Pular para o conteúdo principal

Os 10 pecados da política cultural do PSDB - sétimo pecado: falta de articulação c/ as políticas de comunicação

Estou viajando e o blog está no modo "releitura". O post a seguir foi publicado originalmente no dia 29/11/2006. Retorno no final de janeiro.



Sétimo pecado: Falta de articulação com as políticas de comunicação




Não é possível falar em política cultural, contemporaneamente, sem falar, ao mesmo tempo, sobre política de comunicação. A cultura associada à mídia pode ser descrita como o “quinto poder”, como o elemento estruturante dos imaginários coletivos e, portanto, como uma peça estratégica na construção da visibilidade da cultura local.

Trata-se de uma relação de sobrevivência: na sociedade globalizada, as dinâmicas locais precisam de canais midiáticos para sobreviver, se autoproduzir e se reproduzir. Já estamos bem além das teorias críticas da comunicação, que denunciavam a mídia como um agente meramente ideológico e deformador dos perfis sociais. Os meios de comunicação têm, na verdade, um papel dinâmico, que tanto pode ser bem usado como pode ser mal usado. Uma emissora de rádio ou de tv pode desenvolver papéis propulsores da educação, da cultura, da saúde pública, da segurança e, sobretudo, da integração estadual, elemento combalido e ponto fraco de todas as políticas estaduais.

Acrescente-se a gravidade do acordo de seção da rede de transmissão da Funtelpa a um grupo de comunicação parceiro da gestão. O que nos parece óbvio é que o sinal da Funtelpa deva chegar a todo o estado, e que, só assim, ela pode atingir seus objetivos. Falar da cultura amazônica para a região de Belém e circunvizinhanças equivale a falar do mesmo para o mesmo, ou seja, a chover no molhado. Isso mascara a função real das telecomunicações e ridiculariza o projeto cultural, que, pretenciosamente, afirma dar amor próprio aos paraense: Que dizer de telecomunicações que se pretendem “estaduais” mas cujo sinal mal chega a Ananindeua? Seria isso o “amor próprio” que o PSDB tanto, e insistentemente, falava? Ora, tal como “amor” pressupõe contato – e também contágio - com o outro, o amor próprio equivale a uma espécie de onanismo. Belém precisa superar suas ilusões de totalidade. O PSDB também.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”