposta: "É o limite ético. É não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que existe corrupção no meu governo, mas sempre que eu descubro há punição".
Todos acompanhamos, nos últimos dois dias, os vídeos e gravações que mostram esse governador, do DEM, antes filiado ao PSDB, recebendo dinheiro e distribuindo mesadas políticas. Ao mesmo tempo, tem-se acompanhado, aqui em Belém, a virulência do deputado federal Vic Pires Franco, por meio do seu blog. Ficaram notórios seus ataques às jornalistas Franssinete Florenzano e Ana Célia Pinheiro, como elas comentaram recentemente em seus blogs, respectivamente Uruatapera e Perereca da Vizinha e isso além dos achaques do mesmo deputado revelados pela jornalista Marise Morbach no Quinta Emenda.
A relação entre uma coisa e outra não é factual, mas é moral, porque a política é uma força maior que reúne e agrega pontas morais.
Impossível não se enojar. Porém, o fato político maior é que a soma dessas safadezas ao menos tem a virtude de expor esse partido medíocre, o DEM, no seu fisiologismo, na sua inação, na sua medievalidade.
E isso sem nem ter posto na balança o escândalo do deputado estadual pedófilo Luiz Sefer (DEM-PA). E sem falar em Paulo Maluf (DEM-SP).. .
O DEM já foi PFL e, antes, já foi Arena. Essa transmigração política é um movimento de vestir novas fantasias para continuar brincando o mesmo carnaval. Felizmente a máscara deles começa a cair. A derrota da candidata Valéria Pires Franco (DEM-PA, em chapa formada, novamente, com o PSDB) à prefeitura de Belém, no ano passado, demonstrou a fragilidade e a inconsistência da sua fantasia moral: não suportou a dois meses de campanha, começou como favorita em todas as pesquisas e terminou em quarto lugar, rechaçada e humilhada como esses ídolos de tabatinga.
A fogueira que vai queimar nos próximos dias pode, talvez, incendiar todo esse partido. Tanto melhor.
Comentários